segunda-feira, 16 de junho de 2008

A angústia do derradeiro absinto, com IVA a 21%, no momento exacto de ser emborcado

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do KAOS
Há três coisas, no Mundo, que me dão imediatamente vontade de escrever: sempre que partem um salto aos sapatos de salto alto do Sócrates, as pernas peludas da Ferreira Leite e as imagens do KAOS. Esta, é-me dedicada, de maneira que vou começar por ela: eu, que chorava hoje que nem uma Madalena, como com aqueles contos tristes do Natal, do Charles Dickens, em que a velhinha, com o contador da luz já cortado pela EDP, e reduzida a aquecer o resto de sopinha, mesmo o resto da rapadura do tacho (lágrimas...), no calor das próprias costas, com a neve a cair cá fora, e, de repente, tocam à porta, e ela ergue um derradeiro sorriso enrugado, e escova os pézinhos, toda convencida de que é o Príncipe Encantado, que a vem fazer experimentar o sapatinho da Versace, mas não é, é a ASAE, com dois gajos com bigodes do tamanho do da Ministra da Saúde, que lhe vêm confiscar o prato, e pôr um carimbo nas costas, pelo calor lombar não cumprir as normas mínimas de higiene e conforto, e, para mais, multá-la, por não estar a pagar imposto sobre combustível alternativo, e a defruadar os 60% que o Estado põe sobre os derivados gasolineiros. A cena termina com a velhota a dizer que as costas dela não são um derivado petrolífero, e o inspector faz cair o pano, com um gelado, "pois, se não são... parecem..."
Sim, vim do encerramento da Feira do Livro, como já se vê, por estes estilhaços literários. Aquilo esteve a merda do costume, e pior do que o Pavilhão de Conferências da Câmara do Martim Moniz, já aqui citado pelo Fado Alexandrino, só mesmo aquela palhaçada da "Leya". A "Leya" eram, então, uns barracos com pretensões, que, em vez de terem a cloaca em em forma de U para fora, como as outras, tinham a cloaca em forma de U para dentro, para obrigar os transeuntes a andar a passear por lá, no meio das mesmas caras de sempre, mas de libré (!), e toda a gente sabe que um Português, quando veste uma fardeta de opressão, ainda se torna pior, de maneira que fiz, SEMPRE, o esforço de acelerar o passo, deitar um olhar de desdém aos seguranças, e comentar, para o lado, de forma a ouvir-se bem, "ai, afinal, aquela merda de que tanto se falava, a "Leya" é só isto!...".
Bom para Comunistas endiheirados, como o Saramago, gajas que não sabem escrever, como a Rebelo Pinto, e homens que dizem "NÃO", como Manuel Alegre. Parece que disse "SIM" ao Paes do Amaral: não há ideologia que o cifrão mirrado não converta. Parabéns ao João Aguiar, que os mandou passear. Por mim, nunca mais comprarei nada lá.
Coisa boa, hoje, foi o País-que-pensa-com-os-pés ter começado a levar no focinho. Espero que a Epopeia -- vou usar uma das palavras que mais detesto... -- espero que a Epopeia do Chulé termine rapidinho, para voltarmos a ter de nos concentrar no miserável quotidiano, e a perceber que aquilo é MESMO o nosso miserável quotidiano, quer dizer, o nosso, porque o dos Portugueses que não pensam continua exactamente na mesma, e acha que o seu futuro passará sempre por uma "sorte" no Euro-Milhões, ou em ter um Cristiano Ronaldo na família. A verdade é que a maior parte deles é mesmo de famílias cristiano-ronaldianas, só que não sabe o que isso quer dizer... Que deus lhes dê tudo o que desejam, porque é por esse esforço continuado nos pés, que nós continuamos periféricos.
Periféricos, mas audazes, os Irlandeses obrigaram a Europa, borradinha de medo, a recentrar-se nas preocupações dos Cidadãos, deixando de lado a chuva de "tachos" que já aí vinha, e aos quais já cá muita gente dentro se andava a afiambrar, como a Bêbeda do Absinto, de Vilar de Maçada, que vai ter um Inverno miserável, agarrada ao copito, e com o seu Aníbal, o homem com quem ela fez "swing" político (Cavaco não votou Santana, logo votou Sócrates, e Sócrates não votou nem Soares, nem Louçã, nem Alegre, logo "swingou" com Aníbal), sentado ao lado, e a ter daqueles ataques neurológicos do "The Great Portuguese Disaster", uns atrás dos outros, e a abrir a boca como um sapo, de dez em dez segundos, sempre que a jornalista lhe perguntar o que pensa do estado do Desastre da Nação. A Senhora de Verdurin também deslocou um maxilar às gargalhadas reles, como reza Proust, algures em "À la Recherche" (procurem).
Mau, mau, vai mesmo ser horrível ver duas figuras, com um brilhante Passado, tão promissor, à sua frente, a soçobrarem no álcool, mas acontece aos melhores. Espero que, lá mesmo para o fim, Sócrates não tenha ataques de priapismo com o Crispim, que se diz que tem a tora grossa, e só isso consegue manter o Cláudio Ramos naquele tenuíssimo limiar que separa a bicha perdida da bicha completamente perdida. Detestaria ver um Primeiro-Ministro enrolado numa briga de gatas com paneleiras dos programas da manhã...
Hoje, dia 16, porque já é 16, deram-me uma prenda. Já me tinha soado que tinha um duplo, e realmente, ele anda por aí: traça o meu retrato com uma elegância e um primor que só deus sabe, como poderão confirmar aqui. Adorei, acho charmoso, elegante, e dá-me logo vontade de tomar um café puro arábica com o dedinho mindinho espetado. Bom tom e bom gosto, e espero que seja regiamente paga, porque, em Hollywood, fazer de duplo, como é para os momentos perigosos do filme, paga-se bem. Esta, para além de parva, deve trabalhar de graça, e talvez entre para o "Guiness" como único duplo gratuito. Mas, agora, falando a sério, e o Paulo Pedroso tem um comentário reservado para este texto, nós estamos a incorrer num erro, porque, a criatura, se, de facto, como em hipótese defendemos, está doente, deve parar de deixar de ser toureada, porque um doente deve ser tratado, não hostilizado, como um parceiro na plena posse das suas faculdades mentais. Prefiro ir por aí, já que a outra hipótese é mais lúgubre: a existir um carácter lucidamente assim, deus meu, teria de ser arrumado na prateleira dos animais, repito, animais, mais venenosos da Terra. Ainda aí os deuses nos salvaguardariam: geralmente, o pico venenoso, quando espetado, acarreta consigo a morte do inoculador. Por isso se entretém ele em infindáveis danças de ameaça, antes de espetar o ferrão que a si mesmo matará. Paciência, portanto, já que, quando decidir morrer, será por suas próprias mãos...
Como "Gran Finale", e para irritar mesmo alguns dos leitores que já me andam a jurar pela pele, faço aqui a divulgação de um acontecimento, que me chegou por email: "No próximo dia 21 de Junho, o Palácio dos Duques de Cadaval, em Évora, será palco de mais um evento histórico - o casamento de Dona Diana Mariana Vitória Álvares Pereira de Melo, 11ª duquesa de Cadaval, com S.A.R., o Príncipe Charles-Philippe Louis d'Orléans, neto do Conde de Paris, e Duque de Anjou, desde 2004. Recorde-se que a Casa do Cadaval, criada por D. João IV, em 1648, se unirá assim à Maison d'Anjou, que remonta a 870. Ah, a festa contará com 400 convidados minuciosamente escolhidos", não se prevendo a presença nem de Dona Maria Cavaco Silva, nem de Diogo Infante ou da Jornalista Fernanda Câncio, nem do novo comentador de Futebol, Marcelo Rebelo de Sousa. Infelizmente também não irei, mas posso já adiantar que, de tão ilustre casamento, uma das primeiras coisas a sair, conhecendo eu como conheço os meandros do "milieu", serão dois motoristas privados a serem rapidamente promovidos, com direito a medalhas da Grã-Ordem do Subir-aos-Quartos, de Carlota Joaquina de Bourbon.
Ai, que maravilhosos que vão ser os comentários a este texto, não vão?...
Kisses na xôxa.

