sexta-feira, 30 de maio de 2008

A verdade definitiva sobre o Aquecimento Global, o esgotamento dos Recursos Energéticos e o Excesso Populacional

Hoje é tudo para a desgraça! Vou revelar tudo e pôr tudo em pratos limpos. Hoje, agora e aqui, vou explicar detalhadamente quem são os verdadeiros e últimos responsáveis pelo estado calamitoso desta calamidade ambiental que vivemos no dia-a-dia, com as ameaças do Aquecimento Global, do fim dos recursos energéticos e do aumento populacional.

A nossa colega E-Ko deu-nos uma explicação (parcial, mas boa!) sobre as causas dos gases de efeito de estufa: o metano produzido pelos indigestos estômagos das vaquinhas e expelido directamente para a atmosfera através dos seus rectais canais. Bem, a coisa é muito mais complexa, elaborada e sórdida. A culpa, a ser das vacas, não é dessas vacas que você está a pensar, mas sim de outras.

De todos os bichos anti-ecológicos que habitam este Planeta, não são as vacas as que merecem a medalha de ouro. Não há bicho mais anti-ecológico à face do Planeta do que a Bicha! Sim, a Bicha! Isso mesmo! Está incrédulo? Pensa que eu não sei do que estou a falar? Mas é verdade! A Bicha é um dos seres vivos mais estranhos do Planeta Terra. E porquê? Em primeiro lugar, porque é o único animal que pode ser simultaneamente classificado nos reinos da Flora e da Fauna!

De todos as bichas que habitam a Terra, há uma sub-espécie sobre-representada que é, ela e só ela a grande responsável por todas as calamidades dos nossos tempos: a Bicha de casa-de-banho! A Bicha de casa-de-banho, também conhecida por Bicha dos Xixis ou, na terminologia científica, Bicha Latrinus Dependentis, é responsável por um consumo desmesurado de matérias-primas, de recursos energéticos, de água potável e ainda lança quantidades monstruosas de metano para a atmosfera.

Quer saber como? Eu explico: a Bicha Latrinus Dependentis é um ser vivo aparentemente muito raro, mas tal deve-se ao facto de ser invisível para a maior parte das outras espécies, já que possui capacidades de dissimulação que fariam inveja ao mais camaleónico dos camaleões. No entanto, facilmente se pode encontrar a Bicha de Casa-de-banho nos Xixis dos Centros Comerciais, das estações ferroviárias e rodoviárias, nas paragens dos IP5s mais remotos da Mongólia ou da Patagónia ou mesmo em qualquer canavial nas margens de um rio. Trata-se um ser vivo bastante tímido fora do seu habitat natural (os Xixis, claro), mas, mal sente os odores característicos do seu ecossistema, toda ela perde as inibições. Fora do seu habitat, a Bicha Latrinus Dependentis é uma verdadeira flor – toda ela perfumes, pétalas e artes de bailado próprias de uma seara ao vento. No seu meio ambiente, transforma-se num verdadeiro animal, desaparece-lhe a timidez e rapidamente inicia a caça à sua presa.

O problema com este animal resulta do seu comportamento agregado que conduz ao consumo de presas atrás de presas. Tudo porque a Bicha é insaciável! Quanto mais consome, mais quer consumir. E não há maneira de acalmar os vorazes apetites deste animal. Todo ele quer mais e mais. Qualquer Bicha de Casa-de-banho consome várias presas ao dia e não descansa enquanto não satisfaz o seu apetite voraz e a sua gula insaciável.

O comportamento animal da Bicha Latrinus Dependentis caracteriza-se pela ocupação de um território alargado, território esse que visita regular e periodicamente, para marcar com o seu xixi. É muito frequente ver vários espécimes entrar e sair, e sair e entrar, e voltar a entrar e a sair, dos seus habitats, numa evidente marcação cerrada do seu território. Quando dentro do seu habitat, a Bicha dos Xixis comporta-se dissimuladamente, fingindo que está apenas a urinar, embora uma observação mais atenta, com câmara de infra-vermelhos, nos permita constatar que todos os seus sentidos se encontram alerta à caça da sua próxima presa. Assim, enquanto a Bicha finge que está simplesmente a fazer o seu xixi, deita langorosos e apetitosos olhares às vergas das restantes bichas e não-bichas (que, para essas coisas, a bicha não é um animal que discrimine as outras espécies).

