sábado, 17 de maio de 2008

Mais alguns factos





O nível de indigência intelectual tem vindo a sofrer “melhorias” significativas. Agora, quando explico as razões pelas quais o preço do petróleo sobe, isso é sinal de que adoro, defendo e faço a apologia de semelhante facto. E de que me estou a borrifar (desculpem lá por não usar a expressão do “vosso” amigo Ferro Rodrigues) para a pobreza ou para as dificuldades dos outros. É como se Newton descesse à Terra para explicar coisas simples como as leis da gravidade ou da aerodinâmica e eles a acusar Newton de ser o responsável por eles não poderem bater as asas e voar. Têm algumas dificuldades em entender factos simples da Economia, como a lei da Oferta e da Procura, cujos princípios são a justificação essencial para a formação do preço dos bens, incluindo o do petróleo. Já disse, e repito, que há outros factores e outras variáveis, para além da Oferta e da Procura, que estão a pressionar a alta de preços. Mas é devido ao aumento desmesurado da procura, num contexto de depleção contínua do petróleo, que se explica este aumento constante dos preços.

Quando você abastece o seu carro de combustível, e faz isso periodicamente, está a emitir um sinal ao mercado. Um sinal que os operadores têm de satisfazer dando resposta a uma determinada necessidade em termos de quantidade e de tempo (x litros de combustível em y tempo). O seu comportamento (o sinal que você dá ao mercado) agregado ao comportamento de milhares de milhões de seres humanos é aquilo que a oferta tenta cobrir. Quando a produção de petróleo começa a escassear, ou se limita a aumentar pouco, enquanto, em simultâneo, a procura aumenta de forma desmesurada, os preços têm necessariamente de disparar. É assim que acontece com o mercado de todos os bens. Há um número cada vez maior de potenciais consumidores de petróleo num quadro de produção cada vez mais restrita e condicionada. Ainda por cima quando as reservas de petróleo que sobram se encontram a maior profundidade, exigem mais meios e implicam maiores custos de prospecção, de exploração e de produção, para além das instabilidades geradas pelas quebras de produção sempre os "nossos" amigos da Al-Qaeda decidem mandar pelos ares uma refinaria ou um oleoduto.

Em 1973, algum técnico da “GALP” teria a missão de negociar a compra de combustíveis para cobrir as necessidades de Portugal. Quando esse técnico se sentava à frente dos vendedores dizia qualquer coisa como isto: “Preciso de combustível para 766 mil veículos automóveis”. Na sala ao lado, um técnico espanhol diria: “Preciso de combustível para 3 milhões de automóveis”. E assim sucessivamente, à escala mundial, a oferta e a procura encontravam a sua regulação. Nesses tempos, o grosso do consumo mundial centrava-se nos países industrializados. Entretanto, nos últimos anos, para além do aumento contínuo da procura, nestes mesmos países, surgiram as economias emergentes, com crescimentos anuais verdadeiramente assombrosos. O "técnico" português que hoje negoceia a compra de combustível para a GALP diz, em Londres, que agora precisa de combustível para alimentar não 766 mil veículos mas sim quase 6 milhões de veículos. E os espanhóis também já não se contentam com combustível para 3 milhões de consumidores. Têm de comprar quantidades de combustível que satisfaçam a procura de mais de 20 milhões de veículos automóveis.

Sucede que, ao longo dos anos 90, a taxa de motorização dos países industrializados continuou a progredir moderadamente mas tem vindo a explodir literalmente nas economias emergentes. Entre 1990 e 2003 a taxa de motorização da China multiplicou-se por 3 e a Índia fez o mesmo entre 1985 e 2002. As estimativas apontam para uma nova triplicação do parque automóvel das economias emergentes entre 2005 e 2020… se não for antes! Nos últimos anos, a taxa de crescimento mundial, de produção de veículos automóveis, tem andado abaixo dos 10%/ano, embora as economias Chinesa e Indiana apresentem taxas de crescimento muito superiores. Desde 2002 que se têm vindo a bater constantemente todos os recordes de produção mundial de automóveis: em 2002 foram produzidos 59 milhões de veículos, em 2003, 60.7 milhões, em 2004, 64.5 milhões, em 2005, 66.5 milhões, em 2006, 69.3 milhões e, finalmente, em 2007, 73.1 milhões. Durante décadas, o mercado petrolífero habituou-se a alimentar essencialmente as necessidades dos países desenvolvidos. Mas, só a China, tem tantos habitantes como todos os países desenvolvidos (1.3 mil milhões de habitantes). E a Índia está logo a seguir (1.1 mil milhões de habitantes). O crescimento desmesurado dos consumos energéticos das economias emergentes vai duplicar e triplicar os efeitos dos consumos no mundo desenvolvido. Apesar de ainda estarem longe dos patamares de consumo energético dos países desenvolvidos, as economias emergentes estão a provocar uma pressão constante sobre os preços, já que a Procura está a aumentar a um ritmo muitíssimo superior ao da Oferta.

