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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Mais Antiamericanismo

Esta vai assim, a correr e sem estilos literários, que atirar pérolas a porcos era coisa que já Lord Byron, com toda a sua aristocracia, dizia dos portugueses e de Sintra.
Várias acusações recorrentes ouvimos dos antiamericanos, em relação aos EUA, que, vindas da África, da Ásia ou da América do Sul, assumem uma dimensão zenitalmente ridícula mas que, tendo origem na velha Europa, não podem deixar de nos fazer sorrir. Essas acusações, repetidas à saciedade nos dircursos antiamericanos, são as seguintes:
- Anti-democráticos
- Totalitários
- Fascistas
- Imperialistas
- Belicistas... (entre muitos outros mimos)
Quantas vezes não ouviu já os civilizados europeus proferirem estas acusações? Seria de espantar que, sendo nós tão civilizados e conhecendo nós tão bem a nossa civilizada História, não sejamos capazes de sorrir de espanto perante tamanhas atoardas. No entanto, estas acusações escorrem da boca dos antiamericanos raivosos a todo o momento e parece que ninguém tem espírito crítico suficiente para livremente questionar estes discursos... Mas isso, como bem sabemos, é apenas um sinal de Avanço Social... Adiante!
Então, os EUA são anti-democráticos? Julgava eu que, desde a sua fundação, 1776, os EUA sempre tinham sido um país livre, democrático (dentro dos limites contextuais da época) e plural. Segundo os antiamericanos não é assim. Aliás, como bem recordamos, o "essencial" da visão europeia sobre os EUA resume-se à ideia de que eles passaram directamente da barbárie à decadência, sem nunca terem snifado civilizados pozinhos de rapé.
Eu gostaria de recordar, limitando-me APENAS ao que sucedeu no último século, que, enquanto os EUA sempre foram uma democracia (apesar das suas discriminações raciais... que, como sabemos, nunca existiram na Europa), a civilizada Europa, perdão, a civilizadissima Europa, andou entretida a coleccionar regimes totalitários, uns atrás dos outros, numa sequência de horrores altamente civilizados, a ver quem é mais civilizado, ora-agora-sou-eu-ora-agora-és-tu. Portanto, segundo os altamente esclarecidos e civilizados europeus, os incivilizados e os anti-democráticos da pior espécie são os habitantes dos EUA e, os Europeus, pois claro, são os verdadeiros aristocratas do refinamento, da cultura democrática, da liberdade.
Só é pena que, no último século (valerá a pena recuar mais?), a Europa tenha sido um exemplo de colecção de totalitarismos, qual deles os de pior espécie, alguns com décadas de existência e, curiosamente, como somos muito civilizados, até nos demos ao cuidado de viver diversificadamente esse civilizado totalitarismo: Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Grécia, Jugoslávia, Polónia, Checoslováquia, Hungria, RDA, Roménia, União Soviética, etc, foram exemplos vivos e flagrantes da altíssima civilização anti-totalitária europeia. E os EUA é que são anti-democráticos, certo? Só nos falta ouvir, aos antiamericanos, a afirmação de que a Europa de hoje é que é civilizada... Isto é, que é civilizada depois de ter abandonado esses totalitarismos. O que, quer dizer, no mínimo que, afinal de contas, os EUA têm mais "História" que a Europa. Mas, é claro, isso não dizem porque, como sabemos, já somos civilizados há muitos séculos e ninguém quer abdicar de séculos de civilização. Deve ter sido por isso mesmo que coleccionámos tantos regimes totalitários.
Então, os EUA são totalitários? Tendo em conta que esse país nunca sofreu um único golpe de Estado, nenhuma tentativa de assalto ao poder, nenhum golpe militar, é uma acusação deveras caricata, tendo em conta que ela é proferida por europeus... dos civilizados, certamente, isto é, daqueles que sabem distinguir as fantasias dos factos. Aliás, sobre totalitarismos, talvez fosse importante recordar aos mais distraídos, que as acusações primárias dirigidas aos EUA partem precisamente daqueles que sabemos terem discursos totalitários, à Direita ou à Esquerda. É curioso ver como os deserdados do Muro de Berlim e os Neo-Nazis partilham com tanto gosto os discursos antiamericanos. Talvez muitos não se recordem mas, no 11 de Setembro de 2001 e dias seguintes, ouviram-se festejos e abriram-se garrafas de champanhe na civilizada Europa e foram logo os civilizados sindicalistas e simpatizantes dos Partidos Comunistas Europeus, assim como os não menos civilizados apoiantes das Extremas-Direitas, a começar pelos refinados apoiantes de Jean-Marie Le Pen. Portanto, só pela composição altamente civilizada destas orquestras, devíamos concluir alguma coisa sobre a autenticidade dos discursos. Mas, enfim, até a distracção deve ser civilizada.
