terça-feira, 17 de junho de 2008

ANTIAMERICANISMO II

Depois da Introdução, não estava previsto este 1º capítulo mas, por força das circunstâncias, começo por Wilde. Segundo esse grande escritor, “Os EUA são o único império que passou directamente da barbárie à decadência sem nunca ter passado pela Civilização”. Assim, para satisfação das cabecinhas indigentes dos antiamericanos, basta citar um desaforo de um grande escritor, que viveu no século XIX, para ficarmos esclarecidos sobre a nossa imagem actual dos EUA. Ou seja, pegamos numa frase do Século XIX, quando os EUA estavam longe de demonstrar toda a pujança económica, científica, cultural, intelectual, social e política do Século XX, para podermos satisfazer e alimentar a nossa visão particular dos EUA, em pleno século XXI. Já ouviram falar de anacronismos? E de mesquinhez intelectual? Mas curiosamente, os ECOS deste mundo acham mesmo que essa frase diz o essencial. Civilizados são os europeus, especialmente se falarem francês e traduzirem sem dicionário. Isso é sinal de civilização. Por sinal, sabemos muito bem que, nos EUA, ninguém é capaz de traduzir sem dicionários. Isso são prerrogativas civilizacionais dos europeus antiamericanos primários.
No último programa “Prós e Contras”, um convidado com aspecto de possuir uma inteligência apreciável e cultura aceitável, disse que os EUA não tinham História: aquilo é só Coca-Cola, hambúrgueres e Hollywood, dizia o comentador. Ou seja, estamos perante uma outra versão do (des)aforismo de Wilde: aquilo nunca passou de incivilidade e de degenerência e jamais a Cultura séria, profunda e civilizada pôs os pés naqueles terrenos. Os Europeus gostarão de fazer figuras parvas ou será que se comprazem com a sua balofa ignorância? Então, de 1776 para cá, a História correu na Europa, mas ficou parada nos EUA? Será que era a isso que se referia Fukuyama quando falou no Fim da História? Presumo que não. Mas, como eu sou um incivilizado pró americano, não percebo nada dessas coisas.
Segundo os civilizados europeus, a História dos EUA resume-se à violação dos direitos humanos. Como todos nós sabemos, a Europa já era, em 1776, um farol do progresso em matéria de direitos humanos. Só é pena que os cidadãos dos EUA tenham obtido muitos direitos civis muito antes da maior parte dos cidadãos europeus. Enfim, os europeus antiamericanos reduzem o primeiro século de História dos EUA à eliminação dos povos Índios e o segundo século às lutas pelos direitos civis das minorias étnicas. Deve ser por isso que gostam de citar Wilde e dizem que esse povo passou directamente da barbárie à decadência sem passar pela civilização. Só é pena que estes civilizados europeus se esqueçam que a colonização da América foi feita essencialmente à custa de europeus e, como tal, o extermínio dos Índios Americanos, tenha sido feita essencialmente por esses colonos, em nome desses colonos e dos interesses desses colonos. Estamos portanto minimamente esclarecidos sobre a coerência e a objectividade dos civilizados europeus. Assim, segundo uma lógica muito profunda e obscura, que a minha inteligência é incapaz de alcançar, os europeus são civilizados enquanto estão em território europeu e passam a ser automaticamente norte-americanos incivilizados, bárbaros e decadentes, quando se mudam para os EUA. Além do mais, como bem sabemos, durante o mesmo período, os civilizados europeus não andaram envolvidos em coisas sublimes, elevadas e manifestamente engrandecedoras da dignidade humana como o tráfico de escravos, guerra e massacres dos povos indígenas das suas colónias americanas, africanas e asiáticas, ou guerras dentro das próprias fronteiras europeias, para já não falar da evidente inexistência de discriminações sociais na Europa, que nessa altura, como bem sabemos, a Europa era um lugar onde pretos e brancos podiam casar livremente, onde as mulheres tinham direito ao voto e todas as crianças tinham uma educação assegurada pelo Estado.
