domingo, 15 de junho de 2008

Sting Russians (Grammy Awards 1986) Estamos todos velhos...

6 comentários:

e-ko disse...

pois... fui, com o meu filho(sou ainda e ele também), uma fã dos police e de sting... também ele é fã de Bob Dylan e gostamos de Moby ou Coldplay... debaixo do mesmo tecto duas gerações sem conflito.

gostei muito deste título como de muitos outros (Roxanne, message in a botle).

música de Prokofiev e letra de Sting:

In Europe and America there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets
Mister Krushchev said, 'We will bury you'
I don't subscribe to this point of view
It'd be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too

How can I save my little boy
From Oppenheimer's deadly toy?
There is no monopoly on common sense
On either side of the political fence
We share the same biology
Regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too

There is no historical precedent to put
Words in the mouth of the president
There's no such thing as a winnable war
It's a lie we don't believe anymore
Mister Reagan says 'We will protect you'
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the Russians love their children too
We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us, me and you
Is if the Russians love their children too

Paulo Pedroso disse...

"Mister Reagan says 'We will protect you'
I don't subscribe to this point of view".

Por acaso não foi essa protecção que conduziu à ainda hoje lamentada queda do Muro?

Ainda há hoje quem, não o dizendo, lamente profundamente o dia em que o império soviético ruiu por completo.

Eu adoro ver senhoras abespinhadas com os militarismos de Portugal, traduzidos na compra de 2 submarinos, mas que se estão a borrifar para os 9 submarinos adquiridos pela Venezuela ou pelos 40 que a Coreia do Norte adquiriu no auge da crise de fome.

Mas, é claro, para certas pessoas, quando interessa, são internacionalistas e, quando não interessa, os cubanos e os norte coreanos não estão em Portugal.

Quando interessa abre-se a boca para criticar uns desrespeitos dos direitos humanos em Guantanamo sobre uns coitados de uns terroristas, que não tiveram culpa nenhuma dos actos que cometeram, e, quando (não) interessa não se abre a boca para se criticar as violações dos direitos humanos em Cuba.

Quando interessa, só estamos em Portugal. Quando interessa, abrimos a boca sobre os assuntos internacionais.

Esta estranha forma de ver a realidade deve ter origem no facto de por aqui se praticarem "as derradeiras esperanças de Liberdade e de Direito de Expressão das sociedades avançadas". Deve ser por serem "as derradeiras esperanças" que, umas vezes (muitas vezes) abrem a boca para falar de certos assuntos e, noutras vezes (sempre) fecham a boca sobre outros assuntos.

Derradeiras hipocrisias, isso sim!

e-ko disse...

Paulo cure-se da sua visão maniqueista do mundo... e pare de classificar como hipócrita a minha visão do mundo...

não há pior cego o que não quer ver! sou tão crítica em relação à política de Bush como a de Putin e o muro caíu também porque o sistema "comunista" estava a ruír do interior (orgulhos e cobardias são comuns um pouco por todo o lado)

Paulo Pedroso disse...

Deve estar a ficar daltónica, E-KO.

Eu tenho muitas provas dadas na net, em como tanto abro a boca para criticar os fascismos quanto os comunismos. Eu detesto tanto os extremismos de Esquerda, quanto os extremismos de Direita. Eu tenho criticado muitas coisas à Esquerda e à Direita.

Se há aqui alguém profunda e radicalmente maniqueísta, é a E-Ko.

Já a vi criticar muitas vezes a Direita. É capaz de me dizer quantas vezes já criticou partidos ou regimes políticos de Esquerda?

Já a vi abrir a boca para se exaltar com o que se passa em Guantanamo. É capaz de me dizer quanbtas vezes já susurrou uma criticazinha ao regime de Fidel?

Já a vi muito preocupada com as violações dos direitos humanos no Iraque. Quantas vezes já abriu a boca para criticar o que se faz na China, na Coreia do Norte, na Síria ou no Irão?

Por estes sítios, onde se praticam as "derradeiras esperanças de liberdade", não é só a E-Ko que tem o direito de chamar outros de hipócritas e de criminosos. A E-Ko, num tique muito próprio da sua querida Esquerda, muito típico, aliás, da Esquerda da sua "respeitada" Odete Santos, gostaria de ter mais prerrogativas do que eu. Sucede que a E-Ko não é mais do que, nunca será, não tem mais direitos do que eu e nunca terá. Como tal, o direito que as E-Ko tem de chamar os outros de hipócritas e de criminosos é o direito que eu tenho de fazer o mesmo.

Com a vantagem de, neste caso, eu poder sentir-me à vontade para o fazer porque sei que pauto as minhas posições políticas por um mínimo de coerência, honestidade, lógica e unidade de critérios.

Já, nesta última matéria, sabemos que nem todos se encontram na mesma posição.

quink644 disse...

Peço, com a estima que tenho a ambos, que ouçam bem a música e a fabulosa orquestra que a acompanha, bem como a própria letra e execução do Sting...
Estamos perante uma obra de arte em todos os sentidos...

Paulo Pedroso disse...

Caro Quink644,

Não se preocupe que, pela parte que me toca, sempre gostei desta música.

Já a tinha publicado, aliás, no Braganza Mothers I ou no Vicentinas de Braganza (já não me recordo quando o fiz).

Eu também era um teenager quando este belíssimo libelo pacifista surgiu.

Mas, para além dos pacifismos, há a realidade. E a realidade nem sempre se ajusta a pacifismos hipócritas. Não tenho a menor dúvida que, para as "respeitadas" Odetes Santos deste planeta, o Mundo estaria muito melhor se o Império Soviético não se tivesse desmoronado.

Se não fosse a pressão dos EUA, liderada por Reagan, sobre a União Soviética, ainda hoje esse "respeitado" império estaria de pé. Para satisfação dos hipócritas que gostam de se pronunciar sobre os submarinos portugueses, porque são SÓ portugueses, e que gostam de se pronunciar sobre os prisioneiros de Guantanamo porque são cidadãos do mundo. São os mesmos hipócritas que não se pronunciam sobre os submarinos norte coreanos, porque são APENAS cidadãos portugueses, mas já se pronunciam sobre os crimes no Iraque, porque já são cidadãos do mundo.

Parece que, certas pessoas, têm um nítido problema de cidadania. Não sabem muito bem quando devem deixar de ser APENAS cidadãos portugueses, para passarem a ser cidadãos do mundo. Abrem a boca apenas para os pacifismos que lhes interessam. O que faz deles autoridades credíveis, cuja voz deve ser respeitada e ouvida, pela sua grande "coerência".