quarta-feira, 30 de abril de 2008

Do Aquecimento Global ao Arrefecimento da Globalização: A Sociedade do Risco

Presumo que já ficaram claramente demonstrados dois aspectos: 1º Que as mudanças sociais que apresento não são de todo impossíveis; 2º Que estou muito longe de desejar que elas ocorram. O que não posso fazer, como é evidente que muitos fazem, é enterrar a cabeça na areia, fingir que está tudo bem e que não existe um risco significativo de ocorrência dessas mudanças drásticas. Julgo ter evidenciado a infantilidade daqueles que nos asseguram que um cenário catastrófico é para pôr completamente de parte. Independentemente de acreditarmos que esse cenário é pouco, algo ou muito provável, devemos debruçar-nos sobre ele, porque só o poderemos evitar se estivermos preparados para tal. Mesmo que muito pouco provável, o impacto de um cometa com o Planeta Terra não é impossível. Conhecer, com uma antecedência de décadas, uma possível trajectória de colisão não é a mesma coisa que sabê-lo com uma semana de antecedência.
Recordam-se de Winston Churchill? Passou anos a alertar a Europa e o Mundo para os riscos do regime nazi. Foi tomado por lunático, belicista, irresponsável, inconsequente. Os apaziguadores, os cegos e os diplomatas de então acabaram todos por pagar um preço elevadíssimo pelo risco que correram. Mas o risco a que a nossa sociedade global está sujeita é muito maior e bastante mais perigoso. A tecnologia de que dispomos possui um poder destrutivo infinitamente maior do que o existente na II Guerra Mundial. E a população mundial, entretanto, quase triplicou nestes últimos 60 anos: em 1945 a população mundial rondava os 2300 milhões e em 2005 já vai nos 6500 milhões. Dentro de 4 décadas seremos 9100 milhões, com a Índia e a China à cabeça dos países mais populosos do mundo. Acha que, num mundo superpovoado, os conflitos étnicos, religiosos e internacionais, assim como os múltiplos interesses geoestratégicos, não virão à tona da água com uma facilidade abismal? Pressupor o contrário é, no mínimo, ingénuo e, no máximo, irresponsável.
A população da Índia era de 689 milhões em 1980. Passados 25 anos, era de 1103 milhões. A China tinha 999 milhões de habitantes em 1980. Hoje, tem cerca de 1350 milhões. Sabe quantos anos são necessários para que o volume demográfico duplique, se a taxa de crescimento populacional for de 2%/ano? 35 anos! E se a taxa de crescimento for de 3%, 24 anos são suficientes para que a população duplique. Foi mais ou menos isso que sucedeu, com estes e com muitos outros países em vias de desenvolvimento, ao longo da segunda metade do século XX. E agora, que atingimos proporções verdadeiramente infernais, em matéria de efectivos humanos, eles estão a atingir progressivamente os mesmos patamares de consumo que têm sido possíveis apenas no mundo ocidental. Por isso, não se admire com o aumento dos preços dos alimentos, dos combustíveis e de muitos outros bens fundamentais. É que, até aos finais dos anos 80, a Economia mundial estava orientada para satisfazer os elevados padrões de consumo do mundo desenvolvido e para dar uma resposta mínima às necessidades básicas da grande maioria da população dos países em vias de desenvolvimento. Mas, a partir do momento em que as economias emergentes despontaram (entre outras razões, como consequência do desmoronamento do Bloco Soviético), a pressão da procura sobre a oferta não tem parado de aumentar continuamente. E tem aumentado a um ritmo superior às capacidades de resposta da oferta. E você, desconhece por acaso que este planeta se encontra ambientalmente à beira do colapso devido à desflorestação contínua, à exploração dos recursos naturais, ao consumo desenfreado de matérias-primas e de recursos energéticos, assim como ao aquecimento global, à emissão contínua de gases de efeito de estufa, à desestabilização do clima, à destruição dos ecossistemas ou à extinção massiva de espécies (sabia, por exemplo, que, actualmente, se estão a extinguir espécies animais e vegetais a um ritmo 1000% superior ao registado há pouco mais de 1 século?)