domingo, 8 de junho de 2008

Sindicatos querem cobrar direitos aos não quotizados


Ora muito bem… é pena que eu só não adivinhe a sorte grande ou o euromilhões. Escrevi neste blogue dois textos, um a 22 de Abril e outro a 5 de Maio, em que concluía que face à inaptidão, descrença e, sobretudo, ao mau serviço prestado, a grande questão que se colocava aos sindicatos era a da sua sobrevivência… Infelizmente, parece-me que tinha razão, pelo menos se for verdade o que hoje vem relatado no DN com o título: Sindicatos querem cobrar direitos aos não quotizados. Cá está a solução que essas sanguessugas dos trabalhadores encontraram para a sua sobrevivência… colocarem-se do outro lado da barreira e lançarem-se, eles próprios, a cobrar impostos… Juro que desta não me tinha lembrado, no entanto, tal enormidade merece-me alguns reparos de não pequena monta e consequência. Vejamos.
1º Se bem que ridiculamente maltratada, ridicularizada e vilmente atraiçoada por quem a jurou defender, ainda existe a Constituição da República Portuguesa… a qual nos diz logo no capítulo que aborda os Princípios Fundamentais, nos nº 1 e 2 do Artº. 3º, “que a soberania (…) reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição”, e (nº2) “O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática.” Não vos maçarei com mais artigos que, quem a ler verá que amiúde vão surgindo, para passar para o Título II, Direitos, Liberdades e Garantias, nº 3 do Artº. 46 que diz: “Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela.”; para, e finalmente, no nº 2 b), do Artº. 55º. (Liberdade Sindical) “A liberdade de inscrição, não podendo nenhum trabalhador ser obrigado a pagar quotizações para sindicato em que não esteja inscrito.” Penso que por esta parte estamos suficientemente esclarecidos. Aproveito, apenas, para informar que ao abrigo do nº 1 do Artº. 23, irei apresentar queixa ao Provedor de Justiça.
2º O que os sindicatos alegam conseguir ou ter conseguido na defesa dos meus interesses, feitas as contas, e desde que comecei a trabalhar, não são benefícios mas sim dívidas; pelo que eu me considero credor e não devedor, pois o que consegui, com a sua acção, foi tão só a perda de direitos e poder de compra, muitas vezes negociadas com contrapartidas para essa chaga social que dá pelo nome de sindicalista vulgaris…
3º Possivelmente, pensarão os galarós dos sindicatos regressar aos tempos da paulada para nos pôr na linha e aderir aos seus intentos. Não sei de todas as profissões, nem de todos os sectores, na minha, a educação, apenas lhes posso dizer: venham eles… Verão que não ganharão para os pensos… Só a ideia dos jurássicos velhotes da CGTP e UGT a virem confrontar-se comigo e com a maioria dos colegas que conheço me dá vontade de rir… Pensando bem, creio que só a senilidade explica esta triste lembrança. Em muitos outros sectores, sobretudo os que abrangem mais o privado, aí a situação só poderia ser, ainda, mais ridícula…Bom, são horas do almoço e tenho que parar. Prometo voltar a abordar esta hilariante notícia. No entanto, fica já o meu desafio… Venham, senhores sindicalistas, venham pedir-me dinheiro, que por acaso também me chamo Zé e saberei fazer-vos o gesto e a voz que merecem e que o meu nome imortalizou coadjuvado com o apelido de Povinho…

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

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