Imagem do período arcaico do KAOS
Dedicado à E-Ko, que resolveu voltar à La Cage aux Folles...
Há dias em que não me apetece escrever nada, mas os disparates são tantos, que é a mesma coisa que uma Musa nos vir bater à porta e nós lhe darmos o tratamento de choque que costumamos dar às Testemunhas de Jeová, com o devido respeito para com a mãe do Sr. Primeiro-Ministro.
Para mim, a notícia do dia foi o morcego nas mamas da outra, eu já a imaginar a Maria Cavaco Silva, toda de setins, com um morcego enfiado nas mamas, a beijar a mão ao Ratzinger, e o mamífero a esvoaçar, e o Aníbal com uma daquelas bocas do ataque epiléptico, para disfarçar a vergonha nacional. Um pouco mais de sorte, e o morcego nas mamas era... a Ingrid Bétancourt, ou... "surprise", a MADDIE!!!!!!!!..., sim, mas isto é a minha imaginação a funcionar, e isso cruza-se com a minha leitura de Morin desta noite. Diz o gajo assim: "... dado que as portas de entrada e saída do sistema neuro-cerebral, que conectam o organismo com o mundo exterior, não são mais do que 2% da totalidade, e que, então, 98% dizem respeito ao funcionamento interior, constitui-se um mundo psíquico relativamente independente, onde se entrechocam necessidades, sonhos, desejos, ideias, imagens, fantasmas, e todo esse mundo impregna a nossa visão, ou concepção, do mundo exterior...", e, aqui, eu já estava tão mal disposto que decidi fechar o livro e vir teclar, mas já com o telefone na orelha, para ouvir uma pior, porque parece que estava um toureiro -- percebo tanto de touradas como de Futebol -- a dizer, na TVI, que as chocas não eram chocas, mas chocos, ou seja, bois mansos, mas eu nem quero investigar isso, porque começo logo a escorregar pelo meu desequilíbrio interior, e começo logo a ver Lolas Chupas por tudo quanto é sítio, e a perceber de que modo é que a Tourada era, e é, a metáfora perfeita para o Heterossexualismo Passivo mal assumido dos Portugueses, e o seu ódio atávico da Mulher.
Não, por favor, já um dia me tiraram o Pai Natal e o Mito da Cegonha, não me venham agora dizer que as chocas também são bois.
Pronto, já me estou a reequilibrar do choque...
Esta é para a Kaotika: Parece que o António Calvário é uma choca...
Aliás, isto é um país de chocas, tirando o António Borges, que é uma coisa que eu nunca percebi, uma vez atirei uma boca no defunto "Expresso on-line", porque ainda não sabia quem era ele nem a Elsa Raposo, e respondeu-me uma voz grave, lá do fundo, suponho que daqueles timbres do Philippe Boutton (de Rose) que me disse que o Borges era "Dean" de não-sei-o-quê, o único Dean que eu conheci foi o James, a quem os produtores de Hollywood apagavam os cigarros nas costas, e que ascendeu na horizontal, acedendo a todos os desejos gerontófilos da Mafia Judaica do cinema californiano. Agora, explicar a um gajo com 18 anos que o James Dean foi comido pela velhada toda, e que lhe chamavam o "cinzeiro humano".... imediatamente me iam dizer, "lá está aquele entregue aos seus 98% de deriva interior..."
O que é certo é que saber que o Borges era "Dean" foi um choque brutal, porque, quando olho para ele, vejo um daqueles que eu costumo encontrar nas férias, nas bordas das piscinas, ou à disputa do "voucher" da espreguiçadeira, o dia inteiro com uma venda nos olhos e uns "walkmans" enfiados nos cornos, enquanto, por cima das cabeças deles passam fantásticas revoadas de pássaros tropicais, os golfinhos caem por cima de nós, em pescarias de fantasia, e as velhíssimas e anacrónicas equinóides estão à distância de enterrar uma mão na areia, cheias de sentimentos e pavores do Câmbrico.