Enfim, segundo os antiamericanos, os EUA são um país sem História. E também dizem que os EUA são um país belicista e militarista. Talvez seja por isso que se recordem tantas vezes da Guerra Civil Norte-Americana como um exemplo da barbárie. Curiosamente, como todos nós, sabemos, Guerras Civis é coisa inexistente na História dos civilizados povos Europeus. Aliás, parece que todos aprendemos que as nossas Histórias europeias nunca estiveram carregadas de Guerras Civis. Já para não falarmos das guerras não civis. Deve ser por isso que os europeus antiamericanos dizem que a Europa tem História e os EUA não a têm.
Enfim, é um horror os EUA não terem História, apesar de terem uma Constituição Política Moderna digna desse nome MUITO ANTES de qualquer país europeu. Também são um país sem História, certamente, por terem imensos Presidentes assassinados, facto aliás que só pode ser sinal da sua barbaridade e sintoma da sua decadência. Ora, como bem sabemos, na Europa nunca se assassinaram reis, presidentes ou governantes. Nem adianta recuar muitos séculos. Basta recuar à nossa História Moderna, isto é, ao período em que os EUA NÃO têm História, para podermos fazer a estatística dos políticos assassinados na Europa. Assim, não convém recordar que, por exemplo, neste nosso pequeno cantinho, em pouco mais de uma década, se assassinou um rei e um presidente. E que, no intervalo destes edificantes factos da civilizada História Lusitana, ocorreu o assassínio de um arquiduque, cujos resultados conduziram ao mais extraordinário, atroz e deprimente espectáculo "civilizacional" que a Humanidade já pôde contemplar, essa coisa conhecida por Guerra Mundial (Tragédia em 2 Actos).
Ainda a propósito destas coisas dos assassinatos dos presidentes dos EUA, convém recordar um aspecto muito interessante relativo à elevada objectividade dos civilizados europeus. Quando os antiamericanos estão interessados na comparação dos dados dos EUA e demonstrar que são um país horrível, gostam de comparar país a país: Vejam como os EUA são o país onde se assassina mais políticos e dirigentes! São mesmo uns bárbaros. Mas, quando interessa, em vez de compararem as estatísticas dos EUA com os países europeus, agregam os dados e juntam toda a União Europeia, para poder comparar a civilidade desta nossa Europa, com esse antro decadente que são os EUA. Vamos passar agora por cima desta lógica muito civilizada, que usa a estatística segundo a conveniência e passemos a essa coisa tão incómoda chamada FACTOS HISTÓRICOS. Assim, para sermos justos, vamos comparar alguns aspectos da História recente da civilizada Europa, no seu todo, com os incivilizados EUA. Já sabemos que os EUA batem todos os recordes em matéria de assassínio de Presidentes e políticos! (Será que é mesmo assim?). Entretanto, na Europa, políticos como Pio La Torre, Olof Palme, Aldo Moro, André Cools, Sir Anthony George Berry, Ian Reginald Edward Gow, Louis Mountbatten, Salvatore Lima, Jean de Broglie, Miguel Ángel Blanco Garrido, Isaías Carrasco, Anna Lindh ou Pym Fortuyn, entre muitos outros, puderam encomendar civilizadamente as suas almas à posteridade. Se os antiamericanos tivessem um pingo de vergonha na cara, poderiam afirmar: «Ainda bem que somos civilizados! Que seria desta civilizada Europa se não fossemos o supra-sumo da civilização?» Como sabemos que vergonha na cara