Já agora, talvez seja por demais (in)conveniente recordar que, na civilizadíssima França, ainda não há muitos anos, se viveu a vergonha de um candidato totalitário (Le Pen, nem mais) lutar pela presidência da república, tendo alcançado a segunda volta e ultrapassado a Esquerda democrática. E, se acrescentarmos aos votos de Le Pen, os votos obtidos pelos candidatos da Extrema-Esquerda, ficamos com uma excelente ideia sobre a magnífica concepção que impera, entre os civilizados europeus, sobre a Democracia e o Totalitarismo. Portanto, na velha França, uma percentagem elevadíssima dos democráticos votos dos civilizados cidadãos europeus são destinados a candidatos que defendem discursos totalitários (à Esquerda e à Direita) e, pasme-se, nem por isso perdem o seu verniz civilizacional e os EUA, esses sim, é que são totalitários.
Pois, então, os EUA são Fascistas! Como, nunca ouviu dizer? Não é esta uma frase absoluta? Um dogma? Pois, os EUA poderão ter muitos defeitos mas, certamente que este não têm... pelo menos se tivermos a hombridade de colocar na balança as capacidades fascistas já demonstradas pelos civilizados europeus. A não ser que, para tão civilizadas cabecinhas, os fascismos (e principalmente os seus excessos) sejam perdoáveis na Europa e sejam imperdoáveis nos EUA. O problema é que, com o mais rombo dos instrumentos de medição, é possível comparar o fascismo dos EUA com as experiências levadas a cabo pelos civilizados europeus e, fazendo batota, concluir que eles tenham sido ou sejam mais fascistas do que alguma vez nós fomos. Perdoamos, assim, a Hitler, a Mussolini, a Salazar e a Franco, todos os seus horrores, apenas para podermos execrar os EUA como o mais fascista de todos os regimes que a Terra já viu.
Continuando na senda do Totalitarismo, deve ser um pequeno pormenor, insignificante aos olhos dos antiamericanos, recordar esse estranho facto de terem sido os cultos, educados, refinados e civilizados europeus que inventaram as duas piores ideologias que já pisaram a face da Terra (Nazismo e Comunismo) e que foram precisamente europeus que, em nome dessas ideologias, num impressionante sinal da sua elevadíssima, portentosíssima, magnificente e esplendorosa civilização, conduziram a barbárie a níveis jamais vistos ou imaginados. Eu agradeço ao acaso, e os crentes devem agradecer aos céus, pelo facto da imaginação europeia ter alcançado patamares tão elevados de civilização. Portanto, os europeus inventam duas ideologias perfeitamente aberrantes e execráveis, elevam a barbárie a limites jamais presenciados, assassinando em massa dezenas de milhões de seres humanos e os EUA é que são bárbaros, decadentes e incivilizados?
Ah, sim, é claro que os EUA são belicistas e imperialistas. Mais uma frase que de certeza já ouviu e que deve soar nos seus neurónios como uma verdade insofismável, certo? Ora, como bem sabemos, os EUA já andaram metidos numa série de conflitos militares, os mais mediáticos dos quais no Vietname e agora no Iraque. Talvez fosse importante recordar que, conflitos como o do Vietname decorreram precisamente das impotências de algumas potências europeias e que, precisamente quando os EUA andavam aos tiros por aquelas regiões da Ásia, a civilizada França andava aos tiros na Argélia e outros países europeus andavam ou tinham andado recentemente aos tiros noutros lugares. E talvez seja de todo inconveniente recordar que a magnífica embrulhada existente, desde há décadas, no Médio Oriente, é, em grande medida, o resultado das grandes ocupações imperialistas das grandes e civilizadas potências europeias e ainda, que muitos conflitos hoje existentes no Médio Oriente, decorrem precisamente dos clamorosos e ignóbeis erros cometidos por franceses, ingleses, italianos e alemães, entre outros, desde o início do Século XX até ao final da II Guerra Mundial. Mas isso, obviamente, devem ser pequenos pormenores que não têm nada a ver com a civilizada Europa. Afinal de contas, a herança de Pilatos faz parte da nossa civilizada Cultura Europeia...
E, já que falamos de Guerra e os EUA são tão vivamente acusados de belicismo, talvez fosse conveniente recordar esse facto desprezível (em todos os sentidos) de termos sido nós, civilizados europeus a desencadear uma Primeira Guerra MUNDIAL. Tudo, obviamente, porque éramos e somos o supra-sumo da civilização. Aliás, ainda hoje temos uma série de povos que não param de realizar procissões a caminho da Europa, entoando hossanas, pelo facto de sermos tão civilizados. Eles só nos podem agradecer por sermos tão civilizados e termos desencadeado a Primeira Guerra Mundial. Esses povos ainda hoje nos agradecem entusiasticamente porque, como podem crer, eles têm imaginação suficiente para perceber o que teríamos feito se não fossemos tão civilizados. Eu confesso que partilho dessa satisfação por sermos tão civilizados. Caso contrário, nem quero imaginar!
