domingo, 13 de julho de 2008

Tiros, Políticos e Verdades que ninguém quer dizer…



Analisar acontecimentos e temas como os tiros do bairro não sei quantos e da habitação social é, politicamente, tão perigoso e escorregadio que, depois de se ouvir os políticos escutados sobre o assunto, é fácil perceber que ninguém quer tomar posições, propor soluções, nem falar muito. O motivo é muito simples: trata-se de um tema politicamente inconveniente em que qualquer posição tem custos óbvios. Assim, é preferível pôr cara de caso e falar sem dizer nada, aliás uma das especialidades dos verdadeiros políticos.
A questão é realmente complexa e talvez nunca se venha a conseguir resolver por completo, embora fosse muito mais importante canalizar as verbas dos TGVs, Aeroportos novos e outras parvoíces, para a tentar, e isso é possível, minimizar. É preciso coragem política, dinheiro e autoridade do estado e um conjunto severo de medidas, que até são fáceis de importar de outros países… Quanto aos sociólogos, esquerdistas militantes, defensores dos direitos humanos (como se o resto da população não o fosse), etc., teriam uma residência fixa num desses bairros à sua escolha e, lá, poderiam aplicar na prática e no seu habitat natural as suas ideias.
Algumas medidas parecem-me lógicas:
1ª Deportar para os países de origem, sem quaisquer delongas, todos os indivíduos, de nacionalidade estrangeira, inclusive os nascidos em Portugal, envolvidos em ilegalidades bem como os seus dependentes.
2ª Criar um banco de dados digital onde deveriam constar as impressões digitais e todos os dados biométricos considerados relevantes para futura identificação.
3ª Apenas aceitar a entrada de estrangeiros com trabalho e residência previamente asseguradas.
4ª Apenas conceder alojamento social a quem efectivamente o mereça, uma das curiosidades das imagens filmadas no tal bairro social é que grande parte dos automóveis que se vêem são melhores que o meu e do de muitos milhares de portugueses, que não têm qualquer apoio e vivem com a preocupação constante de pagar as prestações e os seus compromissos, logo, quem possui um bom e dispendioso automóvel é porque não necessita que os outros lhe paguem casa, rendimentos mínimos, subsídios e etc. e tal…
5ª Quem estragasse as residências e os bairros em que habita seria, pura e simplesmente, despejado; a sociedade tem o dever de ser solidária mas não tem de ser estupidamente tolerante.
6ª Chamada a intervir numa situação como a verificada, a polícia deveria intervir a tiro, abatendo quem fosse apanhado a disparar. Contra chumbo, chumbo e meio.
7ª Se, como diz um dos intervenientes entrevistado, as suas armas estavam legais, seria necessário saber e culpabilizar quem procedeu à sua legalização, já que a legislação não só é muito clara como muito restritiva.
8ª Os locais a alojar os bairros sociais devem, obviamente, ser dos mais económicos, uma vez que 1000 m2 com vista uma boa vista para o mar, podem chegar a valer o mesmo que 15 ou 20 000m2 localizados em zonas menos apetecíveis. Uma vez mais, a sociedade tem o dever de ser solidária mas tem, igualmente, que manter o respeito pelos interesses alheios. Por exemplo, quando há cerca de 3 anos tive de mudar de casa, porque a família cresceu, não pude ir viver, nem de perto nem de longe para onde queria, mas, tão só, para onde podia… Consultando vários anúncios, fui ver uma casa que me parecia em conta e, ao lá chegar, verifiquei que quase todas as casas, pequenas moradias e apartamentos estavam à venda… estranhei, dei mais uma volta e deparei-me com um bairro social com magnífico aspecto, tão bom que não me importava nada de ir para lá viver. Pois bem, um mês depois das casas terem sido entregues, parecia que se tinha entrado no Iraque… se as pessoas que para cá imigram, sejam quem forem, não têm os nossos padrões sociais, nem vontade de os ter, então devem voltar para onde vieram. Reparem no prejuízo que tiveram as pessoas que deram uma fortuna pelas suas casas e que, por instalarem na proximidade um bairro social com aquele tipo de gente, tiveram que as vender fosse a que preço fosse, só que ninguém já as queria… A não ser, familiares, amigos e sócios desses alojados sociais.
Tudo isto, pode custar muito ouvir, mas não é política social, mas anti-social; em primeiro lugar tem que se olhar aos que cá vivem, trabalham e batalham, muitas vezes arduamente, para conseguir sobreviver. Só depois, se sobrar alguma coisa, para os outros.



Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

3 comentários:

Textusa disse...

Resumindo, se percebi bem:

O Estado fazer-se respeitar.

As maiorias ditarem as regras pelas quais todos devemos viver, incluíndo, obviamente, as minorias.

A cinderela aceitar posar nua.

quink644 disse...

Tens a particularidade de tentar simplificar demasiado as coisas, quando elas são tudo menos simples... Essa tua ideia, de que a maioria dita as regras às diversas minorias, aparentemente pode-te parecer que seja assim, mas esse problema já vem desde o seéc.V a.c., com Sócrates, Platão, os Sofistas e a Democracia. Obviamente, como diria Platão, a Democracia é o regime em que os labrêgos governam, pois eles eram e serão sempre a maioria. Porém, este seu controle da situação é ilusório, como bem demonstrou o mesmo Platão, já que há minorias que pela sua capacidade de poder económico transformam o regime democrático numa plutocracia, acabando, no entanto, por ser sempre uma minoria a governar a maioria, que fica toda satisfeita por julgar que é ela que governa.
Compreendes?
O mesmo se passa hoje em dia, há um conjunto de pequenas minorias, chamemos-lhe assim, que exercem o poder de facto, enquanto a maioria, o povão, exercendo-o de direito, nem sequer o cheira...
O estado de coisas é, pois, o de uma verdadeira oligarquia, ou se preferires, um pequeno conjunto de oligarquias que pactuam umas com as outras para melhor manterem os seus privilégios para o que têm de controlar tudo e todos.
Fui suficientemente claro?

Anarca disse...

A Democracia esmaga as minorias...