Desde 1970, o consumo mundial de petróleo aumentou 57%, no entanto, no mesmo período, só o parque automóvel português, multiplicou-se 7.5 vezes. Consegue imaginar o que sucedeu no resto do mundo? A produção de petróleo é hoje equivalente a cerca de 160% da produção de 1970 mas, entretanto, o número de consumidores multiplicou-se extraordinariamente. O parque automóvel chinês tem vindo a crescer anualmente, a ritmos superiores a 20% e a Índia não anda longe destes números.

No início de Julho de 2005, a OPEP informou que não poderia garantir o abastecimento de todos os países ocidentais dentro de 10 a 15 anos! Entretanto, as economias emergentes estão a aumentar significativamente os seus consumos: em 1990, a Índia consumia o dobro do petróleo que produzia; em 2001, continua a produzir a mesma quantidade, mas duplicou o consumo; em 2003, 65% do consumo de petróleo da Índia era importado.

Para responder ao acentuado crescimento da sua economia, a China precisa de um acesso alargado a fontes energéticas. No ano 2000, as necessidades energéticas da China representavam 10% da procura mundial. Em 2020 irão representar 20%. Em 5 anos a China construiu cerca de 200 mil km de estradas e 20 mil km de auto-estradas, para além de novos portos e dezenas de aeroportos importantes. As infraestruturas de transporte chinesas têm por objectivo sustentar o seu crescimento económico, crescimento esse que, por sua vez, reforça o consumo interno. Os fluxos massivos de pessoas, bens e mercadorias estão a aumentar estrondosamente os consumos energéticos, com destaque para o petróleo. Por outro lado, a urbanização crescente da China provocará uma pressão adicional sobre o mercado energético, já que o consumo de energia dos citadinos é pelo menos 2.5 vezes superior ao consumo das zonas rurais. Em 1978, apenas 18% dos chineses viviam em cidades, enquanto hoje são mais de 40% e num cenário em que a população aumentou estrondosamente. Dentro de 20 anos, mais de 150 cidades chinesas terão ultrapassado o milhão de habitantes. Por outro lado, a economia chinesa é uma das que apresenta maior dependência dos recursos energéticos fósseis. Em 2004, a repartição energética chinesa distribuía-se da seguinte forma: 1.5% de energia nuclear, 5.5% de energia hidroeléctrica, 3% de gás natural, 27% de petróleo e 63% de carvão. Deste modo, 93% dos recursos energéticos chineses são provenientes de energias fósseis.

Há 5 anos atrás, a China tornou-se o segundo país consumidor mundial de petróleo, depois dos EUA, e antes do Japão. No final de 2003, a China tinha reservas confirmadas de petróleo para garantir os seus consumos entre 15 a 19 anos. A China é o 5º produtor mundial de petróleo mas a sua produção deixou de conseguir alimentar as suas necessidades internas. Desde 1993 que as importações petrolíferas chinesas tiveram um aumento médio de 34% ao ano. Mas, só entre 2001 e 2002, cresceram 74%! Desde então, não têm parado de aumentar. A procura chinesa de petróleo representava, em 2003, apenas 7.6% da procura mundial. No entanto, só o crescimento da procura chinesa é responsável por 1/3 do crescimento da procura mundial. Em 2004, a maior parte das regiões do Mundo apresentaram crescimentos próximos dos 2% no que diz respeito ao consumo de petróleo. Mas, o aumento da procura asiática foi de 7.4% e o aumento da procura chinesa foi de 13.7%.
No contexto actual, é este o problema: a procura anda muito mais depressa do que a oferta.

E quem não percebe uma coisa tão simples como esta, que arranje um explicador de Economia básica... para traduzir... já que tudo isto são meros extremismos fundamentalistas das cruzadas contra o aquecimento global que me estão a subir ao capacete...