Mas, continuando a falar de belicismos, não ficámos civilizacionalmente contentes. Por isso, como não nos bastava termos desencadeado uma Primeira Guerra MUNDIAL, achámos por bem que a civilização podia ser elevada a novos patamares. Foi o que fizemos: Arranjámos uma II Guerra MUNDIAL! Mas, não há problema! Nós, somos os civilizados. Os belicistas, como bem sabemos, são os EUA. Que, aliás, tiveram de se meter duas vezes nestas embrulhadas europeias, a segunda vez, por sinal, para evitar que a Europa Ocidental ficasse ainda mais totalitária do que já era anteriormente. Já para não falar da magnífica capacidade de decisão e de intervenção dos europeus, em relação aos recentes conflitos resultantes do desmembramento dos Balcãs, porque tiveram de ser os EUA a mexer-se para que se conseguisse um mínimo de estabilidade nessa região europeia.
Quanto à acusação de Imperialismo, sabemos que este é um dos mais famosos e queridos adjectivos proferidos pelos antiamericanos... Que, como bem sabemos, não são precisamente aqueles que, na Extrema-Direita ou na Extrema-Esquerda, mais saudades têm de outros Impérios. Talvez fosse importante, uma vez mais, recorrer a essa coisa tão incomodativa conhecida por factos históricos, e recordar que a maior parte dos impérios coloniais europeus foram desfeitos no Século XX, e não propriamente com a maior das benevolências por parte dos Europeus e não sem recorrer a essa coisa horrível chamada guerra, que parece ser apanágio apenas dos EUA. Além do mais, sobre matérias imperialistas, talvez fosse bom lembrar que os civilizados europeus mantiveram Impérios durante séculos (Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Rússia, etc.), onde não lhes faltaram oportunidades para promover a educação, o progresso e a civilização entre os povos das colónias mas, estranhamente, entretiveram-se a escravizar, dominar, abusar, guerrear, aniquilar, trucidar, etc. Tudo, uma vez mais, porque éramos os mais civilizados. Os povos do Mundo inteiro devem, de facto, erguer as mãos, agradecendo aos céus, a civilização europeia.
Já agora, sobre proibições, talvez fosse necessário recordar que a revolução de mentalidades, as liberdades civis, a revolução sexual, o feminismo, a luta pela igualdade de direitos, etc., ocorreu nos EUA nos anos 50 e 60 e só, depois, alcançou a civilizada Europa. Mas, para certas cabecinhas, o Maio de 1968 deve ter ocorrido cronologicamente uma década antes, para poderem fingir que as liberdades foram primeiro alcançadas na civilizada Europa e, só depois, chegaram aos decadentes EUA. E, por favor, não me venham com histórias sobre as lutas pelos direitos civis dos Negros nos EUA, nos anos 60, porque, que eu saiba, os civilizados europeus não aplaudiam casamentos entre pessoas de raças distintas. Aliás, lamentavelmente, em pleno Século XXI, na civilizada Europa, ouço civilizados europeus dizer que "o maior desgosto que a minha filha me poderia dar era casar-se com um preto" (ipsis verbis, ouvido pelo meu primário sistema auditivo, numa civilizada e muito bem frequentada cafetaria europeia).
PS: Tudo isto foi escrito agora, ao correr da pena e sem grande cuidados literários; Já tinha escrito muitas destas coisas mas, como já disse, perdi um ficheiro onde tinha horas de trabalho.
PPS: Seria importante que certas cabeças percebessem o óbvio: se os EUA têm muitos defeitos (e é claro que os têm), a civilizada Europa não fica atrás (e, em muitos aspectos, fica à frente a anos-luz); e se a Europa tem muitas qualidades (e é mais que óbvio que as tem), os EUA não ficam muito atrás (e, em muitos aspectos, conseguem estar bem à nossa frente). Se isto for muito difícil de entender, por favor, não deixe de considerar um aspecto crucial: eu sou orgulhosamente português, europeu e cosmopolita, logo, como tal, não posso ser inteiramente civilizado...

terça-feira, 17 de junho de 2008

ANTIAMERICANISMO II

Depois da Introdução, não estava previsto este 1º capítulo mas, por força das circunstâncias, começo por Wilde. Segundo esse grande escritor, “Os EUA são o único império que passou directamente da barbárie à decadência sem nunca ter passado pela Civilização”. Assim, para satisfação das cabecinhas indigentes dos antiamericanos, basta citar um desaforo de um grande escritor, que viveu no século XIX, para ficarmos esclarecidos sobre a nossa imagem actual dos EUA. Ou seja, pegamos numa frase do Século XIX, quando os EUA estavam longe de demonstrar toda a pujança económica, científica, cultural, intelectual, social e política do Século XX, para podermos satisfazer e alimentar a nossa visão particular dos EUA, em pleno século XXI. Já ouviram falar de anacronismos? E de mesquinhez intelectual? Mas curiosamente, os ECOS deste mundo acham mesmo que essa frase diz o essencial. Civilizados são os europeus, especialmente se falarem francês e traduzirem sem dicionário. Isso é sinal de civilização. Por sinal, sabemos muito bem que, nos EUA, ninguém é capaz de traduzir sem dicionários. Isso são prerrogativas civilizacionais dos europeus antiamericanos primários.
