Imagem (nem a propósito, os homens geniais são sempre premonitórios...) do KAOS
Hoje, estava eu na rua -- domingo é sempre dia de putice... -- telefonam-me a dizer que o Noticiário da SIC tinha aberto com a espantosa frase, "Começou a Época dos Fogos, e Sócrates, mais uma vez, não está em Portugal..."
Lembrava-me lá eu disso, mas parece que tinha sido na "Belle Époque" dos Safaris de Elefantes de Tromba Rija, no Quénia, com a Câncio a fazer de guarda-sol, e em que o Sr. Arquitecto Pinto de Sousa ainda podia sair livremente à rua, com a sua segunda esposa, sem imediatamente -- parece que o homem até é uma pessoa decente e pacífica -- ser insultado, abaixo de cão, por tudo aquilo em que o filho transformou Portugal.
A verdade é que Sócrates está em España, porque parece que o irmão teve um azar, e teve de ir fazer um desmancho a Badajoz, e logo alguém se aproveitou para pegar fogo à Serra de Sintra, e tentou fazer um Segundo Incêndio do Chiado, em plena Avenida da Liberdade. É justo: a floresta é de todos, Português, pega fogo à tua parte...
Quanto à Avenida da Liberdade, só simbolicamente é que no Consulado de José Sócrates, alguém se lembraria de lhe pegar fogo: sinais dos tempos, e do homem que, depois de Salazar, e mesmo pior do que Cavaco, mais desprezou a palavra LIBERDADE. Não estou com muita pachorra para ir ver onde é, mas dá-me ideia que é um prédio em que, antes de o Santana emparedar vãos de escada devolutos eu até aproveitava para fazer umas das minhas porcarias nocturnas... Gosto daquela zona: quando era adolescente, telefonava para a célebre "Pensão Suíça", onde trabalhavam as Carolinas Salgado de então, a dizer que a bófia vinha ali, e eles agradeciam logo (!), e mandavam as meninas para dentro. Enfim, sempre gozador e filho da puta (eu).
Hoje, celebra-se também a independência da Venezuela, e o blogue "As Vicentinas de Braganza" foi, há um ano, reaberto, à pressa, depois de ter sido obrigado a fechar portas, mercê de intrigas de serralho, para hoje se reacender, em todo o seu esplendor, neste nosso novo espaço de "The Braganza Mothers".
Se hoje me perguntassem o que levou ao encerramento do primeiro "The Braganza Mothers", poria os olhos no infinito, e responderia friamente: o "Braganza" fechou devido à Natureza Humana, assim como, pela Natureza Humana, agora voltou a reabrir.
Aqui estamos todos, vivos e de boa saúde, leitores, comentadores, ex-membros, novos membros, assiduamente visitados, e genericamente considerado um espaço de referência, quer pelos nossos muitos amigos, como pelos nossos poderosos inimigos. É, portanto, o dia ideal para lançar uma chuva de abraços e beijos para todos os que tornaram possível este nosso projecto. Não me perguntem para onde vamos, pois só sei de onde vimos, e com que intenções partimos. Já por diversas vezes anunciei que o "Arrebenta" é uma ficção com uma existência finita, e não sei se resistirá a uma coisa tão lúgubre, como uma triangulação Cavaco-Sócrates-Ferreira Leite. São três figuras que, ao contrário de Portas, que, nos bons tempos, me inspirou dos melhores textos de sátira -- vou, brevemente, tentar fazer uma republicação aqui, dedicada ao Paulo Pedroso (eh, eh, eh...), que, por acaso, era dos primeiros a rir-se com eles -- nada me dizem, e imediatamente me levam a mudar de canal, nas suas aparições.
Uma palavrinha de luto para o Sr. António Costa, a quem este incêndio da Avenida da Liberdade vai custar alguma coisa, e ao seu inimigo surdo, José Sócrates, que apanha com mais uma imprevista nódoa nos seus assaloiados fatos de marca. Não há hábitos que façam o monge, e aquela penca arrebitada cada vez mais deixa entrever o merceeiro que tem na alma... Juntamente com a palavrinha de "deuil", os parabéns aos especuladores imobiliários, que imediatamente irão arranjar algo de hiperbom, hiper-imaginativo, e hiper-CARO, para a Avenida mais nobre de Lisboa, Finalmente alguma coisa mexe, no marasmo das últimas semanas, upa, upa, Mota-Engil, cala-te boca...
Por fim, uma palavra de saudação para os que, persistentemente, ao longo deste ano, nos tentaram, por diversas formas, destruir: águas passadas não movem moinhos. Que Deus -- se fordes crentes -- vos perdoe, assim como nós já vos perdoámos... e esquecemos.
Muito boa noite, e cuidado com o fumo.
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