Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Punks e metaleiros dão, emos levam. No México, a música discute-se à pancada.
As imagens estão, como seria de esperar em plena "era YouTube", disseminadas pela internet. No passado mês de Março, cerca de 800 jovens mexicanos envolveram-se em confrontos numa das maiores praças do Querétaro, uma cidade de milhão e meio de habitantes. Na origem dos desacatos, que levaram vários dos participantes ao hospital e fizeram as manchetes da imprensa local, esteve o descontentamento de tribos urbanas, como os punks, os rockabillys e os metaleiros, com a crescente popularidade da música emo.
Se noutros países a hostilidade não vai além da troca de "piropos" nas comunidades online, no México o fenómenos está a ganhar contornos de extrema violência - o próprio Governo já sentiu a necessidade de intervir, lançando uma campanha de slogan "Pela liberdade de ser jovem, vive e deixa viver". Os anti-emos reúnem-se geralmente em sites como o Hi5e o MySpace, combinando ataques aos adeptos de bandas como My Chemical Romance ou 30 Seconda To Mars. De acordo com a imprensa mexicana, a maioria dos emos vem de famílias de classe média, vivendo nos subúrbios ou em bairros resguardados. Os adolescentes de olhos pintados e semblante tristonho constituem assim um alvo fácil para as "caçadas", levadas a cabo por gente da mesma idade, mas mais habituada à "lei das ruas" mexicanas - apesar do episódio mais vistoso ter acontecido em Querétaro, as ameaças aos emos têm acontecido, um pouco por todo o país.
Mas, afinal, porque é que os emos incomodam tanta gente?
Nos sites da "especialidade", os argumentos sucedem-se: o emo é apenas uma moda; as bandas não são, ao contrário dos grupos punk ou metal, "autênticas"; as fatiotas e os penteados dos fãs dão vontade de rir. Há quem defenda, porém, que os emos são perseguidos apenas devido ao seu visual andrógino. O facto de, na internet, os anti-emos se referirem aos seus arqui-inimigos como "emossexuais" reforça a teoria de que, numa sociedade altamente masculinizada como a mexicana, o ar frágil e a maquilhagem unissexo dos emos ajuda, e muito, à discriminação.
Entretanto, figuras destacadas do rock, como Slash e Dave Grohl, vieram ajudar à festa: numa entrevista a um jornal inglês, o ex-Guns N' Roses disse odiar o emo, ao passo que o vocalista dos Foo Fighters incluiu, no último álbum da banda, um tema de título jocoso: "Cheer Up Boys (You Make-Up is Running)".
Blitz
Será só a mim que isto parece ridículo?
1 comentário:
Joana,
Concordo contigo. É completamente ridiculo, mas cada vez se arranja conflitos por menos. É o mundo em que vivemos.
Bjs.
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