domingo, 18 de maio de 2008

Desculpem lá, mas são apenas mais alguns delírios megalómanos, extremistas e fundamentalistas de um doente pelo Aquecimento Global

“O progresso humano não é automático nem inevitável. Somos actualmente confrontados com o facto de o amanhã ser hoje, e colocados perante a urgência cruel do agora. Neste enigma da vida e da História é possível ser demasiado tarde… Podemos gritar desesperadamente para que o tempo pare, mas o tempo ensurdece a cada súplica e continua a passar rapidamente. Sobre as ossadas descoradas e a mistura de restos de numerosas civilizações está escrita uma expressão patética: Demasiado tarde.”
(Martin Luther King Jr.)

As alterações climáticas são um facto científico incontestável. Não é fácil de prever com precisão o impacto inerente às emissões de gases com efeito de estufa, e há muita incerteza científica no que respeita à capacidade de previsão. Mas sabemos o suficiente para reconhecer que estão em jogo sérios riscos, potencialmente catastróficos, incluindo o degelo das calotes glaciares na Gronelândia e na Antártida Ocidental (o que deixaria muitos países submersos) e as alterações no curso da Corrente do Golfo, significando alterações climáticas dramáticas.
A prudência e a preocupação com o futuro dos nossos filhos e dos seus filhos exigem que actuemos agora, como forma de seguro contra possíveis e significativas perdas. O facto de não conhecermos as probabilidades de tais perdas, ou quando terão lugar, não é um argumento válido para não tomarmos medidas de precaução. Sabemos que o perigo existe. Sabemos que os danos causados pela emissão dos gases com efeito de estufa serão irreversíveis por muito tempo. Sabemos que os danos aumentarão por cada dia em que não actuarmos.
Mesmo que vivêssemos num mundo onde todos tivessem o mesmo nível de vida e sofressem o impacto causado pelas alterações climáticas da mesma forma, teríamos, ainda assim, de agir. Se o Mundo fosse um único país, e os seus cidadãos usufruíssem do mesmo nível de rendimentos, e todos estivessem mais ou menos expostos aos efeitos das alterações climáticas, a ameaça de Aquecimento Global podia ainda, no final deste século, provocar danos substanciais ao bem-estar e prosperidade humanos.
Na verdade, o mundo é um lugar heterogéneo: as pessoas têm diferentes níveis de rendimentos e riqueza, e as alterações climáticas irão diferenciar as regiões afectadas. As alterações climáticas já afectam, em todo o mundo, algumas das comunidades mais pobres e vulneráveis. Um aumento de 3ºC na temperatura média nas próximas décadas (em comparação com as temperaturas pré-industriais) resultaria numa série de aumentos localizados que, em algumas regiões, poderiam atingir duas vezes aquele valor. O efeito que as secas, as perturbações climatéricas acentuadas, as tempestades tropicais e a subida dos níveis do mar terão em extensas áreas de África, pequenos Estados insulares e zonas costeiras será sentido durante as nossas vidas. Estes efeitos, a curto prazo, podem não ser muito significativos em termos da totalidade do PIB mundial. Mas para alguns dos mais pobres povos da Terra, as consequências poderiam ser apocalípticas.
A longo prazo, as alterações climáticas são uma ameaça massiva ao desenvolvimento humano e, em alguns lugares, já minam os esforços da comunidade internacional para reduzir a pobreza extrema.
Conflitos violentos, recursos insuficientes, falta de coordenação e políticas ineficientes continuam a atrasar o progresso do desenvolvimento, especialmente em África. Embora se almeje uma adaptação, temos que começar a reduzir as emissões e a dar novos passos rumo à sua mitigação, para que as alterações climáticas irreversíveis, e que já estão em curso, não sejam agravadas nas próximas décadas. Primeiro, é necessário implementar alterações de base, dado o caminho que o Mundo está a tomar. Precisamos de grandes alterações e de políticas novas e ambiciosas. Segundo, haverá custos significativos a curto prazo.