No último programa “Prós e Contras”, um convidado com aspecto de possuir uma inteligência apreciável e cultura aceitável, disse que os EUA não tinham História: aquilo é só Coca-Cola, hambúrgueres e Hollywood, dizia o comentador. Ou seja, estamos perante uma outra versão do (des)aforismo de Wilde: aquilo nunca passou de incivilidade e de degenerência e jamais a Cultura séria, profunda e civilizada pôs os pés naqueles terrenos. Os Europeus gostarão de fazer figuras parvas ou será que se comprazem com a sua balofa ignorância? Então, de 1776 para cá, a História correu na Europa, mas ficou parada nos EUA? Será que era a isso que se referia Fukuyama quando falou no Fim da História? Presumo que não. Mas, como eu sou um incivilizado pró americano, não percebo nada dessas coisas.
Segundo os civilizados europeus, a História dos EUA resume-se à violação dos direitos humanos. Como todos nós sabemos, a Europa já era, em 1776, um farol do progresso em matéria de direitos humanos. Só é pena que os cidadãos dos EUA tenham obtido muitos direitos civis muito antes da maior parte dos cidadãos europeus. Enfim, os europeus antiamericanos reduzem o primeiro século de História dos EUA à eliminação dos povos Índios e o segundo século às lutas pelos direitos civis das minorias étnicas. Deve ser por isso que gostam de citar Wilde e dizem que esse povo passou directamente da barbárie à decadência sem passar pela civilização. Só é pena que estes civilizados europeus se esqueçam que a colonização da América foi feita essencialmente à custa de europeus e, como tal, o extermínio dos Índios Americanos, tenha sido feita essencialmente por esses colonos, em nome desses colonos e dos interesses desses colonos. Estamos portanto minimamente esclarecidos sobre a coerência e a objectividade dos civilizados europeus. Assim, segundo uma lógica muito profunda e obscura, que a minha inteligência é incapaz de alcançar, os europeus são civilizados enquanto estão em território europeu e passam a ser automaticamente norte-americanos incivilizados, bárbaros e decadentes, quando se mudam para os EUA. Além do mais, como bem sabemos, durante o mesmo período, os civilizados europeus não andaram envolvidos em coisas sublimes, elevadas e manifestamente engrandecedoras da dignidade humana como o tráfico de escravos, guerra e massacres dos povos indígenas das suas colónias americanas, africanas e asiáticas, ou guerras dentro das próprias fronteiras europeias, para já não falar da evidente inexistência de discriminações sociais na Europa, que nessa altura, como bem sabemos, a Europa era um lugar onde pretos e brancos podiam casar livremente, onde as mulheres tinham direito ao voto e todas as crianças tinham uma educação assegurada pelo Estado.
Enfim, segundo os antiamericanos, os EUA são um país sem História. E também dizem que os EUA são um país belicista e militarista. Talvez seja por isso que se recordem tantas vezes da Guerra Civil Norte-Americana como um exemplo da barbárie. Curiosamente, como todos nós, sabemos, Guerras Civis é coisa inexistente na História dos civilizados povos Europeus. Aliás, parece que todos aprendemos que as nossas Histórias europeias nunca estiveram carregadas de Guerras Civis. Já para não falarmos das guerras não civis. Deve ser por isso que os europeus antiamericanos dizem que a Europa tem História e os EUA não a têm.
Enfim, é um horror os EUA não terem História, apesar de terem uma Constituição Política Moderna digna desse nome MUITO ANTES de qualquer país europeu. Também são um país sem História, certamente, por terem imensos Presidentes assassinados, facto aliás que só pode ser sinal da sua barbaridade e sintoma da sua decadência. Ora, como bem sabemos, na Europa nunca se assassinaram reis, presidentes ou governantes. Nem adianta recuar muitos séculos. Basta recuar à nossa História Moderna, isto é, ao período em que os EUA NÃO têm História, para podermos fazer a estatística dos políticos assassinados na Europa. Assim, não convém recordar que, por exemplo, neste nosso pequeno cantinho, em pouco mais de uma década, se assassinou um rei e um presidente. E que, no intervalo destes edificantes factos da civilizada História Lusitana, ocorreu o assassínio de um arquiduque, cujos resultados conduziram ao mais extraordinário, atroz e deprimente espectáculo "civilizacional" que a Humanidade já pôde contemplar, essa coisa conhecida por Guerra Mundial (Tragédia em 2 Actos).
