terça-feira, 27 de maio de 2008

Somos mais que muitos a querer o mesmo

(Clique nos gráficos para ampliar)

Estive a "perder" algum do meu tempo a trabalhar alguns dados estatísticos incluídos no último Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD, apenas para constatar algo que já todos devemos saber de cor e salteado... Mas que fingimos não significar nada.

Introduzi os valores de 3 variáveis, para todos os países do Mundo (*) e calculei as respectivas correlações (Rxy Pearson). As variáveis analisadas para cada país, foram as seguintes:
- IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
- PIB per capita, em dólares americanos, em Paridade de Poder de Compra (2005)
- Consumo de Electricidade per Capita, em Kw/Hora

Para quem não tenha noções mínimas de Estatística, a Correlação Rxy de Pearson mede o grau de associação (relação linear) entre duas varáveis quantitativas. Quanto mais próximo da unidade (100%) maior a força linear das variáveis em estudo. Assim, simplificando o mais possível, a probabilidade da variável x aumentar (ou diminuir) é tanto maior, quanto maior for a correlação existente com a variável y. Uma correlação de 15% significa que a força de relação entre as variáveis é relativamente fraca: a variação de uma delas não influencia significativamente a outra. Uma correlação de 80% expressa, pelo contrário, uma relação forte entre as duas variáveis: a variação de uma delas aumenta significativamente a probabilidade de ocorrer o mesmo à outra variável (embora não necessariamente no mesmo sentido, porque a correlação pode ser negativa ou positiva).

As correlações obtidas foram as seguintes:
- IDH vs. PIB pc = 77.6%
- IDH vs. Kw/H pc = 64.7%
- PIB pc vs. Kw/H pc = 84.9%


Estas correlações expressam duas coisas muito simples:
- quanto maior o Desenvolvimento de um país, maior o consumo energético per capita;
- quanto maior o Rendimento per capita, maior o consumo energético per capita.

Esta segunda relação é, como podem constatar, mais intensa do que a primeira. Presumo que nada disto seja novidade para ninguém mas, em todo o caso, nada como recordar algumas coisas básicas para perceber o que está a contecer. Embora os dados analisados digam respeito apenas ao consumo de electricidade, não há alterações significativas a registar no que diz respeito ao consumo global de energia.

(*) Todos, não! Lesoto, Suazilândia, Namíbia, Botsuana, Butão, Timor-Leste e Territórios Ocupados da Palestina não tinham valores para uma ou para duas das variáveis em análise. O PNUD também deixa de fora um país conhecido internacionalmente por "Farol do Progresso" Norte-Coreano. I wonder Why! Provavelmente por rebentar com as escalas dos indicadores!

6 comentários:

e-ko disse...

faltam os vibradores para todos!!!!

um direito mais do que humano!

Paulo Pedroso disse...

Pela parte que me toca, posso assegurar-lhe que nunca usei aparelhos eléctricos desse género e não faço nenhuma questão de passar a usá-los... e não é por medo do aquecimento global, de certeza absoluta.

Quanto às necessidades alheias, quem sou eu para meter o vibrador, perdão a foice em seara alheia? Nessas matérias, cada um sabe de si!

:-))

No filme Shortbus, há uma personagem que tem dificuldades em atingir o orgasmo e, quando o consegue atingir pela primeira vez, provoca um imenso apagão eléctrico na cidade de Nova Iorque, revelando-se, nesse momento, uma belíssima metáfora sobre a sexualidade humana.

Paulo Pedroso disse...

E-Ko,

Só para que fique claro, deixe-me dizer-lhe o seguinte: não tenho absolutamente nada contra a greve que está a organizar.

Não me custa nada que essa greve seja feita.

Faço uma leitura distinta da sua, e da de muita gente, sobre as causas da subida estrutural dos preços dos combustíveis. Acho que vocês estão a errar o alvo ou não estão a prestar atenção aos factores essenciais.

Considero tratar-se de uma contradição flagrante o facto de dizerem que a subida dos preços se deve à especulação e depois tratarem a GALP, que está longe de definir ou poder influenciar os preços nos mercados internacionais, como alvo da vossa insatisfação.

Desejo-lhe toda a sorte para essa greve, que é muitol bem capaz de alcançar uma adesão massiva, mas não me parece que consigam daí grandes resultados. A não ser que estejam prontos para exigir que a GALP comece a negociar os combustíveis sem qualquer margem de lucro.

Cidadão do Mundo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Opus Dei disse...

Podem apertar as braguilhas que a Controleira já passou

Paulo Pedroso disse...

pequeno cidadão do mundo,

Não, não sou contra a greve! Porque é que tinha de ser?

Mas que coisa mais idiota esta de haver gente que confunde tudo e não percebe nada de nada.

Veja lá que eu até gostei de ver o "Titanic" mas nem por isso adoro que os barcos naufraguem.