Os cidadãos do mundo desenvolvido ainda não perceberam que os recentes fenómenos de fome no mundo são uma consequência directa da manutenção dos seus hábitos consumistas, nomeadamente dos relacionados com os elevados consumos petrolíferos.
Mas, como cada um de nós é só um, acha que não tem nada a ver com o assunto. Queremos é ter direito à manutenção do regabofe consumista como se os recursos do planeta fossem infinitos.
Do 1º trimestre de 2007 para o 1º trimestre de 2008, a GALP reduziu a sua margem de lucro no negócio da refinação, em mais de 50%. Neste momento, a GALP está a refinar cada barril com uma margem de lucro na casa dos 2 euros, quando há um ano andava por mais do dobro. É possível pedir à GALP que reduza ainda mais a sua margem de lucro mas as possibilidades dessa redução encontram-se significativamente apertadas.
Como disse Manuela Ferreira Leite, o preço da energia (e não apenas do petróleo) atingiu um determinado patamar e muito dificilmente vai baixar. Neste momento, o Estado Português só pode intervir (se achar por bem fazê-lo!) ao nível das taxas e impostos, visto que o preço é determinado internacionalmente e Portugal não tem peso económico para modificar a formação do preço do petróleo.
Mas, como cada um de nós é só um, acha que não tem nada a ver com o assunto. Queremos é ter direito à manutenção do regabofe consumista como se os recursos do planeta fossem infinitos.
Do 1º trimestre de 2007 para o 1º trimestre de 2008, a GALP reduziu a sua margem de lucro no negócio da refinação, em mais de 50%. Neste momento, a GALP está a refinar cada barril com uma margem de lucro na casa dos 2 euros, quando há um ano andava por mais do dobro. É possível pedir à GALP que reduza ainda mais a sua margem de lucro mas as possibilidades dessa redução encontram-se significativamente apertadas.
Como disse Manuela Ferreira Leite, o preço da energia (e não apenas do petróleo) atingiu um determinado patamar e muito dificilmente vai baixar. Neste momento, o Estado Português só pode intervir (se achar por bem fazê-lo!) ao nível das taxas e impostos, visto que o preço é determinado internacionalmente e Portugal não tem peso económico para modificar a formação do preço do petróleo.
Uma redução estrutural dos preços poderá acontecer apenas com a conjugação de alguns factores, nomeadamente com a redução da instabilidade, da insegurança e das quebras de produção, assim como do aumento da produção propiciado pelo início da exploração de poços recentemente descobertos (por exemplo no Brasil). Portugal, aliás, virá a beneficiar dessas descobertas na costa brasileira, benefícios que se devem, se não estou em erro, a António Mexia que impediu a venda das participações que a GALP tinha nesse consórcio internacional. Não nos podemos esquecer, no entanto, que a procura mundial está em alta e continua a aumentar apesar desta escalada de preços. E sabemos muito bem que a procura será tanto maior quanto menor for o preço do petróleo. E, quanto maior a procura, maior a pressão sobre a oferta. Há consequências para os desejos que formulamos, para as escolhas que fazemos e para as decisões que tomamos.
Sabemos que a maior parte do consumo petrolífero ocorre nos países desenvolvidos. Sabemos também que é aí que ocorre a maior parte do desperdício, do consumo supérfluo e do consumo desnecessário. No entanto, nós, cidadãos dos países desenvolvidos, estamos convencidos que este estilo de vida constitui um direito inalienável. O direito de passear superfluamente de um lado para o outro, multiplicado por centenas de milhões de pessoas, representa uma pressão enorme sobre o mercado petrolífero, agora que outras centenas de milhões de pessoas também começaram a querer o mesmo.
Há demasiadas responsabilidades partilhadas. Não perceber a natureza do que está a suceder é só meio caminho andado para nos atirarmos para o chão como umas criancinhas mimadas e começarmos a fazer birrinha porque queremos energia barata para passear de um lado para o outro. Ninguém pensa nas consequências. Ninguém quer pensar nas consequências. Estamos todos convencidos que este modelo de vida, baseado em elevados níveis de consumo (não apenas de petróleo) é um modelo eterno. Todos nós devíamos exigir, aos governantes do Mundo, que implementem soluções que permitam a mobilidade dos cidadãos, nomeadamente através de redes funcionais de transportes públicos, que não impliquem um consumo tão massivo de energia. Podemos manter muita da nossa qualidade de vida alterando significativamente os hábitos de consumo e os modelos de vida que levamos. Nos tempos que correm é um crime ecológico, económico e, principalmente, social e humano, quando um carro se desloca de um lado para o outro para transportar apenas uma pessoa, para efeitos meramente supérfluos.
Esse modelo de vida já não é viável. Seria, talvez, se este Planeta tivesse metade ou 1/4 da população actual.
Nota de rodapé: não sou e nunca fui accionista da GALP (infelizmente).
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