Ainda a propósito destas coisas dos assassinatos dos presidentes dos EUA, convém recordar um aspecto muito interessante relativo à elevada objectividade dos civilizados europeus. Quando os antiamericanos estão interessados na comparação dos dados dos EUA e demonstrar que são um país horrível, gostam de comparar país a país: Vejam como os EUA são o país onde se assassina mais políticos e dirigentes! São mesmo uns bárbaros. Mas, quando interessa, em vez de compararem as estatísticas dos EUA com os países europeus, agregam os dados e juntam toda a União Europeia, para poder comparar a civilidade desta nossa Europa, com esse antro decadente que são os EUA. Vamos passar agora por cima desta lógica muito civilizada, que usa a estatística segundo a conveniência e passemos a essa coisa tão incómoda chamada FACTOS HISTÓRICOS. Assim, para sermos justos, vamos comparar alguns aspectos da História recente da civilizada Europa, no seu todo, com os incivilizados EUA. Já sabemos que os EUA batem todos os recordes em matéria de assassínio de Presidentes e políticos! (Será que é mesmo assim?). Entretanto, na Europa, políticos como Pio La Torre, Olof Palme, Aldo Moro, André Cools, Sir Anthony George Berry, Ian Reginald Edward Gow, Louis Mountbatten, Salvatore Lima, Jean de Broglie, Miguel Ángel Blanco Garrido, Isaías Carrasco, Anna Lindh ou Pym Fortuyn, entre muitos outros, puderam encomendar civilizadamente as suas almas à posteridade. Se os antiamericanos tivessem um pingo de vergonha na cara, poderiam afirmar: «Ainda bem que somos civilizados! Que seria desta civilizada Europa se não fossemos o supra-sumo da civilização?» Como sabemos que vergonha na cara é coisa que não têm, não se preocupam com estes pequenos porMAIORES. É caso para dizer que, se os EUA são bárbaros e decadentes, eu prefiro ser incivilizado como eles, porque a civilizada Europa não parece encontrar-se em condições de dar lições a quem quer que seja. E, como podem ver, limitei-me a citar apenas alguns dos mais conhecidos civilizados assassinatos, cometidos na civilizada Europa, nas últimas civilizadas décadas. Porque muitos outros actos civilizacionalmente merecedores de aplauso foram cometidos, para além destes, já sem contar com o que vai lá para trás. Mesmo se formos sérios e objectivos, e nos limitarmos ao período da História da Humanidade em que os EUA não têm História, isto é, de 1776 para cá, muito mais haveria a dizer sobre a civilizada Europa. Em matéria de civilizados assassínios, vou-me ficar por aqui, antes que a memória da História europeia me faça vomitar aqui todos os grandiosos episódios recentes de políticos de segunda e terceira linhas assassinados nos civilizados cantinhos da Velha Europa, por movimentos terroristas nacionalistas, ideológicos ou fundamentalistas, ou apenas por loucos, que é dizer quase o mesmo. Mas, é claro, na Europa, até a loucura beneficia do verniz civilizacional. Bárbaros, incivilizados e decadentes são epítetos ajustados aos norte-americanos. Entretanto, os ECOS do antiamericanismo primário europeu, comprazem-se com as suas absurdas afirmações, as suas falsas acusações, as suas hipócritas moralidades e as suas convenientes incoerências. Para os antiamericanos, os argumentos são usados segundo a conveniência e os interesses. Quando interessa, comparam-se as estatísticas de Portugal com as dos EUA. Mas, quando as conveniências mudam, coloca-se todo peso da civilização e da cultura europeia na balança para mostrar que os EUA são uns bárbaros. Assim, quando convém, somos apenas portugueses, franceses ou italianos. E, quando convém, somos europeus. Dito de outra forma, para um antiamericano primário português, o assassínio de Olof Palme não tem nada a ver com ele. Sim, os portugueses e os suecos são todos europeus mas, calma lá, nós portugueses não temos nada a ver com essa herança. Mas, obviamente, já só somos europeus para reclamar a civilização dos poetas, músicos e escultores de Itália, França ou Alemanha. Os assassínios cometidos nesses civilizados cantinhos é que já não têm nada a ver connosco, não é? Um aplauso, por favor, que tamanha atitude intelectual não pode deixar de ser louvada pela sua coerência e objectividade.
Bem, mas que é isso, perguntarão os antiamericanos? A História de Portugal é de Portugal e de mais ninguém. Os nossos reis foram monarcas de Portugal e de mais ninguém… Bem, excepto do Brasil, de Moçambique, de Angola, de Cabo Verde… E Camões é só nosso… Sim, apesar de ser ensinado em muitas universidades do Mundo, incluindo as Norte-Americanas. E Maquiavel é italiano… isto é, europeu! Deve ser por isso que “O Príncipe” não está publicado nos EUA. E, por aqueles lados, nunca se ouviu falar de Shakespeare, Cervantes, Dante ou Goethe. Essa é uma herança nossa e apenas nossa. Só falta aos antiamericanos fazerem birrinha para poderem fazer-nos crer que a nossa Cultura é a melhor do Mundo e os EUA nunca produziram nada de culturalmente apreciável. Então não é sabido que aqueles indigentes dos norte-americanos só sabem produzir cultura de esgoto?