Já agora, só para terminar: quando eu apresento os casos da China ou da Índia, não estou a acusar ninguém. Estou a falar de factos e não de culpas ou de responsabilidades. Os exemplos da China e da Índia são particularmente convenientes, em termos de exposição, devido à dimensão e à escala dos seus números. Qualquer exemplo se torna facilmente ilustrativo quando se percebe o impacto do aumento desmedido da procura derivado do crescimento das economias emergentes.

E vejam se percebem definitivamente uma coisa muito simples: eu não estou a falar dos aumentos conjunturais mas sim dos aumentos estruturais, pelo que escusam de perder o vosso tempo com conversas sobre os aumentos destes últimos dias no que diz respeito aos meus textos.

11 comentários:

katrina a gotika disse...

Caro Paulo Pedroso, não deve desculpa nenhuma. Os meus comentários eram mais retóricos do que outra coisa. A princípio não percebi qual era a intenção mas vejo agora que anda a ensinar o B A BA às criancinhas, e mesmo assim os alunos são rebeldes e não querem aprender.
Louvo-lhe a paciência de Jó.

A parte do metano das vacas (e das gentes) era-me desconhecida como o é mais uma árvore na floresta. O "progresso" a que nos habituámos, em que hoje se vai para uma televisão pública ter o desplante de dizer que não é preciso pôr o ar condicionado tão frio no Verão que é preciso usar casaco dentro dos prédios e nos transportes públicos (!!!) causa-me apenas perplexidade. Eu sou uma das pessoas que veste casaco de malha no Verão desde que a moda pegou e se têm de levar meias quentes para o trabalho em pleno Agosto. As pessoas não são só ricas e esbanjadoras, são também desprovidas de bom senso.
Mas isto é apenas um sintomazinho. O grande problema está na maneira como continuamos a esbanjar com estilos de vida que em vez de confortáveis nos dificultam a vida. Aqui também há muita culpa do factor político/capitalista. Vou referir-me a Portugal mas isto acontece em todos os países "desenvolvidos".
Aqui vai o exemplo: Como é que se compreende que uma pessoa compre casa quase em Setúbal e vá todos os dias trabalhar para Loures? Claro que precisa de um carro. E se todos os elementos da família percorrerem os mesmos 30/40km (para lá e para cá, o que dá o dobro, 60/80km) para ganhar o seu sustento e ir par a escola, não admira que a factura seja alta. Porque não transportes públicos? Porque demoram o dobro. E quanto mais carros, mais demoram. Pescadinha de rabo na boca. O que fazem, por sua vez, os transportes? Para reduzir custos, reduzem carreiras, eliminam alternativas, forçam as pessoas a usar cada vez mais o carro. (Factor político/especulativo que podia ser corrigido.)
Se as pessoas passam doze ou mais horas por dia fora de casa, no trabalho e a caminho do trabalho, não podem fazer compras. É preciso o carro como carroça de carga para abastecer nos supermercados da periferia, onde os bens são mais baratos. Aqui não há correcção possível como fechar supermercados, porque é o mercado a agir.
Porque é que as pessoas vão viver para longe? Porque no centro as casas são caras, quer comprando ou alugando. Factor especulativo visto que o centro já não tem moradores. Factor que podia ser corrigido.
E porque é que a pessoa que mora quase em Setúbal não se muda para perto do trabalho em Loures, como se fazia dantes, em que as pessoas procuravam casa onde trabalhavam? Elementar: já não há empregos para a vida. Hoje é Loures amanhã é Ranholas. Precariedade. Factor que podia ser corrigido.
Além de se eliminar agressões ao ambiente, a vida tornava-se muito mais confortável. Diria mesmo agradável.
É preciso ter isto tudo em consideração quando se fala de atitudes, porque os países desenvolvidos proporcionaram as condições a que fosse assim. Cada vez mais carro-dependentes. E isto tudo são factores em que se podiam fazer políticas para melhorar desde que houvesse vontade. Mas como a vontade é enriquecer o mais possível (o mercado imobiliário, as petrolíferas, os bancos) antes que estoure, estou convencida que vai ser preciso gastar a última gota para estourar. (Já se podia ter investido em energias alternativas há 20 anos mas ninguém pegava pela razão do costume: para quê trabalhar pelo lucro a longo prazo quando se tem barris de petróleo?)
As reacções que vejo a estes textos também não auguram nada de bom a nível de mentalidades.

