quinta-feira, 19 de junho de 2008

crescer com o nosso cérebro
a biologia da ética e da violência



"A característica central da nossa singularidade biológica também fornece a principal razão para duvidar que os nossos comportamentos são codificados directamente por genes específicos. Esta característica é, com certeza, o nosso grande cérebro... Aumentou marcadamente de tamanho durante a evolução humana... somou conexões neurais suficientes para converter um dispositivo programado, inflexível e bastante rígido, num órgão flexível, dotou-o de lógica suficiente e memória para substituir a aprendizagem não-programada por especificação directa como a base do comportamento social. Flexibilidade pode ser a mais importante característica da consciência humana.

Violência, sexismo e crueldades em geral são biológicas se as virmos como um subconjunto de um possível leque de comportamentos. Mas paz, igualdade e generosidade são tão biológicas quanto elas - e nós poderemos ver a sua influência aumentar se conseguirmos criar estruturas sociais que permitam o seu desenvolvimento. " Daqui.

"... estudos comparativos entre o comportamento social humano e o de primatas não humanos, se por um lado revelam traços comportamentais que nos distinguem, revelam igualmente semelhanças impressionantes. De facto, a primatologia evidencia que os primatas não humanos apresentam padrões de sociabilidade onde se podem reconhecer a empatia, a reciprocidade e a simpatia, o altruísmo, a obediência a normas sociais - que incluem evitar conflitos dentro de um grupo -, o tratamento especial de inválidos e de doentes, entre outros elementos que tínhamos reservado para um dos nossos comportamentos mais específicos: o comportamento "moral"." Daqui.

Assim, é possível observar noutras espécies comportamentos sociais que evocam alguns dos tradicionalmente imputados a uma característica única dos humanos: a moral. Parece óbvio que a moral humana é uma consequência da evolução do homem, um sub-produto da evolução não só em "quantidade" mas em "qualidade" do cérebro humano. Não faz sentido postular mecanismos diferentes para o desenvolvimento de comportamentos semelhantes. Ou seja, tal como as capacidades cognitivas, as capacidades comportamentais únicas aos humanos evoluiram connosco ao longo de milhões de anos, isto é, decorrem da nossa evolução biológica, igualmente única.

Nas minhas frequentes visitas ao DE RERUM NATURA vou lendo excelentes postais de que destaco estes dois de Palmira F. da Silva sobre um tema particularmente interessante. A imagem se bem me lembro veio do WPost.




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