Assim, vejamos, os EUA não têm História porque ainda não tiveram tempo (esse grande escultor) para ganharem refinamento e sofisticação, sei lá, aquele je ne sais quoi do verniz civilizacional que faz da Europa o lugar mais maravilhoso da Via Láctea e arredores. Assim, podemos deitar para o lixo toda a pintura, escultura, arquitectura, música, cinema, teatro e literatura, produzidas nos EUA, porque tudo aquilo não fez História. Cultura e História é coisa que, todos sabemos, só existiu e só existe na Europa. E também é certo que os EUA não têm História porque não partilham deste nosso passado brilhante nas áreas científicas. Bem, esperem lá, qual é o país que recebeu mais Prémios Nobel da Física, da Medicina, da Química ou da Economia? Ooops! Ah, temos uma tábua de salvação: muitos desses premiados eram europeus emigrados. Sim, claro! Lá está, quando convém, execramos os norte-americanos por serem norte-americanos e, quando nos convém, aplaudimos os norte-americanos porque têm origem europeia. Bravo! É pena que nos esqueçamos que, para o bem e para o mal, muitos norte-americanos têm origem na civilizada Europa.
Bem, dirão os antiamericanos, eu é que não estou a ver as coisas no seu devido lugar. Os EUA não têm História porque, argumento de uma inteligência arrasadora, a História desse país reduz-se a pouco mais de 2 séculos, enquanto a Velha Europa já conta com uns 25 séculos de Cultura. Assim, o peso e a qualidade da História, segundo os civilizados europeus, medem-se aos palmos. Mais ou menos como os catálogos da Taschen! Não é a qualidade que conta. É a quantidade! Sim, é certo que a cultura Europeia produziu coisas fantásticas ao longo destes 25 séculos. Já disse que eu próprio tenho um enorme orgulho nesse património e nessa herança. Mas, dizer que os EUA não têm História é esquecer que esse país foi feito essencialmente por europeus e que foram esses colonizadores e esses emigrantes que transportaram a Cultura e a Civilização da Europa para o Novo Mundo. Assim, em certa medida, a História da Europa faz parte da História dos EUA. E, quando criticamos o modo de vida dos EUA, estamos, muitas vezes, a criticar o nosso próprio modo de vida, com algumas diferenças pouco substanciais. Acho que já deixei bem claro um facto inquestionável: para além da Europa, a América do Norte é a única região do Mundo onde nos podemos rever facilmente. Todo o sistema legal, político, cultural, social, axiológico, intelectual, científico, filosófico, religioso, etc., é de natureza essencialmente europeia. A sociedade norte-americana é matricialmente europeia e, por isso, tratá-la como se fosse a pior das sociedades à face da Terra, é destratar muita da nossa Cultura, da nossa Civilização e da nossa herança.
E, para terminar, nem convém recordar, a estes civilizados antiamericanos, a impressionante quantidade de cultura fantástica, de elevadíssima qualidade, que os EUA produziram em cerca de 2 séculos de História, na Literatura, na Arquitectura, na Pintura, no Cinema, na Música, na Escultura, ou na Filosofia, já para não falar das Ciências (Engenharia, Matemática, Economia, Biologia, Medicina, Genética, Física, Química, Arqueologia, História, Astronomia, Sociologia, Comunicação Social, etc. etc. etc.).
Ninguém duvida que Europa seja civilizada. O que é do domínio do espanto, isso sim, é a existência de europeus, que se dizem civilizados, isto é, supostamente cultos e inteligentes, que sejam capazes de vomitar um discurso completamente aberrante, indigente, incoerente e, acima de tudo, hipócrita, afirmando que os EUA são o império da barbárie e da decadência e que só a Europa é civilizada. Um pouco de perspectiva Histórica não fará nenhum mal a estes primários. A esta mesma perspectiva Histórica voltarei nas minhas próximas publicações. Fico à espera que os ECOS do antiamericanismo sejam capazes de negar os factos aqui apresentados e que demonstrem que tudo isto são meras falácias.

domingo, 15 de junho de 2008

Antiamericanismo I

(A maior parte deste texto foi escrito há cerca de 3 semanas. Acrescentei-lhe algumas passagens na semana passada e hoje limitei-me a dar-lhe os toques finais.)

