sexta-feira, 13 de junho de 2008

Por aqui praticam-se as "derradeiras esperanças da Liberdade e do Direito de Expressão"

Felizmente, temos países onde a liberdade e o direito de expressão são verdadeiros faróis do progresso. Em 2007, a organização Repórteres Sem Fronteiras listou 11 Estados inimigos da Internet e da Liberdade de Expressão. A lista negra integra os seguintes países: Bielorússia, Burma, China, Cuba, Egipto, Irão, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Síria, Tunísia, Turquemenistão, Uzebequistão e Vietnam.
Curiosamente, encontram-se aqui todos os faróis do progresso que Cunhal pedia para não deixarmos de apoiar. Ele lá saberia! Quem sou eu para o criticar? Ele até foi o 2º maior português de sempre e eu sou um simples badameco que não sei ler e até ando nestas coisa por má fé.
Bem, só na China, encontram-se na prisão várias dezenas de cibernautas. Esses presos, tal como os presos políticos de Cuba e da Coreia do Norte, não contam com a solidariedade guantanamesca de uma certa Esquerda nem há quem peça os impeachements dos dirigentes desses países. E, se alguém se atrevesse, ficariam tristíssimos. Mas, obviamente, isto são meras preocupações de alguém que, como eu, tem a distinta lata de exigir um mínimo de credibilidade a certas pessoas para abrirem a boca sobre certos assuntos. Eu sofro de uma lamentável psicose que me leva a não gostar nada de duplicidade de critérios, nem de hipócritas que só olham para o que lhes interessa. São capazes de abrir a boca trezentas e vinte e sete mil, duzentas e trinta e nove vezes e meia sobre os coitados dos prisioneiros de Guantanamo mas, curiosamente, nunca ninguém os vê abrir a boca para condenar as prisões arbitrárias de certos regimes políticos, que ainda por cima são totalitários.
Felizmente para eles, estamos num país onde se praticam as derradeiras esperanças da Liberdade e do Direito de Expressão. Nem quero imaginar o quão horrível seria ter de praticar essas coisas em países como os EUA, a Inglaterra, a Alemanha, o Canadá ou a Austrália. Fantástico, mas deveras fantástico, seria praticar essas derradeiras esperanças em países como Cuba, China ou Coreia do Norte.



2 comentários:

Falcão disse...

Não gosto muito dos indicadores "per capita". Fazem-me lembrar os tempos em que o lucros e fortunas dos Mello da Cuf, dos Champalimaud, dos aínda Espirito Santo, etc., eram somados e divididos pelos restantes 10 milhões de maltrapilhos. Isso até parecia aos olhos exteriores que os portugueses eram ricos e estes, parvos, aínda se orgulhavam...

Como temos um INE que só serve para nos dar valores dos nossos pais, tive de recorrer à Apifarma que obteve valores do Eurostat, o que me poupou tempo depois do comentário anterior.

Os valores dos PIB a preços correntes de 2007 estão em:

http://www.ceif.apifarma.pt/eng/images/III.economia/PIB/PIBpercapita_%20precoscorrentes.pdf

E por aí se pode ver que o nosso foi de 15,28 milhares de euros, curiosamente um pouco superior à recém entrada Malta, onde todos os índices económicos e de bem estar são superiores ao nosso.

Contradição ? Não acho. Só na «velha Europa» encontramos logo 5 países com PIB(=GDP) superior ao dos EUA. Será que Malta é menos livre do que os EUA ? A curva efectivamente ajusta-se aos extremos mas existe uma muito grande dispersão para que possamos dizer que o seu troço ascendente final tem o declive que se aponta.

É que os EUA são, como sabemos, uma Confederação de Estados muito heterogénea e o método que valia para o Estado Novo vale para todos.

O índice mais correcto para avaliar o desenvolvimento de um povo foi criado e introduzido a nível das próprias Nações Unidas pelo economista Amartya San, prémio Nobel de Economia em 1998, o Índice de Desenvolvimento Humano, e entra com inúmeros parâmetros "não económicos" tais como o grau de satisfação de vida dos povos. Nada que possa ser só medido em "pilim" !

Ah, e por favor não se esqueçam de mencionar os estudantes chineses que se manifestaram há 19 anos na Praça de Tianamen em Pequim e que aínda estão presos. Com a passividade oportunista dos EUA que na altura se fartaram de protestar ! Coerências...

Paulo Pedroso disse...

Muito obrigado por ensinar a missa ao padre!

Eu nunca tinha ouvido falar de IDH e nem sabia o que era isso. Precisei da sua informação para ficar a conhecer.

Por outro lado, nos tempos que correm, os indicadores per capita não integram os lucros e as fortunas dos Mellos, dos Champalimauds ou dos Espírito Santos. Isso são coisas do passado. Hoje em dia, as médias são expurgadas dessas coisas...

Depois, o IDH não conta com "inúmeros parâmetros não económicos tais como o grau de satisfação de vida dos povos". A ignorância paga-se caro.

O IDH contempla três dimensões/categorias/níveis de indicadores:
- Esperança de Vida;
- Taxas de Alfabetização e de Escolarização Bruta;
- PIB per capita em Paridade de Poder de Compra.

Os "inúmeros parâmetros" são 3!!!

Há outros indicadores usados para os fins de classificação dos países, que contemplam outras variáveis, mas o IDH resume-se a estas três dimensões.

Depois, ninguém pretendeu medir, e muito menos reduzir, as coisas ao "pilim". O gráfico ilustra uma verdade inquestionável: há uma correlação (positiva forte) evidente entre o nível de rendimento per capita e o nível de liberdade económica. Certamente, por mero acaso.

Aliás, certamente que o "grau de satisfação de vida dos povos" deve ser significativamente mais elevado nos países onde não existe liberdade económica. Era essa a leitura que pretendia fazer do 3º gráfico?