Imagem do KAOS
Hoje apetecia-me estar em Éfeso, diante da Grande Biblioteca de Celso, a contemplar o crescente, por entre as ruínas. Adriano já lá não está, e a própria Gotika vacila. Aparentemente, por toda a parte, há blogues que fazem namoros uns aos outros, e uma certa Idade Clássica da Coisa Impressa parece estar a chegar ao limiar de um novo paradigma, como era de prever, desde aquela tirada ordinária da ordinaríssima Clara Ferreira Alves, onde falava do seu próprio passado, presente e futuro.
Quaisquer palavras sobre Portugal são agora intoleráveis: no outro dia, no final de uma escada rolante, discutia, com um velho amigo, como a situação na Aroeira se tornou-se insustentável -- "os pretos", como ele diz... -- os cães abatidos a tiro, de noite, e envenenados, em pleno dia, todas as casas, muradas, já foram vítimas de assalto e violência... Há anos, Los Angeles mergulhou no caos, mercê do fosso que separava os extremos.
Hoje, os extremos estão cada vez mais extremados e estão todos cá dentro, em forma de panela de pressão.
Como suprema humilhação, Cavaco, o Homem da Bomba, capitulou no Tratado de Bilderberg, que promete tornar a Europa numa longa costa de pendor asiático, "low profile", e onde se fará o resto das negociatas que não sobrarem para o Novo Mundo, a Chíndia, o Brasil, o Extremo Sul Africano, os Emiratos e a Angola dos criminosos.
O Sr. Sócrates, de débil formação académica, mas cuja vaidade é inversamente proporcional à sua irremediável mediania foi atacado pelo mesmo P.C.P. que acha que os Chineses estão bem no Tibete. Eu também acho, e os ex-Maoítas à cabeça dessa nova Europa Submissa, com o Presidente da Câmara do Martim Moniz, o Grão-Vizir Tisnado, a dar-lhe as chaves da Cidade, de certeza, sem o meu consentimento, que votei ferozmente CONTRA ele (Fui no P.C.P., de chapa, só para chatear...), assim como a maioria da população urbana, que nem lá pôs os pés.
No frontanário do "Sol", o Sr. Sócrates avança com a temática dos "Tempos difíceis", como se alguns tempos tivessem sido fáceis com ele. Com Sócrates nunca houve tempos fáceis, houve tempos de fraude, tempos de arrogância, tempos de desprezo, tempos de opressão, tempos de descaramento, tempos de escutas, tempos de perseguição, tempos de destruição da liberdade de expressão, tempos de falsificação da realidade, tempos de total falta de vergonha, e tempos muito semelhantes aos que antecedem qualquer regime que está em vésperas de ruir, mas o pior é o que ainda se oculta por detrás. O tratado morno, conhecido por "Tratado de Lisboa", mas correspondente à Constituição de Bilderberg, mal começou a ser ratificado pelas moribundas democracias do "sim-sim" europeu, começou a revelar que não era o que era, ou que já não cumpria o que, nos bastidores, tinha sido prometido. Não foi por acaso que se conjugaram, num zénite negativo, dois astros de uma mediocridade tal, como Sócrates e Durão Barroso, ambos provindos de passados turvos, e com radiososo futuros a acenar. Como dois idiotas, mal foram usados, a Grande Máquina começou a rolar, para impiedosamente os triturar. A versão simples, e mais reles, como o protagonista, é que esteja prometido, na "Nomenklatura" Europeia, um alto posto, para o Sr. Sócrates, depois de ter sido definitivamente vandalizado aqui, ou, em caso de necessidade de fuga, como Herr Cherne. A outra versão, mais optimista, é que haveria um breve fôlego dos amanhãs que tilintam, através de um derradeiro bafo de Fundos Comunitários, para os que ainda os não desviaram o poderem fazer, e depois se porem, fora de aqui, a salvo.