No início do Século XXI, também nós somos confrontados com a “urgência cruel” de uma crise que envolve o hoje e o amanhã – as alterações climáticas. É uma crise que ainda se pode prevenir, mas apenas por enquanto. O Mundo tem menos de uma década para mudar o seu rumo. Não há assunto que mereça atenção mais urgente, nem acção mais imediata. As alterações climáticas ameaçam corroer a liberdade humana e limitar o poder de escolha. Colocam em causa o princípio Iluminista de que o progresso humano leva a que o futuro seja melhor que o passado.
Os primeiros sinais de alerta são já perceptíveis. Hoje, testemunhamos em primeira mão o que pode ser o início do maior retrocesso em desenvolvimento humano durante o nosso período de vida. Olhando para o futuro, o perigo é que o Mundo fique estagnado para depois sofrer um retrocesso no progresso desenvolvido ao longo de gerações, não só na redução da pobreza extrema, mas também na saúde, nutrição, educação e outras áreas. No Mundo de hoje, são os pobres que suportam o maior fardo causado pelas alterações climáticas. Amanhã será a Humanidade no seu todo que enfrentará os riscos inerentes ao Aquecimento Global. A rápida acumulação de gases com efeito de estufa na atmosfera terrestre está a alterar significativamente a previsão meteorológica para as gerações futuras. Aproximamo-nos da beira do abismo, o que se traduz em eventos imprevisíveis e não lineares, que podem abrir a porta a catástrofes ecológicas – nomeadamente o acelerado degelo das calotes glaciares – que irão transformar os padrões de colonização humana e minar a viabilidade das economias nacionais.
Alguns comentadores continuam a apontar para a incerteza acerca dos resultados futuros para justificar uma resposta limitada às alterações climáticas. Ainda agora estou recordado que, a primeira vez que vi a nossa colega E-Ko escrever sobre estas matérias, enfiou um “EVENTUAL” antes de “AQUECIMENTO GLOBAL”. Esse é um mau princípio. Há, de facto, muitas incertezas: a ciência climática lida com probabilidade e riscos, não com certezas. O mesmo se aplica à Sociologia! No entanto, se valorizamos o bem-estar dos nossos filhos e netos, até pequenos riscos de catástrofe merecerão uma abordagem de precaução baseada no seguro.
Se falharmos na resolução do problema das alterações climáticas será porque fomos incapazes de fomentar a vontade política de cooperar. Tal resultado representaria não só falta de imaginação e liderança políticas, mas seria também uma falha moral sem paralelo na História. Durante o Século XX, falhas na liderança política conduziram a duas guerras mundiais. Milhões de pessoas pagaram um preço muito elevado por aquilo que eram catástrofes evitáveis. As perigosas alterações climáticas são a catástrofe evitável do Século XXI e dos séculos vindouros. As gerações futuras julgar-nos-ão com rudeza por termos olhado para a evidência das alterações climáticas, termos percebido as consequências e termos, ainda assim, continuado num caminho que consignou milhões dos povos mais vulneráveis à pobreza, e colocou as gerações futuras perante o risco de um desastre ecológico.
Tal como já anteriormente disse, em anteriores publicações, actualmente vivemos num Mundo dividido a vários níveis. Os povos estão afastados por profundos hiatos de riqueza e oportunidade. Em muitas regiões, nacionalismos rivais são a fonte de conflito. Demasiadas vezes, as identidades religiosas, culturais e étnicas são tratadas como fonte de cisões e diferenças para com o outro.
Se todos os povos do Mundo emitissem gases com efeito de estufa ao mesmo nível de alguns países industrializados, precisaríamos de 9 Planetas. A atmosfera da Terra não distingue os gases com efeito de estufa por país de origem. Uma tonelada de gases com efeito de estufa emitida pela China tem o mesmo peso que uma tonelada de gases de efeitos de estufa emitida pelos EUA. Nenhum país consegue vencer a batalha contra a mudança climática agindo sozinho.
Há 5 anos, o Mundo ainda debatia se as alterações climáticas estavam a acontecer e se eram, ou não, provocadas pelo Homem. O cepticismo perante estas alterações representava uma indústria em crescimento. Ainda hoje há quem ache que o Aquecimento Global é apenas “EVENTUAL”!!!. Hoje o debate terminou e o cepticismo é uma perspectiva cada vez mais à margem.
Há 20 anos o ambientalista brasileiro Chico Mendes morreu ao tentar defender, da destruição, a floresta tropical da Amazónia. Antes da sua morte, falou dos laços que uniam a sua luta local com o movimento global para justiça social: “primeiro pensei que lutava para salvar as seringueiras, depois pensei que lutava para salvar a floresta da Amazónia. Agora sei que lutava pela Humanidade”.
Representando 15% da população mundial, os países ricos contam com quase metade das emissões de CO2. O grande crescimento na China e na Índia está a conduzir uma convergência gradual de emissões totais. Para evitar alterações climáticas perigosas, será necessário que as nações ricas reduzam as suas emissões em pelo menos 80%, com reduções de 30% em 2020. Emissões dos países em vias de desenvolvimento deverão ter um máximo próximo de 2020, com reduções de 20% em 2050.
As emissões de CO2 relativas a energia aumentaram drasticamente desde 1990, anos de referência para as reduções acordadas mo Protocolo de Quioto. A maioria dos que o ratificaram não estãoa conseguir atingir as suas metas. O Protocolo de Quioto não colocou restrições quantitativas nas emissões dos países em vias de desenvolvimento. Se os próximos 15 anos de emissões seguirem a tendência dos últimos 15, alterações climáticas perigosas tornar-se-ão inevitáveis. As estimativas para o uso de energia apontam precisamente nesta direcção ou pior. Os 20 mil milhões de dólares americanos que se previa serem gastos entre 2004 e 2030 para dar resposta à procura de energia podem colocar o mundo numa trajectória insustentável. Os baixos níveis de eficiência energética nos países em vias de desenvolvimento são actualmente uma ameaça aos esforços de mitigação das alterações climáticas.
As alterações climáticas colocam a Humanidade perante árduas escolhas. Podemos evitar retrocessos no desenvolvimento humano e riscos catastróficos para as gerações futuras no Século XXI, mas só escolhermos agir com um sentido de urgência. Esse sentido de urgência está actualmente em falta. Os governos podem fazer uso da retórica ao falarem de uma “crise de segurança global” sempre que se referem ao problema das alterações climáticas, mas as suas acções – e inacções – ao nível das reformas das políticas energéticas dizem-nos algo diferente. O ponto de partida para a liderança e para a cação políticas por parte dos governos deve ser o reconhecimento de que estamos perante aquela que poderá ser a mais grave ameaça que alguma vez assolou a Humanidade. Encarar essa ameaça criará desafios a muitos níveis. Talvez o mais fundamental de todos respeita ao modo como pensamos o progresso. Não poderia haver nada mais claro do que o clima para demonstrar que criação de riqueza não é o mesmo que desenvolvimento humano. Sob as actuais políticas energéticas, a crescente prosperidade económica caminhará de mãos dadas com as crescentes ameaças ao desenvolvimento humano de hoje e ao bem-estar das gerações futuras. Mas o crescimento económico intensivo em carbono é sintomático de um problema mais profundo. Uma das lições mais difíceis que as alterações climáticas nos ensinam é que o modelo económico subjacente ao actual crescimento, e o consumo imoral dos países desenvolvidos que lhe é inerente, é ecologicamente insustentável. Não poderia haver maior desafio às nossas concepções sobre o progresso que a necessidade de reconduzir as actividades económicas e de consumo na direcção de uma harmonia com as realidades ecológicas.