Antes de dar início à publicação de algumas intervenções sobre o anti-americanismo primário que grassa entre as gentes da Europa, muito especialmente entre os “bem pensantes” esquerdistas, esses senhores que sempre se consideraram donos da verdade e do direito único à produção de sentido, gostaria de clarificar alguns aspectos.
Quero frisar, antes de mais nada, a minha grande costela europeísta. Começo por aqui para que os primários dos antiamericanos que me vão ler não pensem que estes textos têm o objectivo de entoar laudatórios aos EUA e de diminuir a Europa. Nada disso. Sou Europeu com todo o orgulho e tenho o mais elevado apreço pela herança cultural e civilizacional da Velha Europa. Sou um cidadão europeu com orgulho, não tanto pelo que isso significa, em termos políticos, face à actual União Europeia, mas sim pelo seu significado Histórico, Político, Cultural e Civilizacional.
A minha Europa é um território vastíssimo, feito de largos e deslumbrantes horizontes, cujas fronteiras felizmente desconheço, onde a Filosofia, a Ciência, o Direito, os Valores, os Princípios, a Erudição, a Cultura e o Saber foram e são esplendorosos edifícios, plenos de beleza, de fulgor, de solidez e de vitalidade, que ofereceram, ao Mundo, oportunidades únicas e, provavelmente irrepetíveis, para, enquanto espécie, nos libertarmos da nossa condição de bestas e nos afirmarmos como seres dotados de inteligência. Mas, essa herança, não nos deve impedir de olhar com igualdade de critérios e com um mínimo de objectividade para a realidade Histórica da Europa e dos EUA. Haverá muito a criticar nos EUA, mas também há muito a criticar na Europa. E, muitas vezes, os europeus criticam os EUA quando não têm nenhuma autoridade moral para o fazer.
Estes textos não têm o objectivo de diminuir a Europa e de enaltecer os EUA. Antes pelo contrário! Pretendo, isso sim, demonstrar que a Europa se engrandeceu também com o engrandecimento dos EUA. Que a Europa foi mais longe, prolongou-se e projectou-se, de forma viva, radiante e esplendorosa, através dos EUA, herdeiros fantásticos da cultura e da civilização europeias. Que a Europa, não enquanto território ou espaço medido em hectares, mas sim enquanto significado e símbolo medidos em valores e princípios, se projectou no Mundo através dos seus colonizadores e emigrantes e que, olhando para os resultados dessa projecção, apenas na América do Norte podemos encontrar razões para ficar satisfeitos com os resultados alcançados. Para além do território europeu, apenas a América do Norte apresenta uma clara sobreposição cultural e civilizacional com aquilo que sabemos ser a cultura e a civilização europeias.
Assim como não estou aqui para degradar a Europa, tão pouco estou aqui para enaltecer os EUA. Estou, isso sim, interessado na desmontagem das falácias dos anti-americanos primários, que produzem todo o tipo de asserções, desconsiderações, acusações e imputações aos EUA, transformando-os, aos olhos de uma opinião pública, tantas vezes distraída, acrítica e ignorante, no pior dos países, na mais detestável das sociedades e no mais monstruoso dos Estados do Mundo. Essas acusações todos nós as conhecemos de cor e salteado. Muitas vezes limitamo-nos a ouvi-las sem nos apercebermos que as aceitamos acriticamente, sem raciocinar ou sem questionar a validade dessas críticas. Assim, para o antiamericano primário é certo e sabido que os EUA são o maior mal da História contemporânea, que são um Estado militarista, imperialista, capitalista dependente, fascista e anti-democrático. Todos nós sabemos que os seus dirigentes são incultos, fascistas, vendidos ao grande capital e não passam de uns idiotas profundos. E sabemos tão bem como o cidadão norte-americano médio é um ignorante e um inculto, só pensa no dinheiro e está-se a borrifar para a cultura e o saber. Para o antiamericano primário, toda a sociedade dos EUA é um exemplo vivo de racismo e de violação dos direitos humanos. Os EUA são a causa dos problemas do mundo, mais precisamente do terrorismo islâmico, como dizia ali em baixo o nosso colega Kaos. E, para o visitante Falcão, basta citar Wilde para ficarmos a saber que os EUA passaram directamente da barbárie à decadência, sem nunca terem alcançado o patamar da civilização. E aposto que você já ouviu, muitas vezes, a afirmação de que o americano médio é estúpido como uma porta e está longe de possuir o requinte, a sofisticação e a elevação do je ne sais quoi do verniz cultural europeu. É, não é? Às tantas, você até está mesmo convencido que é assim. Enfim, não tem muitas provas, mas certamente que a coisa não está errada, pois há muitos europeus civilizados a repetir estas asneiras. E, se os europeus civilizados o dizem, certamente só pode ser verdade. Mas, realizar um escrutínio minimamente objectivo sobre as acusações que o antiamericanismo primário dirige aos EUA, é coisa que nunca lhe passou pela cabeça, não é? Confrontar as acusações com os factos e comparar as teses à luz da verdade Histórica, é coisa que não preocupa os antiamericanos. É muito fácil generalizar! Aliás, qualquer imbecil é capaz de generalizar. Não custa nada! É assim que se produzem, se reproduzem e se amplificam os preconceitos, os estereótipos e as verdades feitas que nada têm a ver com a realidade.
