quinta-feira, 26 de junho de 2008

Vale e Azevedo sois todos vós

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do KAOS
Os assuntos, em Portugal, começam sempre de uma forma aparentemente séria, mas imediatamente descambam para a rebaixolice nacional. Algures, o Kaos, expõe os factos, mas eu permito-me avançar com conclusões mais férreas.
É público que Futebol, para mim, é como a Colecção Berardo, ou os programas do Goucha -- que consta que foi quem iniciou o "Engenheiro" nas "vidas" (já nessa altura tinha bom gosto) -- não percebo nada, e até tiveram hoje de me explicar quem era o Madaíl, um gajo que é pago por todos nós (!) e já devia estar preso, mas parece que ainda (?) não está, e nunca estará: o pior que lhe pode acontecer é ir para o Conselho de Estado, como a Leonor Beleza; para a Presidência das Cortes, como o Gama, ou montar o seu próprio "Eleven", na forma de "Twelve".
O Vale e Azevedo, já me confessou a Conceição, que foi quem deu o Palácio do Caldas à nossa colega paneleira da Portas, só foi perseguido porque "era mais chique dos que os outros (!)...". Ignoro o sentido profundo da frase, porque desconheço tudo, ou quase tudo, sobre Futebol, embora tenha um pouco de intuição do senso-comum que me diz que Vale e Azevedo é capaz de ser ligeiramente, não sei onde, mas sim, "un tout petit peu" melhor do que Pinto da Costa, ou o "Major", que batem todos os "guinesses" da camorrice.
Por quê, então, extraditar (eu nem sabia que ele estava em Londres...), o Azevedo?... E aqui vem a típica razão profunda, a sempre errada: eu não queria cá o Vale e Azevedo, nem fora, nem dentro da prisão. Queria que começassem por prender, primeiro, os que cá estão nas mesmas condições dele, e depois fazerem-no regressar, para que percebesse que, em Portugal, a Justiça começara a ser igual para todos. Todavia, o senso-comum do canalha português, o que vota e permanentemente emite juízos de valor sobre si, leitor, e sobre mim, escritor de ficções, é que ele deve ser extraditado porque vive em Londres; porque tem uma casa num bairro com ar de bairro e não das barracas de betão onde quase todos os portugueses vivem; porque vai às compras; porque se ri e porque tem um carro diferente dos "Audis" com que os seus conterrâneos medem o "deficit" de pila nas estradas portuguesas.
A razão da urgência do regresso do gajo chama-se, tão-só, INVEJA, como seria de esperar de um povo tão medíocre, como o nosso.

1 comentário:

Paulo Pedroso disse...

Eu diria antes que, a razão de urgência de regresso do gajo, deve-se à necessidade de aparentar que as prisões também são para os ricos e para os poderosos.

Assim, outros ricos e poderosos podem descansar em paz, com estas demonstrações da equidade da justiça portuguesa.