E eu adorava que os indigentes intelectuais dissessem o que é que aqui está escrito que seja falso, o que é que neste texto é sintoma de megalomania ou o que é que há aqui de extremismo fundamentalista. Se é que é muito pedir que comprovem e sustentem as suas afirmações. Ou será que só são cobardes no uso do ataque pessoal, em vez de terem coragem para enfrentar factos e argumentos? Digam-me, acham mesmo que tudo isto são delírios? O que é que eu escrevi que seja sintoma de delírio?
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Nota Final: A Nossa colega E-ko escreveu isto, num comentário lá para baixo: "e o mais curioso, de que não fala e que nem quer ver, é que uma cadeia de grandes superfícies (Intermarché, para não nomear) baixou os preços dos combustíveis de 12 centimos... se eles podem os outros também deverão poder mas não o fazem..."
Ou seja, segundo a nossa colega, as empresas andam cá para abdicar por completo das suas margens de lucro. É isso que se depreende das suas palavras porque, veja-se bem, se o Intermarché pode, os outros também podem mas não o fazem. Sucede que ela devia saber (e ela admitiu que sabia) que o Intermarché abdica por completo das margens de lucro nos combustíveis porque tem ao lado um outro negócio onde o dinheiro acaba por cair de outra forma, na compra de bens alimentares e outros. Sucede que as companhias petrolíferas não têm um negócio ali ao lado para compensar a ausência de lucro no seu principal negócio. Por isso, veja-se bem até onde chegam os patamares "opinativos" (ou serão factos?) desta gente. Se o Intermarché pode abdicar totalmente dos seus lucros, os outros também podem!!! Claro que podem. Aliás, nem sei porque é que as empresas se chamam empresas. Podiam muito bem ter-lhes dado o nome de Santa Casa da Misericórdia. E, entenda-se, eu sei que é possível reduzir os lucros das empresas. Mas não faço demagogia barata, como certos grandes "experts", que acham por bem exigir que as petrolíferas abdiquem por completo dos seus lucros. Afinal, se o Intermarché pode, as outras empresas também devem poder, não é?