? E, para que o planeta chegasse a este estado, bastou o ritmo de consumo massivo das populações dos países desenvolvidos, ao longo do século XX. Agora, faça as contas e imagine os impactos ambientais resultantes do facto de sermos, não mil milhões de consumidores com elevados padrões de consumo, mas sim o dobro ou o triplo. E não se esqueça que os restantes milhares de milhões de seres humanos também têm direito a uma refeição. Vejamos um pequeno exemplo: sabia que o consumo de leite de vaca não faz parte da dieta regular dos chineses? Recentemente, o governo chinês aconselhou os seus cidadãos a consumir pelo menos meio litro de leite por dia. Não acha que é uma excelente medida? Claro que é! Pois é óbvio que todos preferimos uma população devidamente alimentada. Mas, por acaso, acha que o mercado mundial tem já ali, ao virar da esquina, umas centenas de milhões de litros de leite de vaca adicionais para fornecer diariamente aos chineses? Basta que uma pequeníssima parte dos chineses sigam a recomendação do seu governo, para que o preço do leite aumente. E você acha bem? Claro que acha bem. Você quer comprar leite ao preço da chuva e quer que todos os outros (chineses, indianos, africanos e sul americanos) tenham o mesmo direito. Mas fica furioso se for comprar leite e verificar que o preço aumentou 20% ou 40%. E olhe que vai aumentar muito mais quando o número de chineses que consome leite diariamente passar de alguns milhões para algumas dezenas de milhões ou mesmo centenas de milhões. Ah, sim, é claro que podemos deitar abaixo mais umas centenas de quilómetros quadrados de floresta para criar mais uns milhões de vacas para providenciar isto tudo. Acha mesmo que tudo tem uma solução simples como esta? E acha esta solução simples? Sim, claro, porque de certeza que você não está disposto a pagar uma exorbitância por um litro de leite. E isto, meus caros, é apenas um pequeníssimo exemplo. Já pensou no que está a suceder ao mercado mundial de combustíveis? Sabe como têm evoluído os preços das matérias-primas nos últimos anos? É a Economia, estúpido! A China acordou, e com ela toda uma série de economias emergentes, e os seus cidadãos começaram a habituar-se a fazer o mesmo que você: comprar casa, carro, viajar cada vez mais, comprar regularmente vestuário e calçado, melhorar significativamente os padrões de consumo alimentar, no fundo, aumentar exponencialmente o consumo.
Por isso, pare e pense nas consequências do que deseja para si, para a sua comunidade, para a sua sociedade e para a humanidade no seu todo. É claro que eu desejo, como você, e todos nós, um mundo mais livre e mais igualitário, do qual a pobreza não faça parte, quer materialmente, quer culturalmente. Mas, não julgue que os recursos deste planeta são elásticos ao ponto de poder responder às necessidades de uma população crescentemente voraz, gulosamente irresponsável, insanamente depredadora. E, se reparar bem, dentro de 3 ou 4 décadas ir-se-ão conjugar em simultâneo uma série de ameaças muito preocupantes: efeitos e consequências do aquecimento global, esgotamento do petróleo convencional, pressão ambiental em contínuo crescimento e um volume populacional verdadeiramente aterrador.
O aquecimento global, por um lado, irá levar ao derretimento progressivo das calotes polares (nas quais se encontra, na forma de gelo, a maior parte da água doce do planeta), que terá como consequência o aumento do nível médio dos mares, o que conduzirá ao deslocamento de centenas de milhões de seres humanos das áreas litorais inundadas para outras regiões, aumentando significativamente os impactos e as pressões ecológicas e ambientais de certas regiões, já para não falar dos elevadíssimos prejuízos daí decorrentes ou das tensões sociais resultantes desses deslocamentos. A solidariedade social irá ser posta à prova, nessa altura, de forma muito evidentes, não só entre povos, mas mesmo dentro de cada comunidade. A desflorestação progressiva do Planeta Terra (sabia que, em cada 5 segundo, uma área florestal equivalente a um campo de futebol, é devastada? Isso dá 17 280 campos de futebol por dia e 63 141 120 campos de futebol por ano), feita essencialmente para aumentar os campos de produção agrícola, destinados a responder às necessidades alimentares (e também de locomoção) da humanidade, reduzem, cada vez mais, a capacidade do nosso planeta regular os gases de efeito de estufa, principalmente do dióxido de Carbono, aumentando perigosamente a instabilidade climática (que, por sua vez, afecta a eficiência agrícola), com um aumento significativo dos prejuízos económicos e sociais decorrentes das catástrofes naturais. A pressão humana está também a reduzir drasticamente muitas espécies animais e vegetais, conduzindo-as à extinção, na pior das hipóteses, ou à desestabilização total dos ecossistemas, na versão menos aterradora. O permafrost (solos permanentemente congelados) do Canadá e da Sibéria tem estado a derreter a um ritmo assustador, libertando para a atmosfera as imensas quantidades de carbono alojadas durante milénios nesses solos, aumentando, portanto, os efeitos do aquecimento global. Muitas fontes aquíferas irão secar sob pressão do consumo humano (o Lago Chade, outrora o 6º maior do mundo, secou em 40 anos, e encontra-se no centro da tragédia do Darfur). Estamos fechados num ciclo vicioso (que está muito longe de se limitar a estes pequenos exemplos que eu aqui apresentei), no qual mais efectivos humanos exigem mais do planeta, colocam em risco o ambiente planetário e intensificam os efeitos da actividade humana sobre o equilíbrio ambiental.