Anónimo disse...

Quêm é que lhe paga para vomitar a toda a hora este sofisma falicioso do consumo do petroleo e cerais etc...


Acalme-se por favor! Arranje um emprego na ONU e desce-nos em paz porque não queremos a sua verdade , queremos a outra mais proxima da realidade , que aliás já aqui nestes comentário lhe foi chapada na cara! Arranje um emprego junto dos Rockfeller´s e baze!

e-ko disse...

já que é mais inteligente que toda a gente, que a sua verdade é melhor que a dos outros e se permite o desrespeito de quem só defende um ponto de vista devido a un conhecimento dos mecanismos dos mercados, não por conhecimento livresco, mas por uma experiência e observação da realidade interna e internacional... passo a ignorar as suas "inteligentíssimas" reflexões sobre a questão que se está a tornar numa atitude fundamentalista...

já lhe disse que não preciso das suas suas lições e acima de tudo da sua falta de respeito por quem faz algumas objecções aos seus exageros... se não sabe, fica a saber, que seria desejável que muito mais pessoas tivessem uma consciência do que representa a ecologia no quotidiano, coisa que pratico com conhecimento de causa há muitos anos...

trate-se dos seus delírios de grandeza e de persecussão... seja mais comedido!

passou do delírio pró Portas ao delírio megalómano e progressivamente fundamentalista da luta que deveria ser pacífica contra o aquecimento global... não se esqueça que ainda há vida para além das cruzadas contra o aquecimento global e que a questão do respeito pelo ambiente é muito mais larga!

mas não, não aceita a mínima objecção aos seus raciocínios e passa ao ataque porque os outros são sem sombra de dúvida muito estúpidos... e que não têm a mínima noção do que pode compreender e saber a sua brilhante mente!

tenho mais que fazer do que suportar tais atitudes!

Paulo Pedroso disse...

Cara Gotika,

Referiu imensos aspectos importantes relacionados com os níveis de consumo das pessoas, em especial nos grandes centros urbanos. Um dos maiores problemas das sociedades ocidentais, e cada vez mais também nas economias emergentes, é a elevada concentração de pessoas nos perímetros urbanos, onde os níveis de consumo energético se multiplicam enormemente e não apenas os consumos energéticos dos transportes.

Construímos uma sociedade baseada nas possibilidades de deslocação de milhares de milhões de pessoas de um lado para o outro e continuamente. E isso foi feito sem pensar nas consequências que um estilo de vida desses terá quando os combustíveis fósseis se esgotarem.

O crescimento da população mundial não só precisa de ser urgentemente controlado, por imperativos de estabilidade, segurança, solidairiedade e equlíbrio social e económico, mas também os estilos de vida de centenas de milhões de pessoas terão de ser alterados.

Fomos habituados a passear de carro de um lado para o outro e esse hábito, massivamente contabilizado, tem repercussões drásticas. E agora, que estamos habituados a um estilo de vida de elevado consumo energético, julgamos que a ele temos direito para toda a eternidade, independentemente da escassez dos recursos energéticos.

Proximamente irei apresentar dados sobre as reservas de petróleo actualmente contabilizadas assim como os prazos que nos restam com os níveis de consumo actuais.

Finalmente, uma pequena palavra quanto às decisões das pessoas. Referiu que as pessoas são desprovidas de bom senso. Eu diria que só o são enquanto as suas decisões não acarretam consequências perceptíveis, sejam elas económicas, ambientais ou outras. Mas, há que dizê-lo, a maior parte das pessoas não são peritas nestas questões nem percebem muito bem o que se está a passar, aliás como se vê também por aqui. É por isso que, muito mais que os cidadãos, há que exigir aos responsáveis governativos a capacidade de ver mais longe e de incentivar ou desincentivar determinados comportamentos, em função das possibilidades futuras. Os governos deste mundo, e não apenas o nosso, deviam apostar massivamente em transportes públicos de qualidade, capazes de responder às necessidades dos seus cidadãos, reduzindo, desta forma, as suas facturas energéticas.

Parece que, por enquanto, não estão muito interessados em fazê-lo.

:-))

Paulo Pedroso disse...

Anónimo 13:42,

Paga-me Bilderberg, ou ainda não percebeu?

"Descer-vos" em paz não posso porque mais baixo do que já estão não posso pôr-vos, ok?