18 comentários:

Paulo Pedroso disse...

Ao contrário do que certas pessoas distraídas julgam, eu não me tenho centrado no problema do Aquecimento Global.

Tenho-me centrado em 3 grandes ameaças para as próximas décadas, a saber:
- Aquecimento Global;
- Esgotamento dos recursos energéticos fósseis, com o petróleo à cabeça;
- Aumento desmedido dos volumes demográficos humanos na Terra.

Já que a nossa cara colega E-Ko me acusou de ser um fundamentalista do Aquecimento Global, achei por bem produzir um texto exclusivamente centrado nessas matérias, só para ver se ela, ou algum dos anónimos que lhe fazem companhia, são capazes de dizer quais os sintomas de delírio e/ou de fundamentalismo.

Sim, porque eu até estou deveras preocupado: nunca se sabe se sofro dos dois males em simultâneo. Será um caso a esclarecer por parte da nossa "psicóloga" E-Ko! Quem sabe, com um pouco de sorte, depois de ler este texto ainda é capaz de descortinar mais umas quantas doenças e defeitos.

Anónimo disse...

Este coitado imbecil, continua com a sua pretensiosa saga retórica como se estivesses a descobrir o,......petróleo!

Força E-Ko,...dá-lhe na cabeça que o boçal merece, só por isso (por enquanto)já estou apaixonado por si !!

katrina a gotika disse...

Continuando, é preciso mudar o nosso estilo de vida moderno e torná-lo mais natural. Rural, mesmo. E porque não? Preferível do que a hecatombe. Eu voto sim.

Agora quanto à disputa E-ko/Pedroso, do ponto de vista de quem não tem nada que se meter no assunto, mas metendo, claro que a E-ko se preocupa com o aumento do preço dos combustíveis no presente desta sociedade auto-dependente e que o Paulo Pedroso se preocupa com o momento em que os combustíveis se acabarem, no futuro.
Vou fazer de mãe por uma única vez e dar uma palmada na mãozinha dos dois. A mim o que me preocupa é a guerra pela água que se seguirá. Isso, sim, pode ainda ser evitado. Por isso vamo-nos deixar de guerrinhas inúteis e pensar no que é mais importante, ou seja, como vamos sobreviver depois do estouro.
Sim, porque a E-ko ainda está no aqui e agora e o Paulo Pedroso já está no futuro mas também não quer acreditar no estouro. (Basta faltar o bom senso aos governos em relação às petrolíferas e o estouro dar-se-à mesmo.)
Vamos é pensar no futuro do futuro e garantir que temos água para beber. Esqueçam lá a gasolina um bocadinho.

Anónimo disse...

+Pra além de pedófilo ainda se pensa como um filósofo da tanga.

Unknown disse...

