sábado, 28 de junho de 2008

Até aos Ossos

Frio!
Andando pelo meio da gélida solidão
E árvores sem folhas não se importam comigo.
Ou talvez importam-se,
Eu é que sou paranóico!
Não há música,
Somente o roncar dos automóveis,
Mas sinto-me
Como se ouvisse
A mais fúnebre das canções,
De algum compositor suicida
Agonizante por sua amada
Que agora parte da estéril vida
Ao solo pútrido
Que congela os mais mórbidos insetos.

Frio!
E ainda sofro...
Minha existência
É o martírio dos anjos de carne:
Ar e terra se confundem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo com aquela parte do poema que assumes que és paranóico!

Além do mais tens tanto talento para a poesia como uma arara para a ópera.