3 comentários:

Paulo Pedroso disse...

Meu caro,

Tinha eu produzido um comentário para uma das anteriores publicações a propósito de uma frase escrita por ti, quando verifiquei que os comentários tinham sido encerrados.

Bem, por um lado, não vejo a necessidade de impedir os comentários de um post porque a tarada pode sempre mudar-se para uma outra caixa de comentários e continuar a debitar as suas insanidades.

A frase que motivou a minha intervenção é esta: "Brevemente virá o gesto errado que lhe vai dar cabo da vida...".

Tal como já tinha manifestado anteriormente, não concordo com soluções radicais que estraguem a vida às pessoas, principalmente quando estão envolvidas outras pessoas que não têm culpa de nada. Uma delas, é inocente, porque não tem mais de 6 anos e a outra é inocente porque, tendo muito mais, não tem culpa dos problemas do foro psicológico ou psiquiátrico da tarada.

Aos doentes "físicos", reservamos uma atitude de compaixão e de empatia. Normal assumirmos uma atitude distinta face aos doentes "metafísicos".

Pois, francamente, acho que não devemos prejudicar ninguém pelo facto de ser doente. Da mesma forma que não culpamos o cego por não ver ou o surdo por não ouvir, também a esquizofrenia ou a paranóia não devem ser objecto de menor compaixão.

Não vejo, portanto, nenhuma razão para estragar a vida a uma pessoa, principalmente quando há, pelo meio, duas pessoas inocentes.

:-))

Pedro Jorge Barroca disse...

Vocês piraram de vez.
Falam de quem, pô?
Tarada para aqui e controleira para lá , acham qe nós percebemos?
Estarais lélé da cuca?
Agora vem este com o seu dedo inquisidor a preto & branco bancando a alma bondosa ele que é das piores jararacas que já assisti a atacar em blogs.

Opus Dei disse...

Passou a Controleira na forma de "alma elétrica".