Ali, tudo é calma, luxúria e voulptuosidade, excepto para os "Deans" deitados nas suas ridículas espreguiçadeiras.
Resumindo: os eternos sorrisos do Borges, que, para mim, é uma espécie de Barbie que se foi daqui, e que, portanto, se devia deixar ficar por lá, são tão impressionantes como as crises da Elsa Raposo. O rapaz tem sempre uma solução para Portugal, mas vai adiando, eventualmente, à espera de que, nessa altura, já sejamos assumidamente espanhóis, e os espanhóis pagam e podem pagar mais, como se sabe. Gosto dele, porque está eternamente bronzeado, sinal de que nunca respirou ar puro, e nunca vê o sol, e tem aquele esticado e queimado de pele típico dos ares condicionados demasiadamente bem calibrados, e dos solários do chá das cinco. Acho que é das raras chocas que gosta de mulheres, e deve ser por isso que não se mistura com a Política Portuguesa, onde os touros dominantes, excepto o Rocinante de Belém, gostam de... chocas, ou de choquinhos.
Espanta-me que Borges não apresente nenhuma ruga no falso bronzeado, e, como, desde Aristóteles, a Natureza tem horror do Vazio, suponho que as rugas têm de estar nalgum lado, e, não estando fora, devem estar dentro: são as rugas do salvador que só virá quando já não houver mesmo salvação. Faz-me lembrar a mãozinha transpirada do Aníbal, na noite da eleição, que só se atreveu a abrir a janela da "marquise" depois de confirmado, e reconfirmado, que os Portugueses tinham MESMO decidido embarcar numa Máquina do Tempo, em direcção a 1933.
Afora isso, gosto do Borges. Faz-me lembrar um Arnaut, do tempo do Cherne, que parecia ter ar do Estoril, mas quando abria a boca falava um pouco em forma de "axim". O Borges é ao contrário: contraiu o estigma inglês, e é igual a milhões de "deans" que se passeiam diariamente pela City, a pensar na maneira mais simples de empobrecer grossas fatias da Aldeia Global. The important is the numbers. L'important c'est la rose, e só faz brilho num país de saloios e analfabetos funcionais.
Andam aí umas más-línguas a dizer que a Bruxa do PSD é um mero entretém para que o Português perceba que virar as costas a Sócrates ainda pode ser pior. Em termos de contas de cabeça, matéria na qual sou bastante fraco, isso significa Maioria Absoluta Bisada, para os lados de Vilar de Maçada, ou maioria simples, com duas muletas-emplastro, uma em Belém, a outra na Travessa de São Coitado à Lama. Depois viria outro cenário. Ou seja, para vos baralhar ainda mais, a Bruxa seria a choca de Sócrates, para depois vir a Choca-Borges afastá-la da arena, para enfiar lá só deus saberá o quê.
Uma arena de "Deans" e miseráveis de pé-descalço.
3 comentários:
Morcego no seio? Ui! Isso interessa-me e quanto! Vampiros, vampiros!
De facto, não há muito para escrever sobre o que se passa. Passa-se sempre o mesmo.
O Borgues ( ou será Broches?)consegue ter uma "cabeça" ainda mais pequena que o Paramécia, daí que seja um sério candidato a 1º ministro deste país. Até parece que já estou a ler os títulos dos jornais: "Dean Broches (ou será Broges?)força, força"
no PSD estão mais preocupados em manter o Pedro não sei das quantas longe da liderança do que em verdadeiramente reflectir sobre o estado da situação económica do país e das suas consequências para os 50% de portugueses que vivem em torno da linha do limiar de pobreza, sim, porque os outros estão a safar-se bem apesar das crescentes dificuldades dos primeiros... estão muito "preocupados" com a classe média e com os futuros investimentos nas obras públicas que eles próprios aprovaram, mas propostas políticas para dinamizar a economia nem uma! só jogadas!
e agora anda a Cavaca de Belém, presidente de todos os portugueses, a fazer campanha para o PSD e MFL que apenas representam 30 a 35% da população total! vergonhoso!
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