Bem-vindos ao mundo real…
Confesso que li sem grande surpresa a notícia de que dois juízes tinham sido agredidos em pleno tribunal. Quem conhece, minimamente, os tribunais, salvo algumas excepções, não estão preparados para efectuarem julgamentos com o mínimo de condições quer de higiene, segurança, comodidade e, consequência de tudo isto e de tudo o que fica por dizer, de dignidade. Grande parte, senão a maior, não confere o mínimo de dignidade à aplicação da Justiça. Não é hoje tempo de falar em outras lacunas com elas, e com os seus actores, relacionadas e, se calhar, ainda bem, pois não devemos misturar alhos com bugalhos…Não conheço as instalações da Feira, mas as que conheço chegam-me bem para afirmar com conhecimento de causa o que digo. Calor atroz, chuva e humidade, promiscuidade total, degradação completa dos edifícios, etc, etc. Em termos de segurança, com excepção dos casos muitos especiais, pura e simplesmente não existe… É só. Qualquer indivíduo, em 90% dos casos, pode agredir juízes e outros intervenientes, incluindo arguidos, testemunhas e Cia. Lda, com mais facilidade do que fora dos tribunais, já que ali estão mesmo à mão de semear…Ora, assim, a justiça não é nem pode ser justiça… Quando os principais responsáveis pela justiça neste país, inclusive juízes, dizem que o assunto é grave fico estupefacto… Meus caros e, se for o caso, meritíssimos senhores, o caso não é grave, é muitíssimo grave e exige uma reflexão muito séria de todos nós, não pode ser, os políticos a viver em luxos asiáticos e o resto dos trabalhadores do estado a trabalhar em condições infra-humanas… Vejamos as coisas como eles as vêem: que respeito é que me merece um gajo que está para ali vestido de uma forma esquisita, com um palavreado que não se entende e está mesmo à mão de levar um estalo ou com uma cadeira nos cornos? Polícias? Com a contenção que tem havido, só maninhos somos mais do que o dobro deles, além que, possivelmente, melhor armados. Logo, estão mesmo a pedi-las…Em vez do quartel de Bombeiros requisitem o gabinete do presidente da câmara, do governo civil e por aí… Podia dizer muito mais coisas… apenas algo se repete na minha mente: Bem-vindos ao mundo real… Ao dos professores, dos polícias, dos funcionários das finanças, das autarquias, dos médicos, etc, etc, etc. Sejam bem-vindos e não se admirem, se V.Exªs que têm o poder não tomarem medidas mesmo muito sérias, então, isto não só se vai repetir como multiplicar e, exponencialmente, nos outros, em casos que, depois, V.Exªs perdoam, compreendem e absolvem. Nesse caso, todas as que caírem fora, são perdidas… Temos, todos, de começar a dizer: por não estarem reunidas as condições mínimas, não julguei, não leccionei, não consultei, não aceitei, etc, etc,.
Bem-vindos ao mundo real…
Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
4 comentários:
O Estado está a perder, cada vez mais, o respeito por si próprio e o respeito dos cidadãos.
É, por isso, perfeitamente natural que se assistam a situações como estas. Julgo que, lamentavelmente, a tendência irá no sentido de um crescendo destes fenómenos, por enquanto epifenómenos.
Num Estado de Direito, quando os cidadãos não respeitam a Justiça, não estamos muito longe da barbárie: Sintomas de que a decadência alastra aos territórios da civilização.
:-))
PS: enviei-te um email.
Bem sei, tempus fugit...
penso que já não se tratam de epifenómenos, é a abdicação completa do respeito de quem exerce seja o que for... Serão precisos muitos anos e uma mudança muito profunda das mentalidades para algo mudar... Em vez de TGVs, Aeroportos, isto ou aquilo, era necessário apetrechar o país com as inra estruturas básicas, mas imprescindíveis, e só depois partir para estravagâncias que só podem interessar aos outros, mas não a nós... Se o aeroporto de Lisboa ficar cheio, temos o do Porto, o de Beja, o de Mote Real, o de Alverca, o de São Jacinto, o de Tires ,etc, etc, etc, devemos ser dos países com mais aeroportos por m/2
Um Abraço
quink644
Chamaram?...
Não, querida, podes continuar descansadinha onde estás que aqui ninguém está interessado na tua "luz".
Felizmente, não preciso da luz de ninguém para andar iluminado.
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