Imagem do Kaos
Tem tudo andado atrapalhadíssimo, receber e aceitar convites, tentar pôr os contadores em ordem, rever hiperligações obsoletas, os jantares blogosféricos, com o tal efeito perverso, para o qual já aqui chamei a atenção, que é de ser crescente o número de leitores e colegas a querer saber "o quê, ou quem é que não vos larga a perna?...", e eu obrigado a fazer o número do gago, porque as coisas, até para mim próprio, frequentador de outras esferas, parecem de tal modo inverosímeis que me não apetece falar delas. A verdade é que, apesar dos silêncios e da boa educação, a má fama dos fantasmas cresce a olhos vistos, e agora são os que já ouviram contar que contam aos seguintes, que, por sua vez o transmitem a cada vez mais gente. Lavo daí as minhas mãos, vou para a cama sempre descansado, com nunca ter extravasado nada de especial, e que, realmente, certas coisas são como as areias movediças: quanto mais estrebucham, mais se afundam.
Aparentemente, a imagem de marca "The Braganza Mothers" tinha mesmo ficado na memória emocional e intelectual de muitos que por aqui passaram. Ao regressarmos, imprevistamente, ao velho casarão -- tinha-o pensado para Julho, mas, mais uma vez, a mesquinhez das almas minúsculas nos ajudou a apressar o processo... -- e cá vamos nós, com tudo ainda desconjuntado, os contadores para refazer, a mobília cheia de pó, pelos cantos, mas o Fado Alexandrino a regressar, a par com o nosso contador de histórias do Brazil, Rinaldo Papoy, a vaga de fundo que se ateve à ressureição da Amélia das Marmitas -- sim, é verdade, concentrámo-nos à porta do cemitério, fizémos um escândalo no nº 11 da Rua da Indústria, e a Amélia lá se ergueu do sarcófago, agarrou nas marmitas, e disse "Pronto", como Lázaro, perante Cristo --. Nesse "pronto", reganhou a Eternidade, e todos nós vamos ficar a saber muito do que gostaríamos de ter sabido de tempos idos e tempos que ainda estão. Obrigado, ao Nuno, pela colaboração.
A E-ko, a stamina, a Moriae, a Kaotika e a Dalila vieram, mais aguerridas do que nunca, quando souberam do verdadeiro folhetim que tinha estado na origem do fecho da nossa primeira residência. Há coisas que, para as mulheres, calam mais fundo do que para nós, homens, para quem a traição é um "modus vivendi". Para uma mulher isso pode significar uma baixeza de carácter e uma pobreza emocional, que impede qualquer fidelidade afectiva, coisa que têm entre o que de mais precioso. Eu também, por acaso, mas talvez por isso mesmo, como não suporto a mentira, seja um híbrido do animus e da anima, como já deverão ter percebido.
O debate entre pró-bilderbergianos e (aparentemente) não-bilderbergianos promete, e é um dos eixos centrais do nosso espaço, um MetaBlogue, pela sua pluralidade e presumível não-conciliação de posições extremas. Assim sempre foi, e, doravante, melhorará. É desse debate entre Pedroso e Whasse, entre methatéorique e quink, entre a Lola, que o quer é macho, mas é capaz de fingir que está a discutir Kant, só para depois poder lançar a mão à braguilha, e também a esperança na participação das figuras verdadeiramente grandiosas deste espaço, que, se ousassem transformar em discurso os seus relatos, davam cabo disto e do fariseísmo português em dois tempos: são acenos, claro, para a Catia Sophia, a "Travesti Gira", a Sheila, a Boca Doce da raia beirã, a Mikas, dos táxis que a boca paga, ou a Ilda Machadão, que está sem Net, mas promete voltar, para arrasar com isto tudo.
Tempos de mudança, portanto. Para repor o toque humorístico, não quero deixar aqui dois testemunhos oficiosos da Amélia -- estamos a reunir fundos e espólio para criar uma Fundação e um Centro de Altos Estudos "Amélia das Marmitas". Em primeira mão, podemos revelar, desde já que BPN, Millennium-BCP, Bes e BPI, assim como a SAD do Gondomar se mostraram bastante abertos a colaborações desse tempo. "It's rainning money!..." -- O primeiro desses testemunhos, é que o Zé Manel, atolado na sua deficiência, sempre a viveu com humor, e disseram-me -- as mulheres são terríveis para ver estas coisas... -- que tinha vários pares de muletas, consoantes os tipos de roupa, em suma, uma Imelda Marcos, mas da canadiana. O Final não é meu, é do Nuno, e cometo aqui a inconfidência de um engate presenciado numa das baiúcas turvas, onde ninguém sabe que o homem é homem ou a mulher é mulher. É só um paragráfo, que ele depois poderá repetir e voltar a desenvolver, digno das grandes antologias do Barroco e do Humor Negro Português: relata uma Amélia das sombras, em pleno período de caça:
"...entrando na Emília, a Amélia das Marmitas sentou-se na primeira sala, ao tempo com as paredes forradas de um material sintético a imitar tartaruga. A páginas tantas, entra um gorilão, também de muletas, que se senta ao seu lado. Claro que toda a gente ficou curiosa. Não demorou muito, até a canadiana do gorilão começar a fazer código Morse na canadiana do Zé Manel, ao que este responde imediatamente. Uma história de espiões, quase ao estilo da Abwehr. Poucos minutos bastaram para, conversa entabulada, saírem os dois, truca-truca- tchok-tchok-tchok, a caminho de uma qualquer lugar sórdido e mal-organizado. Era a vida... "
P.S. - Hoje, pela hora do almoço, fui em peregrinação à última morada da Amélia das Marmitas. Trouxe foto e tudo. Deprimiram-me as persianas fechadas, quer no esquerdo, quer no direito. No esquerdo, por óbito; no direito, porque nunca mais os polícias que lá moram voltarão a ter uma vizinha tão afável, prestável, e calada que nem um túmulo, porque só soube destruir reputações das concorrentes, nunca das presas... As presas, para qualquer passiva que se preze, são como as vacas sagradas, e a Amélia era uma senhora. Tinha pedido ao Nuno que arrancasse com um "Memórias das Minhas Marmitas", mas ele parece ter optado por uma outra chancela, que se irá readaptar ao gosto dos leitores. Apanhámos logo com o carimbo típica de "paneleiros", mas isso é uma honra, nos tempos que correm, já que é coisa que em Portugal ainda anda mais em extinção do que o Panda Gigante dos Carrascos do Tibete. E os inimigos, os semeadores de confusão, os fantasmas dos fantasmas, e o lixo, realmente lixo, só nos aumentam o número de leitores e comentadores. Obrigado, portanto. :-)
6 comentários:
É o que eu digo: isto vai de vento em popa.
E as velas já estão tão enfunadas, tão enfunadas que não há nenhum poema da servidão (ventania do Papa) que nos derrube.
:-))
E anos depois,ainda na Emília mas já sem a parede-tartaruga,lá subia a Amélia das Marmitas à zona mais escura... onde usava a seguinte técnica: costas contra a parede,marmitas no chão e toca a aviar. Era frequente ouvir,com luzes já acesas: "Ai que fiz a coxa!"
Seguindo, sem parar. Não há tempestade que pare o barco.*
eu não vos disse que era aproveitar e recomeçar ao lado ?
vá, "bon vent", como dizem os franceses, e siga a rusga!
Voltei!
abraços profanos
:)
;)
we are "temporally coincident occurrences of acausal events"...
saudações a todos
:)
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