A Irlanda está, de facto, de parabéns. E todos nós, com ela. Pelo menos, os dirigentes europeus não podem continuar a fingir que não se passa nada e que não têm de passar cartão aos cidadãos europeus. Os desafios que se colocam à Europa exigem a participação esclarecida de todos e não apenas dos dirigentes supostamente iluminados. A construção da União Europeia não pode continuar a ser feita à revelia dos cidadãos.
O segundo aspecto que gostaria de frisar tem a ver com o facto paradoxal e inusitado de ver tanta gente, que no passado (des)tratou o povo irlandês abaixo de cão, dizendo que era o povo mais conservador, estúpido, ignorante e atrasado da Europa, a bater palmas e a aplaudir as escolhas dos irlandeses. Pedir um mínimo de decoro e de coerência a certas cabecinhas é algo possível no mundo fantástico de Lewis Carrol, mas certamente é algo impossível de obter no mundo da realidade.
Finalmente, talvez não seja de todo despropositado recuperar algumas intervenções produzidas pela magnífica, extraordinária e grande blogger Joana (Semiramis), a propósito das escolhas e dos caminhos políticos e económicos tomados pelos irlandeses. Sim, porque, de facto, os irlandeses estão de parabéns em muitos domínios e não é só agora que merecem aplausos. Há muito a aplaudir em relação à Irlanda e às escolhas dos irlandeses. Deixo-vos, portanto, algumas ligações para o Semiramis, onde poderão encontrar textos de uma evidência clara e arrasadora sobre o sucesso irlandês... Que se deve a tudo... menos ao acaso!
Sísifo ou o Estado 2 - Ou o Peso Insustentável do Estado
Novamente a Irlanda - Ou o Regresso de Sísifo
Deitar dinheiro à rua
Estado Social Irlandês
8 comentários:
E que tal o Paulo Pedroso assegurar aqui uma coluna chamada "Memórias de Semíramis", seleccionando os textos mais pertinentes, com a devida hiperligação, e voltando a dar-lhes vida.
Excelente homenagem, ou não?...
:-)
Mas alguém tem dúvidas que o tratado vai avançar?
A democracia europeia vai mostrar toda a sua pujança e esplendor.
Mas já agora, para que as coisas se tornem legais, talvez se deem ao trabalho de fazer uma coisa:
Pôr uma chamada ao fim da página e escrever:
- onde se lê por "unanimidade", deve ler-se "por maioria simples"
O que parece ignorar é que a Irlanda, três anos depois, está longe de continuar a ser o tão invejado tigre celta e que se encontra no início de uma recessão, com taxas de desemprego e inflação muito preocupantes...
Meu caro,
Obrigado pela sugestão. Por acaso, há já algumas semanas que andava a pensar precisamente nisso.
Ainda não tinha surgido a melhor oportunidade e ela acabou por "vir-se" à conta da Irlanda.
E, sim, concordo inteiramente: a Joana bem que merece ser recordada e homenageada. Uma mulher como ela faria um show aqui no Braganza.
:-))
Caro xelb,
O Tratado pode ser que avance. Mas duvido que possa avançar sem o contributo dos cidadãos europeus.
Se assim for, será um sinal de que a degradação das instituições europeias atingiu também os cidadãos. Se as sociedades civis não tiverem força para lutar pelos seus direitos, estaremos perante um sinal evidente da degradação, impotência, decadência e degenerência desta Europa.
ahahahahahahahahahahahahahahahahah!eheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheheeheh!kiakiakiakiakiááááááááááááááááaáááááááááááá!
Obviamente tem que se demitir*
*Duvido muito...
Caro Alucino,
Não sei se a Irlanda está, três anos depois (de quê?) à beira de uma recessão, de desemprego e inflação altíssimas.
Sei que hoje se encontram em 5º lugar, a nível mundial, em matéria de desenvolvimento humano e que são o 3º país europeu com PIB per capita mais elevado, depois do Luxemburgo e da Noruega.
Entre os males terríveis da Irlanda e as benesses do nosso cantinho, acho que prefiro a situação deles.
Escusado será lembrar que a Irlanda fazia parte do "nosso grupo de atrasos-de-vida". Fazia! Porque já não faz. Nós é que não podemos dizer o mesmo, não é?
Qualquer mulher faz um show aqui nos Braganza. É preciso é pagar, ó, pós meus silicones, a ficarem rijinhos...
Enviar um comentário