Houve um tempo em que acreditei na Europa, enquanto projecto iluminista de Paz Perpétua. Veio depois a Idade de Ouro, em que os Blocos se digladiavam, para mostrar que detinham a perfeição: nunca a Europa foi tão polida, abundante e exemplar. Com a queda do Muro de Berlim, emergiu a Realidade, começámos por ser a mulher-a-dias que teve de varrer apressadamente, para debaixo do tapete, aquela porcaria que se chamava Alemanha de Leste, e que custou CARÍSSIMO, e, depois, à força, fez-se o frete à América, de qualquer maneira, a engolir os escombros dos Satélites Soviéticos, antes de que o Kremlin redespertasse, com os seus tiques autoritários, de Héron-Castilho, mas em escala ciclópica. Há pouco, vimos a Europa a transformar-se no vórtice dos Estados Ciganos, e o dia virá em que a Albânia assumirá uma qualquer presidência honorária de um continente dilapidado. Em suma, sem o contrapeso de Leste, o Agiotismo, a que muitos ainda dão o nome de "Capitalismo" atingiu histerias de que nem Marx -- que nunca li, excepto as primeiras 5 páginas do "18 Brumário", e nenhuma falta me fez... -- se lembraria.
Já que se falou de Marx, prefiro recordar que vivia à pala da mulher, e que lhe arriava, como compete a qualquer bom filósofo, desde Sócrates, que não tinha tempo de bater na mulher, por andar nos rapazinhos, até Marcuse, que estrangulou a dele, e... enfim, até chegarmos ao rebotalho, daqueles que já nem filósofos são, mas se passeiam por Paris -- Carrilho, "I mean" -- mas cumpriram tudo o atrás descrito, às fêmeas de que se serviram.
"Dinis, o papá já não mora aqui!..."
O jogo do preço dos combustíveis, a jiga-joga da especulação sobre o custo dos cereais, lançada, em última instância, pelos Bancos, transformados em cemitérios de casas de preços exorbitados, e impossibilitados de venderem créditos mal-parados aos vizinhos do lado, e cada vez mais expostos na sua função central de branqueamento de capitais, o derrapar da Inflação e o descarado assumir de que nem todos terão de sobreviver deve ter-se tornado num novo pesadelo para o "Zangado" e para o Marido-Corno da Dona Uva, como se esses cavalheiros fossem capazes de quaisquer escrúpulos ou remorsos.
A verdade é que a MÁQUINA, subrepticiamente, mal se viu com o Tratado na mão, começou a retirar-lhes o tapete.
Algures, na Imprensa Virtual -- que continua a ser central, no nosso tempo -- li que não se pensava em Cenário Alternativo, caso a Irlanda, o único país onde o Tratado vai, obrigatoriamente, ser referendado, o mandasse às urtigas.
Pois muito bem, vamos a isso: se o cozinhado é tal que já não se prevê um cenário alternativo, vamos nós começar a apostar nele, e a fazer força para que a Irlanda o chumbe, em directo.
Malditos filhos do Demo, que iriam imediatamente, com o seu livrinho, por arrasto, pelo cano abaixo...
( Pentágono no "Sol-Arrebenta", "A Sinistra-Ministra", a "Democracia em Portugal", o "KLANDESTINO" e "The Braganza Mothers" )
3 comentários:
Arrebenta, não posso aceitar. É um elogio e uma honra. Agradecídissima.
Mas este não é para mim o momento de começar novos projectos.
Mais uma vez: uma honra. *vénia*
E mais um grande texto. Palavras que também me vão na cabeça mas que já aqui estão escritas. A questão é: sem a Europa, o quê? Não é só a Europa que caminha para abismo. Infelizmente, vai arrebentar mesmo. É uma questão de tempo. Quem ficar vivo contará.
Fenomenal texto...muitos parabens !
Caro mugabe, os "estímulos positivos" nunca me motivaram, tal qual os negativos.
A natureza humana é demasiado torpe para que os estímulos me... estimulem.
Reservo-me o direito de falar disso num texto, que está no relo, chamado "Os Quatro Temperamentos"
Enviar um comentário