Essa acusação do "Pedófilo" parece que já vinha de uma das engenhosas criações do "lixo humano"

http://braganza-mothers.blogspot.com/2007/07/nota-edibloguetorial.html#links

e continua por aqui. Há uma hipótese que aponta para outras espantosas razões para esta persistência, mas lá voltaremos, quando e se, for preciso

Unknown disse...

Será que o marido realmente sabe onde a "esposa" passa as noites?...

Paulo Pedroso disse...

Caríssima Gotika,

Uma vez mais vou ter de lhe dar razão. E agradeço as suas palavras de "mãe" porque eu próprio tenho noção que, quando recorrem ao ataque pessoal, me sobem as especiarias ao nariz e respondo na mesma moeda.

Não gosto de o fazer e não gosto de me ver nesse papel. Sucede que eu gosto de lidar com pessoas que, discordando ou não de mim, discutem as ideias e não a pessoa. E, lamentavelmente para a E-Ko, ela entrou pelo caminho da classificação pessoal e dos processos de intenções. Melhor teria feito se, em vez de seguir o caminho de me rotular como fundamentalista, fosse capaz de me perguntar directamente se eu estava a fazer a apologia da subida dos preços dos combustíveis. Tivesse perguntado e teria recebido uma resposta cordata.

Eu tenho feito um esforço para explicar e antecipar uma série de tendências e mudanças da sociedade moderna, tentado alertar para as ameaças e os riscos que a Humanidade corre. Presumo eu que quem avisa é amigo. Acho estranho, no mínimo, que alguns considerem os meus avisos realistas como se eu os estivesse a ameaçar. Confundem o mensageiro das más notícias com o conteúdo das mesmas e atiram-se a ele como se achassem que os riscos diminuem ou que as ameaças para a Humanidade desaparecem se eu me calar.

O mais extraordinário disto tudo, e que é um paradoxo impressionante, é o facto de vermos os maiores detractores da Globalização e do Neo-Liberalismo a tomar uma posição de total confiança na capacidade do mercado resolver, com um passe de varinha mágica, a substituição das necessidades energéticas petrolíferas por outras soluções. Estão à espera que, quando se acabar o petróleo, uma solução milagrosa cairá do céu, providenciada pelo Mercado e pela Globalização.

Solução que, nem sequer percebem, terá de ser muito melhor que o petróleo já que terá de alimentar as necessidades crescentes de uma população mundial crescente.

Quanto à água, esse é um assunto ão qual não tenho prestado muita atenção, mas nem por isso a Gotika deixa de ter inteira razão quanto ao que diz. No fundo eu não tenho falado muito do problema da água porque, em certa medida, a maior parte da população já está relativamente alerta e informada sobre esse problema.

Eu tenho-me centrado mais em problemas ou ameaças que, julgo eu, a maior parte das pessoas parece não querer discutir ou mesmo em relação às quais não quer sequer pensar, como é o caso da depleção petrolífera ou o galopante crescimento demográfico.

Porque, para além das ameaças que tenho abordado, há de facto muitas outras a considerar. Mas, como já disse anteriormente, a maior de todas as ameaças é aquela que está à nossa frente e ninguém quer discutir ou enfrentar.

:-))

Paulo Pedroso disse...

Sim, é isso mesmo, Mugave, eu sou um filósofo de tanga.

E, já agora, isso é visível ou compropável em que passagens do meu texto, pode saber-se? Ou é pedir muito a tão grande sumidade?

Paulo Pedroso disse...

Continuo à espera que me sejam apontadas as evidências de fundamentalismo, extremismo ou delírio que me foram dirigidas.

Não precisa de ser a E-Ko. Basta que um dos anónimos que por aqui campeiam seja capaz de o fazer.

Vá lá, aqui nem sequer estamos a falar de comunismo. Não deve ser assim tão difícil demonstrar o quão fundamentalista e extremista eu sou. Ou sou eu que estou a delirar por pedir semelhante honestidade intelectual?

Anónimo disse...