Quanto a querer ou não a minha verdade, tem um bom remédio: não leia e passe por cima. Sucede que, neste blogue, se pratica a liberdade própria das sociedades avançadas. E nunca o escrevo nos meus posts por uma única razão: não proclamo a liberdade, pratico-a!

E você é livre de "acreditar" na verdade que quiser e também é livre de continuar a enterrar a cabeça na areia e a não perceber nada do que se está a passar. Para si é indiferente que a população mundia tenha triplicado nestes últimas 6 décadas e é indiferente que centenas de milhões de seres humanos estejam a provocar um aumento espetacular da procura de bens e serviços nestas últimas décadas.

Continue a enterrar a sua cabeça na areia e já agora, pelo que estou a ver, ainda tem a orelha esquerda ligeiramente a descoberto. Peça a alguém, aí ao seu lado, para lhe empurrar um pouco mais de areia para cima de si, ok?

Xau!

Paulo Pedroso disse...

E agora, a nossa caríssima E-Ko,

Aqui, o mais inteligente não sou eu de certeza absoluta. Pelos vistos é a menina, que passa a vida a tirar conclusões precipitadas sobre a bondade ou a maldade do que escrevo, sem conseguir sequer distinguir um facto de uma opinião.

Eu não disse que sou, nem pretendo ser, o mais inteligente. Limitei-me a apresentar alguns factos e a menina, com toda a sua inteligência, tomou os factos por opiniões e transformou uma exposição factual numa apologia. Por isso, certamente que não sou eu o "mais" inteligente.

E tudo isto seria escusado se a menina não tivesse usado expressões um tanto ou quanto imbecilóides do género "fundamentalismo extremista do aquecimento global que me estavam a subir ao capacete", para além de ter interpretado os meus factos como sendo um sinal de que defendo o aumento de combustíveis.

A liberdade que a menina tomou para si para me classificar como um extremista fundamentalista, para me interpretar erradamente e para corrigir o que não precisava de ser corrigido, foi a liberdade que eu tomei para lhe responder à letra.

Se a menina quer depositar mais confiança num anónimo que, suponho eu, não conhece de lado nenhum, só porque aparece a dizer que tudo se deve à "expeculação", só revela o patamar intelectual em que se move. Isto é, acredita porque está de acordo com a sua ignorância sobre o funcionamento da Economia e dos Mercados e porque essa explicação está de acordo com as suas ideologias. Seria risível se não fosse profundamente triste ter de assistir a semelhantes níveis de "crença" no absurdo.

Não sabia que a menina tinha uma tão grande experiência no acompanhamento dos mercados internacionais. Por mim, esteja à vontade para apresentar as suas doutas experiências e a sua grande sabedoria sobre o funcionamento da realidade internacional que, como diz, não é "livresca" (a termo usado diz tudo sobre os chico-espertos com que temos de lidar nestes tempos, em que qualquer bom "sábio" do senso-comum acha que pode dar bitaites e contestar o saber académico).

Não se sinta, portanto, acanhada em expôr a sua sabedoria. Mas, por favor, em vez de se limitar a repetir sound-bytes do género "os preços do petróleo estão a subir devido à «expeculação»", apresente factos concretos que o demonstrem. Factos, por favor, e não mera propaganda, ok?

A menina não precisa das minhas lições mas, pelos vistos está mais do que disposta a dá-las. Tanto que até aparece a interpretar erradamente as minhas motivações e ainda se considera o centro das minhas atenções. Eu não lhe dou lições a si. Mas ainda bem que a menina acha que já sabe tudo e não tem nada a aprender.

E, já que refere a minha falta de respeito, veja lá se percebe uma coisa muito simples: antes de exigir respeito para si, respeite os outros. A menina só ouviu o que queria porque apareceu toda escandalizada a dizer que eu estava a fazer a apologia da subida de preços e a classificar-me como um fundamentalista extremista com coisas que me andavam a subir ao capacete. Capacete terá a menina e talvez a menina seja muito mais extremista e radical do que eu porque eu já a vi defender o nome de pessoas como Odete Santos, que sempre apoioi regimes totalitários e a menina, a mim, nunca viu e nunca verá defender nenhum regime totalitário.

Por isso, antes de me classificar como extremista radical, olhe para o que tem dentro de casa e não seja hipócrita. E ainda me vem falar de "falta de respeito"? Respeite, se quer ser respeitada!

