domingo, 15 de junho de 2008

Festa de arromba

[conto]

Cheguei lá às 2:43 da manhã. Tinha uns caras fumando baseado na porta da casa. Era uma república, na Pompéia e eu fui a pé da Vila Madalena até lá, porque o filho da puta do Raul não tinha devolvido meu carro.

Na festa eu esperava encontrar a Jaqueline, que teria o novo telefone do Bananinha, a quem eu deveria informar sobre o desaparecimento da Chave. Bananinha saberia a providência a ser tomada. Mas eu ainda achava que ele mesmo é quem teria dado sumiço na Chave já que ele estava aborrecido com o uso que malucos como eu haviam dado à Fonte.

Por sorte eu sabia que o Bananinha já tinha catado a Jaqueline, assim tinha esperança de que ela pudesse me dar o telefone dele.

Aninha me recebeu na cozinha, pois era aniversário dela.

- Fabiano! Que surpresa! Pensei que você não iria vir.

- Na verdade, eu não poderia vir, mas é que surgiu um imprevisto. A Jaqueline veio?

- Veio, está lá em cima com o Bananinha.

- O Bananinha está aqui? Beleza!

Subi ao segundo andar e o Bananinha estava sentado numa sala com os manés da ECA, utilizando um narquilé para fumar maconha.

- Caros amigos, apresento-lhes Fabiano, futuro Grão-Mestre da Ordem.

O que que esse merda estava falando? Ficou doidão e contou para todo mundo que éramos membros de uma ordem secreta?

- Aposto que está à procura da Chave. – ele disse, totalmente chapado.

Não tive coragem de responder nada.

Um de seus amigos tomou a palavra:

- Relaxa, Grão-Mestre. – falou para mim. – O segredo não vai sair dessa sala.

- Que segredo? – perguntei, curioso para saber o que eles sabiam.

Ele contou:

- Sabemos que os sete primeiros lugares da Fuvest entram para a Ordem.

- Está à procura da Chave? – perguntou Bananinha. – Está com o Rodrigão, lá em baixo.

- Por que você deu a Chave ao Rodrigão? – nesse momento, eu já estava louco da vida.

- Ele precisava de um pilão para fazer o baseado. O viadinho não quis fumar com a gente.

Só faltava essa! Bananinha deu uma chave mágica de 900 anos para alguém usar como pilão de baseado! Se o pessoal em Paris soubesse disso, mandaria matar todo mundo!

Desci, tomei a chave da mão do Rodrigão e voltei para casa. Não fiz nem questão de saber o porquê de o Bananinha ter pego a chave.

Na segunda-feira à noite iríamos nos reunir na casa do Reitor para expulsar Bananinha da Ordem. E utilizar a Adaga pela primeira vez na história da Universidade de São Paulo.

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