Pedroso, eu nunca assino Anónimo porque gosto que me identifiquem, coloco portanto um qualquer nome,...mas Anónimo nunca. Embora eu esteja de acordo que o meu amigo seja um tangas claro!!

e-ko disse...

gotika,

esclareço: estou mais do consciente e preocupada com a situação já actual e num futuro muito próximo, e há muitos anos, já nos anos setenta, li muitos textos sobre as questões de ecologia e sobre as previsões de extinção do petróleo, que já datavam dos anos sessenta, entre outros do MIT e do "Clube de Rome" (em inglês e francês, claro, nesses anos nada existia em português nem em Portugal sobre estes assuntos).

desde que tive conhecimento dos riscos que a humanidade corria com o crescente consumo de recursos naturais (nos anos setenta e oitenta ainda; nos bairros residenciais das grandes cidades da Europa, passando a partir das 23 horas nas suas ruas, as famílias punham nos passeios todos os móveis, electrodomésticos e vestuário, que mudavam com alguma breve periodicidade e com pouco uso, para que os serviços camarários os transportassem para os cemitérios de frigoríficos e máquinas de lavar). O poder de compra das classes médias e médias baixas desses países era considerável em relação ao actual poder de compra dos portugueses de classes idênticas e foi preciso que acontecessem os dois choques petrolíferos, que se iniciaram entre 1973 e 1974, para que os poderes públicos desses países tomassem "consciência" e medidas para evitar o caos que se gerou na altura e reduzir os consumos de carburantes, tendo os produtos de base aumentado para o dobro em pouco tempo pelo custo dos transportes e que levou à isolação térmica do parque habitacional que se aquecia de outubro a maio sem restrições, e sem estados de alma, com um combustível baratíssimo, e ao fabrico de motores automóveis menos gulosos, e, ainda, nada a ver, em termos de gastos de energia, com o que se passava e ainda se passa nos Estados Unidos.

desde muito cedo na minha vida, adoptei um modo de vida respeitoso do ambiente e, é por aqui, pela pequena revolução pessoal nos nossos modos de vida que também se luta contra a extinção, corrupção ou delapidação de recursos naturais, incluindo a água, que devemos começar e, pela nossa acção cívica, exigir dos poderes públicos e agentes económicos (estes também têm de ser "educados"), políticas e acções globais concretas para que se possam inverter tendências.

quando defendo um boicote ao consumo de carburantes é porque tenho consciência de que esta situação de crescente especulação e de estranhos lucros fabulosos das empresas do sector, vai prejudicar, neste presente imediato, o poder de compra, já bem reduzido de metade da nossa população, prejudicar o desempenho de pequenas empresas que são um motor importante da nossa economia, impossibilitar a criação de emprego para alguns dos inúmeros desempregados deste país e manter o fraco crescimento económico de que sofremos todos.

não se pode prescindir dum dia para o outro do petróleo mesmo que todos nós reduzamos o nosso consumo pessoal de metade, pessoalmente, o meu consumo desses produtos é praticamente nulo e não tenho nenhum interesse pessoal nesta questão, mas o horizonte do desaparecimento do ouro negro não me faz esquecer a realidade actual e, não há razão para que uma meia dúzia encha os bolsos continuamente, que viva na opulência pronográfica dos lucros que fazem, numa guerra surda, contra as classes menos abonadas... os objectivos a atingir por políticas económicas, ao nível do planeta, não devem prejudicar os que já estão mais desprotegidos.

se o Paulo Pedroso está tão preocupado com o consumo crescente dos países de economias emergentes como a India e a China e que acha que estão a reproduzir-se a um rítmo preocupante, que vá divulgar as suas brilhantes lições junto dos governos desses países, contra o que ele considera as ameaças:

"Tenho-me centrado em 3 grandes ameaças para as próximas décadas, a saber:
- Aquecimento Global;
- Esgotamento dos recursos energéticos fósseis, com o petróleo à cabeça;
- Aumento desmedido dos volumes demográficos humanos na Terra."