Ainda bem que eu tenho delírios de "grandeza e de «persecussão». Não sabia que a menina agora, para além de querer ensinar Sociologia a um Sociólogo, também era especialista em Psicologia. Talvez possa clarificar a afirmação de que sofro de delírios de grandeza e de «persecussão» com exemplos concretos do que tenho escrito. É que, sinceramente, tenho-me limitado essencialmente a apresentar factos. Se a menina tem dificuldades em interpretar factos (e já vimos que tem mesmo) ou se, ainda pior, tem dificuldade em aceitar factos, o problema é seu e não meu.

A menina gosta de classificar aqueles que discordam de si e até acha que tem o direito de os insultar e depois reage como se fosse uma virgem púdica que não fez mal a ninguém. Aqui entre nós, menina, nenhum de nós dois é virgem. Mas eu não finjo que o sou, como a menina. E se a menina se sente à vontade para classificar a minha pessoa como extremista, fundamentalista e agora até acha que sofro de delírios de grandeza e de «persecussão», não sei porque é que a menina acha que não merece uma resposta à altura.

Se não quer ser adjectivada, não adjective. Nunca ouviu dizer que quem vai à guerra, dá e leva? Não tivesse dado, que não tinha levado!

Ainda bem que a menina acha que eu passei de um delírio para outro. É de tal indigência intelectual que me classifica como sendo um megalómano (devido a quê?) e um fundamentalista que luta contra o aquecimento global que "deveria ser pacífica". Sim, porque, certamente, na sua cabecinha, eu defendo o genocídio e o extermínio simples da humanidade, não é?

Aprenda a respeita se quer ser respeitada, ok?

Anónimo disse...

Ó Pedroso leva a Taça e cala-te um bocadinho! és chato comó caralho!!!

Temos que levar com este puto chato como a putassa...foda-seeeeee! agora é o blá, blá, blá....do mercado, da oferta e da procura.....é pá,...isso já é conhecido há séculos!!!!! cala a sargeta por favor....não digas idiotices!!!

Anónimo disse...

Só mais uma coisa puto imbecil,....a Odete Santos defende regimes totalitários é ? diz-me uma coisa,....para ti o Bush não é totalitário, pois não ??? responde-me só a esta por favor...! depois a gente fala!

Paulo Pedroso disse...

Já agora, E-Ko, esta publicação era dirigida muito mais aos anónimos que por aqui campeia e não à menina. A si, destinava-se apenas o antepenúltimo parágrafo.

Pelos vistos, a menina tomou todo o texto para si. E depois sou eu ando a delirar.

Curiosamente, eu deliro mas a menina comporta-se como uma prima dona (que, pelo comportamento que demonstra, está muito longe de ser), que só sabe atirar pedras.

Se fosse um pouco mais coerente dizia quais os factos que eu apresentei que estão errados.

Se não concorda com os meus textos, não os leia. Mas, pelos vistos, parece que a liberdade de expressão a incomoda.

Muito Típico! Aliás, típico de si e dos seus amigos que andam por aqui a dizer que sou filho da puta e fascista. Como vê, os meus argumentos é que são baixos. Os seus amigos anónimos, que quem a menina tanto gosta, primam pela elegância, pela excelência e pela elevação de argumentos.

Mas os "elevados argumentos" dos seus amigos anónimos já não são "baixos, extremistas, delirantes, doentes, fundamentalistas", não é?

Anónimo disse...

Pronto,..ele é um menino muito bonzinho e é o mais espertinho da turma dele....tá bem, não arreliem mais o menino por favor.

E-Ko por favor não atire mais pedras a este cérebro, que ainda por cima é muito sensível, ele está chocado com a sua insensibilidade, dê-lhe uma colher de chá....que ele não é mau tipo,..apenas um simples palerma que gosta muito de gráficos!!

Paulo Pedroso disse...

Sim, Mugabe,

Todos sabemos que tu detestas os meus gráficos.

Digamos que, quando figuras neles, apareces assim a modos que com uma "coisinha" muito pequenina.

A coragem que tens para produzir parvoíces é inversamente proporcional à coragem que tens para explicar uma coisa tão simples como a maldade do Fascismo e a bondade do Comunismo, quando em nada se diferenciaram nas práticas. A próxima vez que apontes o dedo ao Fascismo ou a alguém, acusando-o de ser fascista, não te esqueças que estás a apontar o dedo a ti próprio.