Se o aquecimento global, só por si, já é razão para nos preocuparmos significativamente com as mudanças que se avizinham, imagine o que aí vem se juntarmos à equação uma variável aterradora: o esgotamento do petróleo convencional. O petróleo que consumimos é uma das fontes energéticas economicamente mais lucrativas e ecologicamente mais poluidoras, mas também é uma das mais flexíveis, pois é capaz de ser usada de forma diversificada e para fins distintos. O petróleo demorou milhões e milhões de anos a acumular-se, mas a sua utilização massiva pelo homem tem apenas cerca de um século. Tenha em conta que foram os países desenvolvidos, ao longo do século XX (e, em especial, na segunda metade deste), que consumiram a maior parte do petróleo produzido desde então. E sabe que já atingimos o pico do petróleo? Isto é, já esgotámos mais de metade das reservas mundiais, sendo que o pouco que resta por explorar e descobrir está a ser consumido por um número crescente de seres humanos, o que diminui significativamente a “esperança de vida” dessas reservas. Dentro de 3 ou 4 décadas, o petróleo convencional ter-se-á esgotado e teremos de arranjar outras fontes energéticas. E sabe que, todas juntas, dificilmente conseguirão suprir as necessidades actualmente satisfeitas pelo petróleo convencional? E sabe que quase todas as fontes energéticas alternativas ao petróleo, encerram problemas técnicos, ambientais e económicos difíceis de superar? E já parou para pensar um pouco sobre tudo aquilo que você tem devido ao petróleo? Já parou para pensar que todo o crescimento e desenvolvimento económicos de que você beneficia decorrem, em grande parte, do facto de termos beneficiado, ao longo do século XX, de uma fonte energética barata e flexível como o petróleo? E já reparou que tudo o que você consome, tem petróleo incorporado? E que toda a Economia funciona baseada na existência dessa fonte energética? Mas continua convencido que, quando o petróleo se esgotar, outras fontes energéticas igualmente milagrosas cairão do céu para providenciar as necessidades de uma humanidade vorazmente consumista, não é? Continue confortavelmente sentadinho no seu sofá e depois não diga que não foi avisado.
Nas últimas décadas, o consumo de petróleo tem aumentado, à escala mundial, a uma taxa de 2% ao ano. O que quer dizer que, desde os anos 70, duplicámos o consumo desse bem. Sucede, no entanto, que o crescimento astronómico das economias emergentes tem estado a pressionar continuamente o mercado petrolífero e, como tal os preços estão a disparar para níveis absurdos. Recorda-se quando o petróleo estava cotado a 20 dólares? Não foi há muitos anos. Recorda-se quando estava cotado a 60 dólares? E o limite dos 100 dólares, que parecia uma barreira absurda de ultrapassar? E agora já anda próximo dos 120. E aposto que você anda com vontade de gritar: “BASTA! Isto é um escândalo!” Mas, se for de Direita, aposto que continua a defender que temos de aumentar a riqueza. E se for de Esquerda, aposto que continua a defender que temos de dividir a riqueza. E para que é que uns e outros desejam mais riqueza? Para consumir mais. Há sempre um electrodoméstico para substituir, uns sapatos a comprar, um livro para ler (que se calhar ficará esquecido numa estante). E tem de passear, que o tempo até está bom para isso, e até nos dizem que o Turismo é uma das actividades económicas mais promissoras para os próximos anos. É, não é? Vai ser é um balão que vai esticar e irá rebentar nas nossas caras. E aposto que continua convencido que estamos a assistir a uma crise no mercado do petróleo, não é? Acha mesmo que é uma crise? Ilusões há muitas!
Antes do 1º choque petrolífero (1973), os veículos automóveis bebiam combustível como um alcoólatra bebe aguardente. Depois disso, os fabricantes fizeram esforços significativos para aumentar a eficiência energética dos veículos e, de facto, conseguiram-se avanços muito significativos. Assim, todos ficámos satisfeitos, sob o ponto de vista económico e ambiental, porque os automóveis familiares reduziram para metade o consumo médio de combustível por cada 100 Km. No entanto, repare bem no caso português: em 1973, o parque automóvel era comporto por 766 mil veículos; em 2006, o parque automóvel era superior a 5.6 milhões de veículos! Fantástico, não? Reduzimos o consumo médio de combustível por automóvel, mas multiplicámos por 7 o número de veículos em circulação. O que quer dizer que, colectivamente, a nossa factura energética disparou assombrosamente. E aposto que você aplaude de pé, todo satisfeito porque atingimos patamares civilizacionalmente desejáveis por todos e, principalmente, PARA TODOS! Mas aposto que não pára um instante para pensar sobre as consequências deste tipo de opções à escala mundial, pois não? Dá dores de cabeça, já anda muito stressado, tem muitos problemas para resolver e os governantes que pensem nisso e arranjem uma solução, porque é para isso que lá estão e você não está para se chatear com essas coisas, não é?