é coisa que não têm, não se preocupam com estes pequenos porMAIORES. É caso para dizer que, se os EUA são bárbaros e decadentes, eu prefiro ser incivilizado como eles, porque a civilizada Europa não parece encontrar-se em condições de dar lições a quem quer que seja. E, como podem ver, limitei-me a citar apenas alguns dos mais conhecidos civilizados assassinatos, cometidos na civilizada Europa, nas últimas civilizadas décadas. Porque muitos outros actos civilizacionalmente merecedores de aplauso foram cometidos, para além destes, já sem contar com o que vai lá para trás. Mesmo se formos sérios e objectivos, e nos limitarmos ao período da História da Humanidade em que os EUA não têm História, isto é, de 1776 para cá, muito mais haveria a dizer sobre a civilizada Europa. Em matéria de civilizados assassínios, vou-me ficar por aqui, antes que a memória da História europeia me faça vomitar aqui todos os grandiosos episódios recentes de políticos de segunda e terceira linhas assassinados nos civilizados cantinhos da Velha Europa, por movimentos terroristas nacionalistas, ideológicos ou fundamentalistas, ou apenas por loucos, que é dizer quase o mesmo. Mas, é claro, na Europa, até a loucura beneficia do verniz civilizacional. Bárbaros, incivilizados e decadentes são epítetos ajustados aos norte-americanos. Entretanto, os ECOS do antiamericanismo primário europeu, comprazem-se com as suas absurdas afirmações, as suas falsas acusações, as suas hipócritas moralidades e as suas convenientes incoerências. Para os antiamericanos, os argumentos são usados segundo a conveniência e os interesses. Quando interessa, comparam-se as estatísticas de Portugal com as dos EUA. Mas, quando as conveniências mudam, coloca-se todo peso da civilização e da cultura europeia na balança para mostrar que os EUA são uns bárbaros. Assim, quando convém, somos apenas portugueses, franceses ou italianos. E, quando convém, somos europeus. Dito de outra forma, para um antiamericano primário português, o assassínio de Olof Palme não tem nada a ver com ele. Sim, os portugueses e os suecos são todos europeus mas, calma lá, nós portugueses não temos nada a ver com essa herança. Mas, obviamente, já só somos europeus para reclamar a civilização dos poetas, músicos e escultores de Itália, França ou Alemanha. Os assassínios cometidos nesses civilizados cantinhos é que já não têm nada a ver connosco, não é? Um aplauso, por favor, que tamanha atitude intelectual não pode deixar de ser louvada pela sua coerência e objectividade.
Bem, mas que é isso, perguntarão os antiamericanos? A História de Portugal é de Portugal e de mais ninguém. Os nossos reis foram monarcas de Portugal e de mais ninguém… Bem, excepto do Brasil, de Moçambique, de Angola, de Cabo Verde… E Camões é só nosso… Sim, apesar de ser ensinado em muitas universidades do Mundo, incluindo as Norte-Americanas. E Maquiavel é italiano… isto é, europeu! Deve ser por isso que “O Príncipe” não está publicado nos EUA. E, por aqueles lados, nunca se ouviu falar de Shakespeare, Cervantes, Dante ou Goethe. Essa é uma herança nossa e apenas nossa. Só falta aos antiamericanos fazerem birrinha para poderem fazer-nos crer que a nossa Cultura é a melhor do Mundo e os EUA nunca produziram nada de culturalmente apreciável. Então não é sabido que aqueles indigentes dos norte-americanos só sabem produzir cultura de esgoto?