Depois de fingir que fez o seu xixi, a bicha desloca-se aos lavatórios, onde se entretém demoradamente a olhar o espelho, como se estivesse a apreciar o lustro do seu pelo, mas aproveitando todos os ângulos para, uma vez mais, focar o alimento da sua alma (anima). Quando se torna evidente, aos olhos de toda a restante fauna, que a Bicha de Casa-de-banho está a abusar da sorte, lava ou finge que lava as mãos, não se esquecendo de procurar sabonete por todos os cantos, mesmo que já saiba que isso é coisa que não existe por aquelas paragens. Lava-as demoradamente e seca-as ainda mais demoradamente, atrasando todos os gestos de forma a permitir que o tempo passe e que a fauna das não-bichas faça o que tem a fazer e saia porta fora. Se qualquer membro de outra espécie que o tenha visto fazer xixi, ainda se encontra no WC, a bicha finge que arranja o cabelo, que sacode a caspa ou que ata os atacadores dos sapatos. Depois, quando o ecossistema se renova, a Bicha de Casa-de-Banho volta ao ataque, regressando aos mictórios para ver se apanha mais uma presa. E é capaz de andar nisto horas a fio, com um empenho de fazer inveja a qualquer atleta olímpico. O maior de todos os problemas deste ecossistema único, decorre do facto de bicha que é bicha ter de empatar a vida a outra bicha. Aliás, bicha que é bicha, está lá para impedir que outras bichas abocanhem mais presas do que ela. Estes ecossistemas são frequentemente visitados por uma outra espécie de Bicha, a Bicha Sonsa, que passa a vida a fingir que não é Bicha Latrinus Dependentis, mas passa a vida a cheirar as sardas alheias, demonstrando-se a evidência de que há comportamentos animais de inquestionável origem hereditária, que ainda hoje são claramente visíveis noutras espécies animais.

Entretanto, a bicha passa a vida a deambular de WC para WC, andar acima, andar abaixo, andar abaixo, andar acima, e é capaz de andar nisto horas e horas, dias, semanas e meses, reproduzindo um dos comportamentos instintivos mais regulares e previsíveis de toda a vida animal. A pegada ecológica deixada por este animal é, no entanto, uma das maiores causas da degradação ambiental do nosso planeta. Isto porque, quando a Bicha Latrinus Dependentis se encontra no seu ecossistema, no seu habitat regular, é capaz de consumir centenas de litros de água e quilos de sabonete com este seu comportamento instintivo. Para além disso, a Bicha de Casa-de-Banho consome toneladas e toneladas de papel e/ou de energia eléctrica, sempre que precisa secar as mãos (e lava-as dezenas de vezes em cada jornada ao seu território), razão pela qual podemos apontar este animal como um dos bichos mais anti-ecológicos do Planeta Terra. Bicha que é bicha de casa-de-banho é capaz de fingir que faz xixi centenas de vezes num único dia. O problema é que os mictórios automáticos deitam água, quer se faça xixi, quer não se faça. E bicha que é bicha tem depois de dissimular que lava e seca as mãos, mesmo que o esteja a fazer pela octogésima sexta vez naquela tarde predatória.

Não se iluda, o comportamento desta espécie pode parecer ecológica e ambientalmente irrelevante, mas de facto, quando medimos o impacto de centenas de milhões de Bichas verificamos que se gastam, no mundo inteiro, milhões e milhões de litros de água potável nos urinóis, nas sanitas e nos lavatórios das casas de banho, doses massivas de produtos de higiene e limpeza, toneladas e toneladas de papel para secar as mãos e ainda a imensa energia eléctrica dos secadores. Assim, enquanto a Bicha Latrinus Dependentis procura as suas presas nos WCs do Mundo inteiro, consumindo água, papel e energia em quantidades astronómicas, árvores estão a ser abatidas para alimentar estes comportamentos animais, água está a ser canalizada dos recursos hídricos e uma qualquer central de produção de energia eléctrica está a lançar toneladas e toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera. E você aí, convencido que a culpa afinal era das vaquinhas! E esta, hein?

