quarta-feira, 14 de maio de 2008

TIR - Termo de Identidade e Raspa-te


Os juízes de Instrução Criminal de Niamey e de Dosso decidiram aplicar o termo de identidade e residência - a mais baixa medida de coacção - aos sete deputados detidos na quarta-feira pela Polícia Africana no âmbito da Operação "Alfa Romeo", que envolveu buscas domiciliárias de Tunis até ao Darfur.


Estes dedicavam-se a assaltar caixas Multibanco com recurso ao carjacking (roubo de automóveis com uso de arma para intimidar o condutor).No dia a seguir às buscas, dois deputados foram presentes ao tribunal de instrução criminal de Niamey. Mas, apenas lhe foi imputado o crime de posse de estupefacientes, saindo em liberdade com TIR.Na sexta-feira foram presentes mais três deputados, tendo-lhes sido aplicada, para além do TIR, a medida de coacção de apresentações periódicas às autoridades.


No mesmo dia, sexta-feira, o Tribunal de Agadez ouviu os outros dois deputados detidos na operação de quarta-feira da semana passada, também suspeitos de roubo de viaturas por carjacking, de furto e roubo de caixas ATM e de integrarem um grupo organizado que se dedicava à prática de diversos tipos de crimes. Um deles saiu do tribunal com a obrigatoriedade de se apresentar diariamente às autoridades e o outro com apresentações bi-semanais.


Na quinta-feira, a PA deteve em Bamako outros quatros deputados. Dois tentaram fugir ainda com os sacos do dinheiro conseguido num assalto realizado naquela noite a uma carrinha de transporte de valores. A fuga implicou um salto de um quarto andar. Um dos deputados acabou por morreu em consequência da queda. O outro foi logo detido. Os três presentes a tribunal ficaram a aguardar julgamento em liberdade: um com apresentações periódicas e outro com pulseira electrónica. Ao terceiro apenas foi aplicado o TIR.


Conclusão: Há aqui um deputado que foi mesmo estúpido. Descubra qual.

Nota: Para protecção das nossas fontes o nome das cidades onde isto aconteceu foi modificado e escolheu-se umas que ninguém sabe onde ficam.

5 comentários:

Paulo Pedroso disse...

O estúpido, obviamente, foi o que não confiou na capacidade do Estado de Direito defender os seus superiores interesses.

Agora está a servir de fermento aos lagartos!

:-))

fado alexandrino. disse...

Na mouche Paulo, mas esta também era fácil de descobrir.
O bruto era brasileiro ou cabo-verdiano que é quase igual e daí o azar dele e a nossa sorte.
Abraço.

Unknown disse...

Abençoado povo ,e concomitante ordenamento jurídico,que produz tão doutos magistrados e tão exemplares sentenças.
E, já agora , abençoado regime político que permite toda a produção anterior...

Nuno Castelo-Branco disse...

Gosto é dos nomes que surgem no mapa. O Luís Filipe Menezes bem podia agora ir para autarca de Gaya, a tal cidade que surge na ponta sul do Mali.

Nuno Castelo-Branco disse...

Bolas, do Niger.