Assim, vejamos, os EUA não têm História porque ainda não tiveram tempo (esse grande escultor) para ganharem refinamento e sofisticação, sei lá, aquele je ne sais quoi do verniz civilizacional que faz da Europa o lugar mais maravilhoso da Via Láctea e arredores. Assim, podemos deitar para o lixo toda a pintura, escultura, arquitectura, música, cinema, teatro e literatura, produzidas nos EUA, porque tudo aquilo não fez História. Cultura e História é coisa que, todos sabemos, só existiu e só existe na Europa. E também é certo que os EUA não têm História porque não partilham deste nosso passado brilhante nas áreas científicas. Bem, esperem lá, qual é o país que recebeu mais Prémios Nobel da Física, da Medicina, da Química ou da Economia? Ooops! Ah, temos uma tábua de salvação: muitos desses premiados eram europeus emigrados. Sim, claro! Lá está, quando convém, execramos os norte-americanos por serem norte-americanos e, quando nos convém, aplaudimos os norte-americanos porque têm origem europeia. Bravo! É pena que nos esqueçamos que, para o bem e para o mal, muitos norte-americanos têm origem na civilizada Europa.
Bem, dirão os antiamericanos, eu é que não estou a ver as coisas no seu devido lugar. Os EUA não têm História porque, argumento de uma inteligência arrasadora, a História desse país reduz-se a pouco mais de 2 séculos, enquanto a Velha Europa já conta com uns 25 séculos de Cultura. Assim, o peso e a qualidade da História, segundo os civilizados europeus, medem-se aos palmos. Mais ou menos como os catálogos da Taschen! Não é a qualidade que conta. É a quantidade! Sim, é certo que a cultura Europeia produziu coisas fantásticas ao longo destes 25 séculos. Já disse que eu próprio tenho um enorme orgulho nesse património e nessa herança. Mas, dizer que os EUA não têm História é esquecer que esse país foi feito essencialmente por europeus e que foram esses colonizadores e esses emigrantes que transportaram a Cultura e a Civilização da Europa para o Novo Mundo. Assim, em certa medida, a História da Europa faz parte da História dos EUA. E, quando criticamos o modo de vida dos EUA, estamos, muitas vezes, a criticar o nosso próprio modo de vida, com algumas diferenças pouco substanciais. Acho que já deixei bem claro um facto inquestionável: para além da Europa, a América do Norte é a única região do Mundo onde nos podemos rever facilmente. Todo o sistema legal, político, cultural, social, axiológico, intelectual, científico, filosófico, religioso, etc., é de natureza essencialmente europeia. A sociedade norte-americana é matricialmente europeia e, por isso, tratá-la como se fosse a pior das sociedades à face da Terra, é destratar muita da nossa Cultura, da nossa Civilização e da nossa herança.
E, para terminar, nem convém recordar, a estes civilizados antiamericanos, a impressionante quantidade de cultura fantástica, de elevadíssima qualidade, que os EUA produziram em cerca de 2 séculos de História, na Literatura, na Arquitectura, na Pintura, no Cinema, na Música, na Escultura, ou na Filosofia, já para não falar das Ciências (Engenharia, Matemática, Economia, Biologia, Medicina, Genética, Física, Química, Arqueologia, História, Astronomia, Sociologia, Comunicação Social, etc. etc. etc.).
Ninguém duvida que Europa seja civilizada. O que é do domínio do espanto, isso sim, é a existência de europeus, que se dizem civilizados, isto é, supostamente cultos e inteligentes, que sejam capazes de vomitar um discurso completamente aberrante, indigente, incoerente e, acima de tudo, hipócrita, afirmando que os EUA são o império da barbárie e da decadência e que só a Europa é civilizada. Um pouco de perspectiva Histórica não fará nenhum mal a estes primários. A esta mesma perspectiva Histórica voltarei nas minhas próximas publicações. Fico à espera que os ECOS do antiamericanismo sejam capazes de negar os factos aqui apresentados e que demonstrem que tudo isto são meras falácias.