Enfim, já ouvimos os ECOS repetidos dos discursos antiamericanos primários e, muitas vezes, por mero conforto, não questionamos a veracidade desses discursos. As imagens são construídas, instalam-se, reproduzem-se e acabam por ocupar o seu território. E não há factos, nem verdades que sejam capazes de desfazer os discursos dos antiamericanos primários. Repetem à saciedade as suas acusações na esperança de que todos os ouvintes sejam idiotas e sejam incapazes de avaliar criticamente a realidade.
Bem, há certamente, muitas acusações a fazer aos EUA. Esse país está longe da perfeição ou de não merecer críticas. Mas, também há que dizê-lo, muitas das críticas que são dirigidas aos EUA, aos seus dirigentes, às suas elites sociais, económicas, políticas e culturais, aos seus cidadãos ou à sua cultura, estão longe de poderem ser consideradas minimamente sérias, verdadeiras ou propositadas. A maior parte dessas acusações baseiam-se no despeito, na ignorância, na má-fé, na reprodução de estereótipos e de preconceitos, quando não, muitas das vezes, na deturpação ideológica promovida pelos deserdados da Esquerda Europeia.
Este primeiro texto, dedicado a introduzir a questão do antiamericanismo primário, não se ocupa, por enquanto, da desmontagem da falsidade das acusações que são dirigidas aos EUA. Neste momento, estou apenas interessado em deixar esclarecidos alguns pontos. Já expliquei que não se trata de louvar os EUA e diminuir a Europa. Já expliquei que se trata de desmontar o discurso antiamericano. Já expliquei que me sinto totalmente europeu e que tenho todo o orgulho na herança cultural da Europa. Falta explicar a tese final deste texto introdutório: a de que a crítica exagerada aos EUA é despropositada porque, em última instância, esse país e essa sociedade, são herdeiros da cultura e da civilização europeias e não são muito distintos do que nós, europeus, somos. Olhando para o Mundo, podemos constatar que os EUA são uma das regiões do Mundo onde todo o sistema de referências culturais (Idioma, Religião, Sistema de Crenças, Costumes e Tradições, Filosofia, Ciência, Cultura Erudita, Sistema Político e Axiológico, etc.) é essencialmente oriundo da matriz cultural europeia. Se, para além da Europa, há algum outro lugar no Planeta onde se veneram e onde se reverenciam os mesmos cientistas, escritores, pintores, músicos, políticos, arquitectos, filósofos, pensadores e intelectuais, esse lugar é a América do Norte. Se, para além da Europa, há um lugar onde se venera a Ciência e a Cultura de matriz europeia, esse lugar é a América do Norte. Se, para além da Europa, há um lugar onde se respeitam e se veneram os valores da Modernidade e os princípios da Legalidade e do Estado de Direito, esse lugar é a América do Norte.
Torna-se profundamente ridícula a afirmação de que a cultura dos EUA é radicalmente distinta das culturas europeias. Tem, obviamente, as suas diferenças e as suas nuances. Mas, que eu saiba, as diferenças entre as culturas bávara, siciliana, escocesa, sueca ou basca, apesar de tão profundas, não as impedem de ser, todas elas, matricialmente europeias. Aliás, nenhuma delas, apesar de todas as suas diferenças, deixa de se sentir herdeira da Velha Europa.
Restringir a cultura europeia ao território europeu é apenas sinal de uma profunda debilidade mental. Um europeu não deixa de pensar, sentir e agir como um europeu por emigrar para um qualquer canto do planeta. Assim como os emigrantes portugueses não perderam a sua identidade nacional, também os europeus, que colonizaram e emigraram para a América, não começaram a sentir, a pensar e a agir como não-europeus de um dia para o outro. Os EUA foram feitos (essencialmente) por europeus e foram os europeus que marcaram, de forma indelével, a formação da cultura Norte-Americana. Criticar os EUA como se fossem a mais horrível das sociedades, apontar o dedo aos estado-unidenses como se fossem os seres mais aberrantes do planeta e considerar esse país como se fosse o mais execrável do Mundo, é “esquecer” que, à escala global, essa é a sociedade mais próxima da cultura e da civilização europeias, que é a mais parecida com as sociedades da Europa e que é a mais intrinsecamente europeia, no que diz respeito à matriz cultural que a caracteriza.
Nos próximos textos, que ainda não estão escritos e não sei quando o farei, ocupar-me-ei da desmontagem das viscosas e gordurentas falácias dos antiamericanos primários, recorrendo a essa coisa tão incómoda que se chamam factos históricos.