Mas você continua a barafustar por causa do preço do petróleo, não é? E aposto que anda completamente despreocupado com o facto do planeta Terra ter 6.5 mil milhões de habitantes. E também lhe é indiferente que, em 2050, sejamos 9 mil milhões? Quem sabe, para si é irrelevante que sejamos 20 mil milhões? E que todos eles podem e devem ter pão, leite e mel (e petróleo para passear de um lado para o outro de barriga cheia). E o Planeta Terra que vá aguentando. Quando estourar, que estoure. A culpa não é minha, dirá você, até porque eu sou uma formiga no meio de um grande formigueiro e é muito mais simples atirar a culpa para cima da globalização, dos neo-liberais, dos chineses, dos EUA, dos muçulmanos, dos ricos ou de outro qualquer. No fundo, você continua a raciocinar no quadro de uma nação, de uma religião ou de uma civilização. Mas não consegue raciocinar à escala global. Não consegue ultrapassar os limites e as fronteiras do formato axiológico que lhe enfiaram na cabecinha e continua a apontar o dedo a alguém, apenas para justificar a sua própria irresponsabilidade. Não lhe passa pela cabeça questionar fortemente e seriamente o sindroma do “Crescei e multiplicai-vos” de que sofre a Humanidade, pois não? Recorde-se que éramos 2.3 mil milhões em 1945 e hoje somos 6.5 mil milhões. E a coisa está imparável. Apenas alguns países desenvolvidos têm os seus volumes demográficos relativamente estáveis. Mas você anda preocupado porque a natalidade portuguesa anda baixa. Temos de aumentar a natalidade, dizem muitos (a começar pela Direita do CDS). Recorda-se de Cavaco Silva a discursar sobre o assunto, a perguntar o que seria necessário para os portugueses terem mais filhos? E a Igreja Católica, já agora, não tem nada a dizer a mundo? Quando será que o Papa Bento XVI se irá lembrar de dizer aos seus fiéis que a ordem divina do “Crescei e multiplicai-vos” deve ser suspensa por algumas décadas até ordens contrárias emanadas do Paraíso? Estão à espera de criar o Inferno na Terra, um espectáculo a exibir em simultâneo em todos os canais, connosco sentados na primeira fila, a assistir, em primeira mão, em directo e ao vivo, como protagonistas de um filme de terror e de horror que vai rebentar a escala de classificações do júri do Fantasporto para toda a eternidade? Ah, mas é complicado para a Igreja Católica, assim como para muitas outras religiões, admitir que um casal pode ter relações sexuais sem ser com fins procriativos, não é? E você, se for católico apostólico romano, até acha muito bem, porque o sexo é uma coisa porca badalhoca e só se deve praticar, como manda a santa madre igreja, isto é, com o objectivo de meter neste Planeta mais um consumidor birrento, que fica stressado se não tiver uns tostões para passear de carro (de preferência a altas velocidades) ou para ir todos os meses ao shopping comprar uns trapinhos de marca.
Nota Final: se você pertence ao grupo de militantes anti-globalização, e é daqueles que passa a vida a barafustar contra este neo-liberalismo explorador, recordo-lhe apenas duas coisas: a) que você reclama da globalização mas certamente passa a vida a reclamar por mais rendimentos, menos impostos, mais igualdade económica e preços mais baixos no supermercado, o que quer dizer que você não passa de um consumista inveterado que quer sol na eira e chuva no nabal; b) que a experiência soviética nada teve de neo-liberal, antes pelo contrário, e, no entanto, constituiu-se como um dos episódios ambientalmente mais tenebrosos da História da Humanidade, como resultado da depredação descuidada, irresponsável e insana dos recursos naturais, tendo resultado na degradação total de vários ecossistemas, coisa que, aliás, a China está a repetir a uma escala absurda. Por isso, deixe-se de respostas fáceis. As culpas estão repartidas por todos, à Esquerda e à Direita. E uma das causas para termos chegado onde chegámos resulta precisamente das lógicas tautológicas simplificadas que apontam o dedo em certas direcções para mais facilmente eliminar o sentimento de culpa. É sempre fácil arranjar bodes expiatórios, não é?