5 comentários:

Paulo Pedroso disse...

Peço desculpa mas esqueci-me de acrescentar um paradoxo estranhíssimo dos discursos antiamericanos.

É que parece que a Europa é, segundo eles, o único lugar verdadeiramente civilizado do Mundo mas parece que, estranhamente, é por aqui que se praticam as "derradeiras esperanças de Liberdade".

Graças aos deuses, somos civilizados... embora estejamos a caminhar para a barbárie.

Felizmente para todos nós, existem os países adorados pelas Odetes Santos para salvar a civilização, não é?

Textusa disse...

Caro Paulo,

Quase, quase lhe perdoo as injecções de erudição que por vezes lhe dá na real gana.

Antes que me voltem a cair em cima por tentativa de golpe de estado blogueditorial, não estou, de forma alguma a lhe a pedir para parar com essas masturbações de bicha louca que você de vez em quando encarna... porque são exactamente esses "baixos" culturais que depois o catapultam para as alturas e permitem textos esclarecidos como este.

Um abraço

Paulo Pedroso disse...

Caro textusa,

Como já disse, tenho dentro de mim demasiados interesses e motivações opostas. Perdoe, por favor, a minha multiplicidade de erudições e de putices. Neste aspecto, e completamente dentro do contexto do meu post, apetece-me dizer que não sou o único exemplo na civilizada Europa de eruditos-putas e de putas-eruditas.

Lamento, meu caro, as manifestações de bicha louca, mas elas fazem parte de mim. Não são um cancro, nem uma doença. Mas também não tenho os armários repletos de artigos vibratórios e masturbatórios como tinha o Michel Foucault.

Em todo o caso, obrigado pelas suas palavras.

Neste momento estou à espera que apareça um antiamericano qualquer a desfazer estes factos concretos e objectivos com uma única citação de um qualquer Oscar Wilde. (Que, por sinal, também não era nada fresco e não lhe dava nada para a bichice louca!)

Na minha introdução ao tema do antiamericanismo, apareceu a E-Ko a dizer que tudo se resumia a falácias. Estou à espera da desmontagem das minhas falácias.

:-))

Textusa disse...

Caro Paulo,

A natureza humana decompõe-se em várias referências e fidelidades, impostas, ora deduzidas, que somadas constituem a consciência.

O que o meu caro está a pedir é que algumas pessoas neguem o que lhe é mais sagrado: toda a sua base matricial. E isso, antes quebrar que torcer.

Exemplifico dentro do contexto do seu texto. O povo, aquele mesmo básico, rústico e genericamente inculto, ora é ignorante, arrogante e belicista, logo desprezível, ou trabalhador, humilde, justo e libertário, logo digno de respeito e merecedor dos maiores dos sacrifícios. Sendo o mesmo povão, é apenas adjectivado diferentemente de acordo com a sua localização física: deste ou daquele lado do atlântico.

Um pequeno reparo. Reconheço-lhe a erudição. Não lhe reconheço a putice. VExa não fode a troco monetário. VExa fode porque fode. VExa não é uma puta. É uma badalhoca.

:-))

Paulo Pedroso disse...

Pois, meu caro Textusa, agora falando muito a sério, acho que não mereço grandes créditos, nem em matérias de erudição, nem tão pouco em matérias de badalhoquice.

De facto, como bem diz, de puta não tenho nada. Só não sei como sabe que eu não fodo a troco monetário, porque, que eu saiba, não o conheço de nenhum arbusto! :-))

De facto, quando apanho alguém que se põe com essas merdas de cêntimos para aqui e euros para acoli, mando-os logo à real pata que puriu.

Mas, se não tenho nada de puta, também é verdade que não tenho assim tanto de badalhoca. Em meados de 2006 acabei uma relação (de economia comum) de 7 anos.

Desde então, sou apenas um homem livre, civilizado como o tempo desta Velha Europa mo permite. Logo, sou tão badalhoco quanto os próprios pilares da civilização europeia, de Da Vinci a Wilde, de Miguel Ângelo a Shakespeare, ou de Alan Turing a Pedro Almodôvar.

Porque, meu caro, se é certo que uma das traves que sustenta esta nossa civilização é a herança judaico-cristã, eu estou muito longe, mas mesmo muito longe, dos moralismos bacocos preconizados por essa grande trave.

E, como essa trave não está no meu olho (em nenhum dos três!), também não me preocupo com o cisco no olho do meu vizinho! LOL

:-))