sim, porque pela Europa e em particular por Portugal não é o crescimento demográfico que pode representar uma ameaça... e como sociólogo deveria saber que, com o aumento do nível de educação e económico, a demografia baixa progressivamente... mas não aborda o problema da África... pois, podem reproduzir-se à vontade que os governantes desses países, estilo Eduardo dos Santos, se encarregam de manter as populações na miséria para nunca virem a consumir os recursos que tanta falta fazem aos ocidentais! as suas preocupações não são ecológicas no sentido largo, centram-se na questão do aquecimento global, na gestão dos recursos energéticos fósseis e na ameaça suprema que representa a marabunta humana que prolifera nos países asiáticos... a água, a gestão das toneladas de lixo e de sacos plásticos não biodegradáveis (já há alguns anos que existe plástico biodegradável feito a partir de matéria vegetal e não do petróleo, mas es empresas não têm estado muito empenhadas!... aqui também há muito trabalho a fazer, Paulo, vá fazer uma divulgação séria dos seus trabalhos "académicos" junto da classe económica!... boa sorte!) que os países ocidentais têm profusamente atirado para a natureza não lhe interessa...

meis dúzia de "grandes verdades" inconvenientes podem esconder milhares de pequenas verdades ainda mais inconvenientes!

Anónimo disse...

Ah, é que nem duvides, ó Pedroso.

Só venho aqui para me rir. Aliás foi sempre isso o que o Arrebenta pretendeu que este blog fosse: de humor.

E tu tens sido uma estrela, ó Pedroso.

e-ko disse...

e nesta questão de verdades pouco ou muito inconvenientes que escondem outras, quero fazer algum esclarecimento no que o Paulo Pedroso escreveu a propósito dum comentário de um anónimo: "Isso que trava a fome e a miséria na Europa é mesmo inspirado nos ideais socialistas."

"Não me faças rir! O Estado Social é tanto o resultado das políticas Social-Democratas quanto das políticas dos Conservadores de Direita, nomeadamente das democracias-cristãs.

O Estado social foi essencialmente construído depois da II Guerra Mundial. Sei que não deves gostar mas vai ver quem ocupou o poder em países como o Reino Unido, a Alemanha e a França, de 1945 a 1990 período em que se construíram os Estados Sociais.

Verás que, em qualquer um desses países, os partidos de Direita estiveram mais tempo no poder do que os de Esquerda.

A França foi o país em que se registou maior equilíbrio na repartição de anos no poder, ainda que com predominância da Direita.

Na Inglaterra, os Conservadores estiveram no poder bastante mais tempo que os Trabalhistas.

E, na Alemanha, nem se compara o tempo que a CDU esteve no poder em relação aos de governo do SPD.

Não tentes ficar com vitórias que não são apenas da Esquerda, que isso fica-te mal. Nunca te disseram que roubar é feio?

PS: sabes, cobardolas, na minha vida nunca fui apresentado a nenhum "Anónimo" pelo que não sei onde foste buscar a ideia perfeitamente absurda de que sou vaidoso. Posso ter muitos defeitos mas esse não tenho de certeza absoluta, ok?"

é uma verdade que os estados sociais dos nossos países europeus foram feitos por políticas de governos de direita e centro direita, o que não diz, caro Paulo Pedoso, porque não sabe ou finge esquecer, é que esses governos europeus de direita, tiveram de ceder às lutas dos operários de base por intermédio dos seus sindicatos e associações de educação popular(e aqui estavam os ideais socialistas que refere o anónimo desenvolvidos desde o século 19 por décadas de lutas)

até meados dos anos oitenta os sindicatos europeus tinham uma força de negociação considerável, como ainda se verifica na Alemanha... os estados "paternalistas cristãos democratas" de direita nunca deram nada de mão beijada às bases, nem mais tarde os de esquerda, aliás, que herdaram situações económicas calamitosas quando se começaram a verificar as alternâncias...

quando era preciso, para defender os seus direitos, as classes operárias faziam greves que poiam ir até paralizar por alguns dias as economias desses países ou um ou outro sector de actividade.

se não sabe informe-se, leia e deixe de escamotear as verdades que não lhe dão jeito!

como é que as suas verdades podem ser credíveis, se não tem uma visão global dos problemas... é por aqui que digo que a sua atitude está a tornar-se fundamentalista!...

Paulo Pedroso disse...

Uma vez mais, E-Ko,

Confunde a constatação de factos, com processos de intenções. Se tivesse lido (terá lido) todos os textos que publiquei sobre estes assuntos, aqui no Braganza, já teria lá encontrado muitas referências aos consumos excessivos dos países desenvolvidos.