9 comentários:

Anónimo disse...

"E uma das causas para termos chegado onde chegámos resulta precisamente das lógicas tautológicas simplificadas que apontam o dedo em certas direcções para mais facilmente eliminar o sentimento de culpa. É sempre fácil arranjar bodes expiatórios, não é?": importantíssima chamada de atenção para a consciência e responsabilidade de todos. Bem vindo, Paulo Pedroso!
AMB

Hélio disse...

Subscrevo por inteiro!

Nuno Castelo-Branco disse...

Sabe o que me espanta mais nisto tudo, Paulo? É ainda existir gente que se limite a encolher os ombros, pretendendo não ver a realidade do estado de coisas. É evidente que pretendemos continuar a viver em liberalismo, a beneficiar de um certo Estado Social, da protecção da NATO/EUA, deixando os antigos países subdesenvolvidos emergir como parceiros económicos. ultra minoritários neste planeta, com recursos infinitamente mais escassos que aqueles que a África, Ásia ou Américas possuem, pouco nos resta, senão inovar, proteger as fronteiras, sanear as finanças e cortar radicalmente nos gastos sumptuários - não sociais - dos estados da UE. Se assim não for e continuarem a viver na ilusão do fast-credit para umas férias em qualquer baiuca de luxo da república Dominicana, então,é o fim. Como queiram. Só espero já não andar por cá, coisa que dentro de 50 anos é mais que provável.

Paulo Pedroso disse...

Obrigado, caros AMB e Hélio! :-))

Caro Nuno,

Em certa medida, é compreensível que haja muita gente que encolha os ombros. Estes problemas tão difíceis de equacionar, e ainda mais de resolver, são motivo suficiente para que qualquer um fique mergulhado na mais profunda das depressões, porque não há soluções fáceis ao virar da esquina, principalmente quando as alternativas se conjugam, cada vez mais, num confronto evidente entre aqueles que são os interesses económicos e materiais de cada pessoa ou de cada nação, com os valores e os princípios que acreditamos serem fundamentais e que devemos proteger e preservar acima de tudo.

Lamentavelmente, não há soluções fáceis para estes dilemas.

:-))

Anónimo disse...

AHAHAHAHAHAHAHAHAH...PORRA, CA GANDA FAXO QUE VOCÊ ME SAIU...!!!!!

Anónimo disse...

A tarada agora chama-se mugabe

Anónimo disse...

Pois é, há muitos anos que andamos a ser encaminhados para o fim, mas não se preocupem que os "Donos do Mundo" já têm planos para nós, e a solução mais óbvia passa pelo extermínio puro e simples de 2/3 da Humanidade, e meios para o fazer, com eficiência e rapidez, não lhes faltam.
Porque é que acham que estes “Senhores”, Bill Gates, Rockefeller and the GMO se meteram no projecto "Doomsday Seed Vault" in the Arctic?
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=7529
Não quero ser pessimista mas acho que já nem uma década falta para que o caos total se instale.
Até lá, aproveitemos o pouco tempo de civilização que nos resta!

Paulo Pedroso disse...

O Mugabe, como é evidente aos olhos de qualquer um, prefere continuar com a cabeça enterrada na areia e pertence ao imenso grupo de pessoas que se encontram em estado de negação.

Também tem uma evidente dificuldade para lidar com factos concretos e objectivos. Normalmente, este tipo de pessoas limita-se a responder com classificações simples, arbitrárias e ofensivas, sempre que sentem que o ridículo edifício das suas convenções ideológicas se encontra em rota de colisão com a explicação da realidade.

Tal como o seu homónimo africano, julga que a verdade não vem à tona da água, se conseguir impedir que os seus adversário publiquem os resultados das suas eleições, oops, perdão, queria dizer conclusões.

Anónimo disse...

O que é estranho neste texto, para além da obcessão malthusiana, é que ele podia perfeitamente ter sido escrito por Paulo Teixeira Pinto. Estará o Paulo Pedroso por acaso ao serviço de algum maquiavelismo social-darwinista? Esquece que nunca houve na Terra tantos paraísos naturais e ecológicos sob estreitíssima protecção nacional e internacional? Porque omite os progessos realizados nas últimas décadas ao nível da "engenharia climática"? Porque razão me hei-de sentir terrivelmente culpado de existir ao ler aos seus textos?