Mas há mais! Toda a Bicha de Casa-deBanho não descansa enquanto não satisfaz o seu apetite voraz, pelo que tem de encontrar uma presa qualquer. Quando a encontra, come ou é comida, consoante o género da Bicha de Casa-de-Banho, normalmente numa rapidinha silenciosa, não vá o vigilante do ecossistema dar conta desses repastos e avisar a polícia (por sinal, os polícias são uma das espécies mais apreciadas pelas bichas de casa-de-banho). Assim que a bicha satisfaz a sua fome, de comer ou de ser comida, abandona os territórios desse ecossistema para visitar um qualquer outro nas proximidades. A fome é muita! Mas, depois de tantos repastos, são imensas as quantidades de metano que a bicha de casa-de-banho emite, principalmente se tiver sido comida.

Já foi anteriormente referido que a Bicha Latrinus Dependentis é um animal muito dissimulado. Um dos principais efeitos dessa dissimulação passa pela capacidade desta espécie fingir que pertence a outras espécies. Assim, por exemplo, é muito fácil à bicha de casa-de-banho mascarar-se de "casado e pai de 3 filhos". Esta é uma das razões pelas quais só se consegue reconhecer esta espécie quando ela se encontra no seu habitat natural. Fora dele, a bicha dissimula e é dissimulada! E dissimula tão bem que, por muito que você olhe para a fotografia, não consegue distingui-la da paisagem envolvente, tais são as elevadas capacidades de camuflagem que usa. Normalmente, quando fora do seu habitat, apenas uma bicha de casa-de-banho reconhece outra bicha de casa-de-banho, esteja ela disfarçada de casado e pai de 3 filhos, de padre, de polícia, de protagonista do Canal Parlamento ou até mesmo de Primeiro-ministro.

A bicha Latrinus Dependentis é uma das espécies mais estranhas de toda a Fauna porque, quando anda à caça, tanto pode andar à procura de uma presa para comer, como de uma presa que a coma, pelo que este animal é uma espécie hermafrodita fora de todos os parâmetros normais da evolução natural das espécies. A bicha de casa de banho destaca-se também, entre todos os seres vivos, porque, passando a vida a tentar acasalar, jamais consegue reproduzir-se, embora não se possa dizer que seja uma espécie em vias de extinção... antes pelo contrário! A bicha de casa de banho tem ainda o condão de conseguir conquistar, para a sua espécie, membros de outras espécies, já que são conhecidos muitos episódios de homens heterossexuais que, por influência dos comportamentos e dos hábitos da Bicha de casa de banho, passam a fazer parte desta estranha espécie animal. Assim se explica a existência dos heterossexuais passivos.

Uma das características mais curiosas desta espécie é o facto de não se registarem variantes de ADN nas diferentes populações do mundo inteiro. A Bicha Latrinus Dependentis não apresenta variações significativas, quanto às suas características e aos seus comportamentos, quer resida na China, quer resida nos EUA. Aliás, Bicha que é Bicha, reconhece facilmente outra e não há barreiras linguísticas, culturais, sociais ou económicas que impeçam uma tentativa de cu-municação entre dois (ou mais!) membros desta distinta e estranha espécie. Não há maior "cidadão do Mundo" do que a Bicha de Casa de Banho. É, em boa verdade, o mais cosmopolita de todos os animais.
Por último, um dos aspectos mais negativos quanto à pegada ecológica da Bicha Latrinus Dependentis, tem precisamente a ver com a sua extraordinária capacidade de camuflagem, fazendo-se passar por membro da espécie “Casado e Pai de 3 Filhos”. Ora, um dos grandes problemas da Humanidade é o excesso populacional e vocês nem imaginam a quantidade de membros da espécie “Casado e pai de 3 Filhos” que, na verdade… Bem, é melhor nem apresentar o gráfico!

4 comentários:

e-ko disse...

e a pior de todas é a bicha solitária que se passeia, a qualquer hora do dia, sozinha, em opel ou porsch, pelo bitume das estradas do mundo... quando não é nas tripas e cloacas de ruminantes e outros bichos, contribuindo para o aumento do duradouro e problemático metano!!!

Paulo Pedroso disse...

Felizmente nunca tive o prazer de "cunhecer" essa espécie.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Opus Dei disse...

Essa tal de sinfonia.. agradece-se que coloque aqui as fontes, para evitar equívocos. Deve ir lá já apagar, como apagou tudo , por todo o lado

http://naverdadeconfio.blogspot.com/2006/10/sinfonia-opus-zero.html