Diz você: "que os países ocidentais têm profusamente atirado para a natureza não lhe interessa...". Ora aqui está algo que não deveria ter escrito. Não só esta publicação o refere, como já anteriormente me tinha referido a ela. O que eu tenho referido, isso sim, é o problema complicado que resulta, para a Humanidade, de agora se estar a duplicar e a triplicar os efeitos nefastos já produzidos pelos países desenvolvidos. Negar esta evidência é apenas sinal de irresponsabilidade e sinal de que se prefere enterrar a cabeça na areia.

Diz a E-ko: "se o Paulo Pedroso está tão preocupado com o consumo crescente dos países de economias emergentes como a India e a China e que acha que estão a reproduzir-se a um rítmo preocupante, que vá divulgar as suas brilhantes lições junto dos governos desses países..:". Está com isto a querer dizer que as minhas conclusões, não sendo "brilhantes", são falsas? Das duas uma, ou são falsas e incorrectas ou são verdadeiras e precoupantes. Qual é, então a sua posição sobre as minhas "brilhantes" conclusões? São erradas? São fundamentalistas? Diga de vez onde encontra, nos meus textos, fundamentalismo, delírio ou falsidade. Não se limite a repetir sound-bytes sem precisar o conteúdo do que critica.

Não vou agora discutir a construção do Estado Social que não é isso que me tráz aqui agora. Limito-me a constatar a falsidade de que os governos de Direita, dos países europeus, nomeadamente França, Reino Unido e Alemanha, tenham implementado medidas de protecção social apenas por pressão das forças de Esquerda. Isso é uma rematada falsidade. É tão falso isso como agora é verdade que os governos socialistas se preocupam mais com a protecção social das populações. Muitos governos socialistas da Europa actual são mais neo-liberais do que muitos partidos de índole Conservadora ou Democratas-Cristãos.

Diz também: "se não sabe informe-se, leia e deixe de escamotear as verdades que não lhe dão jeito!
como é que as suas verdades podem ser credíveis, se não tem uma visão global dos problemas... é por aqui que digo que a sua atitude está a tornar-se fundamentalista!..."

Já sabemos que a visão global dos problemas é a E-Ko que a tem. Até pretende ensinar Sociologia básica a um Sociólogo e nega evidências sobre as razões que estão na base dos aumentos estruturais das cotações do petróleo.







A discussão sobre o Estado Providência, se não se importa, fica para depois. Agora, estou à espera de um pouco de verticalidade da sua parte, porque gostaria que me dissesse quais as partes do meu texto onde encontra fundamentalismo, extremismo, delírio ou megalomania.

Se é que é pedir muito!

Paulo Pedroso disse...

Anónimo 15:17,

Ainda bem que te ris tanto com o facto do Planeta Terra ter de enfrentar riscos e a meaças tão grandes como aquelas sobre as quais me tenho debruçado.

É apenas e só um sintoma da debilidade intelectual de muitos seres humanos. Consideramo-nos a espécie mais inteligente à face da Terra e, no entanto, pouco nos importa que estejamos em rota de colisão com as possibilidades ambientais e com o equilíbrio ecológico.

Eu julgava que o meu texto era sério e preocupante. Assim como há néscios que não percebem uma piada também há débeis mentais que riem alarvemente de coisas sérias.

Parece ser o seu caso.

Paulo Pedroso disse...

Curioso: sou um intelectual de pacotilha, um tangas e sabe-se lá mais o quê, mas ninguém é capaz de me dizer quais as afirmações exageradas, fundamentalistas, delirantes ou megalómanas do que escrevi.

Será que também se estão a rir com o conteúdo deste texto, encontrando nele razões para se divertirem, em vez de verem nele razões para se preocuparem?

Anónimo disse...

Debil mental ou não, eu rio-me, nós os indigentes rimo-nos,... de ti. E parece que estás a ser um sucesso.

Paulo Pedroso disse...

Porquê, querido, és capaz de me dizer o que é que há de risível no que publiquei?

Ou só te ris por rir, como os néscios?